Meu celular vibra e eu acordo assustada. 6:00. Suspiro fundo, é um e-mail. Abro e leio o nome David. Merda. O estágio.
Suspiro fundo de novo e leio, nada de útil a não ser informar que estarei lá em duas semanas. Não posso fazer isso. Não agora que as coisas estão boas. Não respondo. Deito de lado e passo uma hora rolando e pensando em coisas fúteis até que levanto e vou correr.
Volto por volta das 9:00, Maia me ligou mais de doze vezes desde que sai. Retorno a ligação enquanto vou até a cozinha pegar um copo de água e ela não atende. Ouço a campainha tocar e corro até a porta.
— Por quê não responde as minhas ligações? — Maia entra, me dando um beijo na bochecha rápido e colocando a bolsa sobre a mesa.
— Esqueci meu celular.
— Ok. — ela da de ombros, não tenho certeza se ouviu — Então, a maioria das pessoas que ainda estão aqui, vão embora em uma, duas ou três semanas e precisamos comemorar. — ela me encara — Então... estava pensando em fazer uma viagem, algo memorável. Nada grande, apenas uns quatro ou cinco dias na casa do lago dos meus pais seriam ótimos.
— É... parece bom.
— O que esta acontecendo?
A encaro.
— Como você disse, a maioria de nós vai embora em algumas semanas e isso inclui eu. — inclino a cabeça um pouco pra frente — E como você também sabe, eu e Justin estamos tentando começar algo e eu não quero acabar antes de começar.
— Detroit não é tão longe. — ela se aproxima — Vocês conseguem fazer isso.
— Na verdade é. — dou de ombros — 32 horas de carro.
— E de moto? — ela ergue uma sobrancelha. Rio.
— Não esta ajudando.
— Não posso te ajudar com isso — ela faz careta — Desculpa.
Dou um sorriso fraco e meneio a cabeça
— Já falei com ele e com Dylan, partiremos hoje a noite. — ela continua.
Jogo a cabeça e depois o corpo para trás, tampando o rosto com as mãos.
— Minha vida esta se tornando um clichê!
— Para! — Maia me puxa pelo braço — Vai ficar tudo bem.
Dou um sorriso fraco. As pessoas sempre falam isso.— Estou te esperando! — Maia grita do outro lado do telefone.
— Estou chegando! — respondo do outro.
Não foi um dia cheio, mas sempre me atraso. Viro a esquina e para na frente da casa de Maia segundos depois. Desço do carro e só vejo Maia.
— Não acredito que você me apressou tanto pra não ter ninguém. — exclamo quando saio do carro.
— Eles estão vindo. — ela da de ombros e sai com a mala nas mãos, a colocando no seu carro.
— Quantos carros vamos usar? Quero dizer, são só seis pessoas
— Dois, espero. Não quero pegar a estrada sozinha mas também não quero segurar vela pra nenhum de vocês.
Rio.
— Dylan vai trazer aquele cara?
Ela meneia a cabeça.
— Vou com você. — exclamo.
— Espero! — Maia termina de colocar as sacolas no porta-mala.
Ouço a moto de Justin de longe.
— Falando no diabo... — Maia exclama.
Ele para ao lado do meu carro e nos cumprimenta, em seguida entra e sai com uma mala grande — provavelmente de Maia — a colocando no porta-malas do carro dela.
Ele para na minha frente e me encara.
— Você vai dirigir?
— Não... acho que vou com Maia.
Ele exclama um "oh".
— Por que? — continuo.
— Nada. — ele dá um sorriso fraco — Não terminamos de conversar. Mas temos tempo.
Não tanto quanto você pensa. Me seguro para não falar alto.
— Vai com ele. — Maia sai com o celular na mão. — Vou com Dylan. — a encaro. — O garoto que ia com ele não pode ir hoje.
Encaro Justin e depois a encaro.
— Ok. — é tudo o que falo.
Esperamos mais 10 minutos até Dylan chegar e ajeitar as coisas no carro de Maia. Sorrio quando ele termina e me jogo no seus braços.
— Senti sua falta!
— Você tem que parar de falar isso, moramos dois quarteirões um do outro! — ele responde brincalhão.
— Visite-me, então! — respondo. Ele ri.
Ele abraça e da um beijo na bochecha de Maia e faz um aperto de mão e um abraço rápido em Justin, que não parece muito confortável.
Maia corre pra dentro e ouço ela se despedir de alguém, provavelmente seus pais. Ela volta e tranca a porta. Entro no lado do motorista sem perguntar a Justin se ele quer dirigir, ele entra e fecha a porta, sem falar uma palavra.
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The Second Chance
Ficção AdolescenteO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...