Todos brindaram. Sorri e fui para fora da casa, encontrei Dylan sentado na grama. Me juntei a ele.
— Não aconteceu nada. — ele não falou nada — Eu...
— Não tem como, Camryn — ele me cortou e suspirou. — Não tem como se colocar entre vocês. Mesmo depois de tudo que aconteceu, você sente algo por ele. É algo surreal, eu sei. Até impossível. Mas é real.
— Dylan...
— Olha pra mim, Camryn — ele me cortou de novo, agora me encarando. — Olha pra mim e fala que você sente algo por mim. — um tempo de silêncio e ele continuou — Você não consegue. Sei que não. Você é a pessoa mais honesta que eu já conheci, Camryn, e mesmo assim você conseguiu enganar todos esse tempo todo. Talvez você não sinta a mesma coisa que sentia antes - que eu não lembro - porque não está prendendo isso dentro de você. Mas eu realmente espero que você seja tão feliz quanto a primeira vez.
Não consegui responder nada, ele beijou o topo da minha cabeça e levantou, se afastando. Minha cabeça ainda estava processando, não tinha ideia do que pensar sobre aquilo. Mesmo depois de tudo que aconteceu, você sente algo por ele. Tudo o que conseguia pensar era o começo, a primeira vez que o vi e o odiei, odiei demais, mas mesmo assim algo nele me chamava atenção. Algo me puxava para ele.
— O quê você ta fazendo aqui? — a voz de Mia me despertou.
— Nada — sorri mesmo sem querer. — Dylan terminou comigo.
— Já tava na hora. — Mia exclamou quase que em um suspiro. Ela sentou ao meu lado. — Por quê você foge disso, Cam?
— A gente pode não falar sobre isso? Queria muito curtir nossa formatura, até porque, é a única formatura que vamos ter na vida.
— Um amor igual esse você também só tem uma vez na vida.
Levantei e bati o vestido, fingi que não ouvi.
— Vamos? — sorri. Mia levantou e fez o mesmo.
Andamos até o bar e pegamos dois drinks, depois fomos para a pista de dança onde a maioria da nossa classe se encontrava. Inclusive ele. Encarei-o mais vezes do que deveria. Ele era tão lindo. Ainda mais de terno. Ele era um dos únicos meninos que não havia tirado o blazer, e isso o deixava 100% mais atraente. Ele não me encarou em nenhum momento, estava concentrado demais ou disperso demais.
— Caaam — Mia novamente me despertou. A encarei. — Quero fazer um brinde com você.
— Ta esperando o que? — tive que gritar para abafar o som da música. Ela sorriu e saiu em direção ao bar. Uns minutos depois, voltou.
— Um brinde à nossa felicidade e nossas próprias escolhas. — ela repetiu as palavras do meu pai. Sorri e levantei o copo. Bebemos tudo em apenas um gole.
Passamos um bom tempo dançando. Quando de repente um dos caras da nossa classe veio gritando:
— Brincadeira de formatura!! Todos na sala de estar. — Mia repetiu o que ele falou e me puxou.
A primeira delas foi a da dança, com sempre. Cada casal sortearia uma música e teria 30 minutos para fazer uma coreografia, fiz par com Dylan, por incrível que pareça ele não estava mais tão chateado, pelo contrário, estava se divertindo. Nossa música foi Push It da Salt-N-Pepa. Mia fez com Tyler, um cara da nossa sala de inglês. Fizemos nossa coreografia em 20 minutos e os outros 10 passamos treinando, estávamos nos divertindo como dois amigos, e isso era o que importava. Mia e Tyler foram os primeiros, eu e Dylan fomos os terceiros.
A segunda delas foi duas rodadas de beer-pong cada um acertei na vodka pura e depois em um Bacardi. Senti Justin me encarando o tempo todo; enquanto eu jogava e enquanto eu bebia. Ele foi o próximo, acertou no Bacardi e depois no Cinzano – minha bebida preferida. Ele havia tirado o blazer pra jogar e dobrado as mangas, de modo que ficou com a blusa social branca com a gravata azul marinho e a calça social preta do terno. Filho da mãe.
A terceira delas foi um tipo de corda bamba na piscina, a maioria dos participantes eram garotos e a maioria caiu. Sai de perto antes que me jogassem e esperei a próxima.
A quarta e última foi o Marco Polo, só que não foi na piscina, foi na parte enorme do jardim que não estava ocorrendo a festa. Começou comigo, peguei e acertei Scott, ele pegou e acertou Cida — uma garota da nossa sala de francês. Ela pegou e acertou Mia, que pegou e acertou Justin. Acabou a luz. O grito típico, continuamos a brincadeira no escuro, a casa era a única iluminada por conta das velas mas a parte do jardim onde estávamos estava totalmente escura. De vez em quando ouvíamos um grito, porque provavelmente alguém esbarrou em alguém. Ouvia a voz de Justin falando Marco de longe, estavam todos rindo e se divertindo. A voz de Justin ficou mais perto, não me mexi, a mão dele parou em minha cintura. Senti minhas pernas tremerem.
— Camryn. - sua voz me vez tremer mais ainda.
— Marco - engoli em seco e continuei.
A brincadeira durou um longo tempo, a luz ainda não havia voltado então resolveram fazer uma fogueira. Fizemos uma fogueira e sentamos todos em volta, já era cerca de 4 horas da manhã e o grupo de pessoas já estava começando a diminuir. Justin sentou do meu lado oposto, de modo que ficamos nos encarando o tempo todo. Scott tocou violão e cantamos umas músicas até 5 e pouco. Perto das 5:30 os últimos convidados foram embora, de modo que só eu, Mia e Justin ficamos.
Entrei na casa de Mia, iria passar a noite lá. Ela e Justin ficaram conversando por um tempo no jardim.
— Vou tomar um banho, estou morta. — Mia exclamou quando entrou.
— Vou para o quarto. — andei até o corredor.
Mia desapareceu escada à cima. Ainda estava tocando uma música, Peaches do In The Valley Bellow. Fui até o quarto e fechei os olhos.
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The Second Chance
Teen FictionO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...