Revirei os olhos e continuei andando, ignorando.
Ele me acompanhou.
— Pelo jeito ta nervosa, então não vou perguntar se quer uma carona antes que eu leve uma patada.
Continuei a ignorar-lo.
— Quer uma carona?
— Pensei que não ia perguntar.
— Gosto de viver perigosamente. — brincou.
Bufei e revirei os olhos.
— Você é sempre assim?
— Sim.
— Como você chama?
— Não é da sua conta. — dei uma pausa — Camryn. — falei pra ver se ele me deixava.
— Nome bonito. — ele sorriu.
Continuei andando, ignorando-o. Houve um breve silêncio.
— Você sabe se não aceitar minha carona vou acompanhar você até o lugar onde você está indo.
— Isso foi uma pergunta? — o encarei de relance.
— Não exatamente.
Continuei andando. Ele ficou quieto por alguns minutos. Cheguei na esquina da casa de Mia e ele ainda estava ao meu lado.
Bati na porta da frente e ele estava parado na frente da casa. Mia abriu e me abraçou.
— Finalmente. — olhou para ele que ainda estava parado — Uau — falou alto demais.
Ouvi ele rindo de leve. Revirei os olhos.
Entramos e Mia fechou a porta.
— Me conta tudo.
— Tudo o que?
— Cam. — ela encarou a janela.
— Nem sei o nome dele.
Bufei comendo um pedaço de torta que havia em cima da mesa.
— Eu estava vindo pra cá quando ele simplesmente apareceu e me ofereceu uma carona. E eu não aceitei. Pronto.
— Você é uma chata.
— Sou.
— A gente vai a uma festa.
— A gente? - repeti.
—Sim.
— Você vai a uma festa, eu vou ficar e assistir Titanic.
— Deprimente demais. — ela franziu a testa.
— Eu te odeio.
Subimos e nos arrumamos, coloquei uma blusa branca e uma saia preta de couro. Penteei o cabelo rápido.
— Sabia que o Dylan vai estar lá?
Silêncio.
Descemos e fomos até a garagem onde o carro de Mia estava.
— Cadê os seus pais? — perguntei a notar a ausência de um carro.
— Viajando, pra variar.
Fiz careta. Entramos no carro e 15 minutos depois chegamos em uma casa enorme, com uma música estilo eletrônica tocando. Mia deu a chave para o manobrista e saímos, indo em direção a entrada. Lá dentro estava bombando. Havia tudo. Bebida principalmente, vários tipos. Mas a festa estava vazia e aos poucos foi diminuindo o ar de festa. A música mudou e ficou mais lenta. Parecia que estávamos em um velório.
— Cam - era Dylan. Ele me abraçou e me deu um beijo na bochecha.
— Dylan. - sorri.
— Quer uma bebida ou um petisco?
— Obrigada. — sorri.
Sai e fui em direção a Mia que estava com um menino que eu nunca tinha visto antes.
- Mia a gente pode conversar?
- Um minuto. - ela deu um rápido beijo em seus lábios e me seguiu.
- O que foi? - ela bebeu um longo gole de seu drink que parecia saquê de várias frutas diferentes.
— Nada. — sorri. — Só queria saber quem é seu novo gigolô? — brinquei.
Ela fez careta e sorriu.
— Jake. Ele é da Carolina do Norte. Tem um beijo ótimo.
Ela falou alto demais, espero que ninguém tenha ouvido. Mia era profissional em me envergonhar em público.
— Fala baixo — falei rindo e coloquei a mão em sua boca.
— Deixa eu voltar pro meu "gigolô".
Ri.
Sentei na escada e fiquei lá por um longo tempo. Quando ouvi barulhos altos na casa. Corri para dentro, havia vários meninos estragando ou melhorando a festa. Não sei.
Bufei e voltei para a escada.
— Ei. — levei um susto quando senti alguém atrás de mim.
Olhei para trás, era ele. O cara da moto. Ignorei.
— O que você ta fazendo aqui?
— Não sei. — ele me encarou por um tempo — Mas provavelmente não vim pra sentar na escada.
Levantei e fui até Dylan.
— Me da uma carona?
— Claro, vamos.
Segui ele até a garagem e o manobrista trouxe seu carro.— Você tá bem? — ele me encarou rápido enquanto dirigia. — Parece tensa.
— Sim. — dei um sorriso fraco.Cheguei na casa de Mia 10 minutos depois, ouvi um barulho de moto se aproximar. Era Justin.
— O que você ta fazendo aqui?
— O mesmo que você.
Bufei. Elec tinha o cabelo claro que por sinal estava bagunçado e molhado, alguns fios caiam sobre seus olhos.
Avistei o carro de Mia na esquina. Finalmente. Ela parou atrás da moto de Justin e saiu como um raio do carro.
— Cam — gritou vindo em minha direção — Estava preocupada. Onde você se meteu?
— Peguei uma carona com Dylan.
Ela encarou Justin . Depois me olhou como se acabasse de lembrar uma coisa super importante.
— Vocês dois fariam um casal lindo.
— Mia — dei uma pausa — Você ta bêbada?
— Engraçadinha.
Subimos e fomos o quarto de Mia.
— Você tá precisando dormir anda, deita.
A cama de Mia era enorme, deitei ao lado dela e fechei os olhos.
— ACORDA. — Mia estava me chacoalhando de um lado para o outro.
Abri os olhos e quase fiquei cega com a luz do sol que entrava pela janela.
— Vem Cam, vamos tomar café, temos um lugar para ir.
Resmunguei mas levantei, olhei para o relógio , era quase uma hora. Desci as escadas e comi o de sempre, granola com mel e um suco de laranja natural.
— Aonde nós vamos? — perguntei enquanto dava uma colherada na granola.
— Em uma corrida. — respondeu Mia apoiada no balcão da cozinha tomando um gole do meu suco de laranja.
— De que? — franzi a testa.
— Você vai ver. — ela sorriu.
Terminei meu café e subi para me arrumar, olhei meu celular e tinha duas chamadas perdidas de Dylan. Retornei.
— Ei.
— Oi, Cam. Você sabe o nome daquele cara de ontem?
— Não lembro. Por quê?
— Só perguntando.
— MIAA - gritei.
Ouvi ela subindo as escadas.
— O quê foi? Você ta bem?
— To. Qual o nome daquele cara?
— Por quê? Tá interessada?
— Dylan quer saber.
— Dylan é gay? - ela ficou boquiaberta
— Não — exclamei — Eu acho.
— Ei! — era Dylan no outro lado da linha.
— Por que ele quer saber?
— Só perguntando!
Ela fez careta.
— O nome dele é Justin, Justin alguma coisa. — falei voltando para o telefone.
— Qual o sobrenome?
— Bieber, Cam.
— Obrigada! — desliguei.
— Não foi tão difícil. — a encarei e sorri.
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The Second Chance
Roman pour AdolescentsO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...