Finalmente entramos no hospital de San Diego, depois de longos 15 minutos, o que teria sido muito mais fácil se a o GPS não estivesse em japonês ou chinês. Sei lá.
Uma equipe médica coloca Camryn na maca e a levam pelo corredor enquanto explico pra um médico jovem bonitão o que aconteceu. Vejo sob seu ombro e observo a equipe desaparecer quando entram à direita no final do corredor. O médico faz o mesmo minutos depois, não o sigo.
Pouco tempo depois ele volta.
— Como ela está? — pergunto antes dele parar na minha frente.
— Vai ficar bem, só precisa de alguns pontos. Não foi um corte profundo, a quantidade de sangue foi causada pelo rompimento de uma artéria. Ela vai ficar cansada quando acordar mas é normal, ela perdeu bastante sangue mas felizmente não vai precisar de uma transfusão.
Isso é bom. Muito bom. Balanço a cabeça e solto o ar que não percebi que estava prendendo. Ele faz um gesto com a cabeça e sai, logo depois meu celular toca.
— Ei.
— Oi namorado, onde vocês estão? — a voz de Maia soa cansada.
— No hospital. — continuo antes que ela surte — Camryn cortou a perna mas não foi nada sério. Vamos voltar para casa em breve.
— Como isso aconteceu? Ela está bem agora? Posso falar com ela?
Rio.
— Vai com calma. Ela está bem. Assim que entrarmos no carro peço pra ela te ligar.
Ela suspira.
— Ok. Amo você.Estou na sala de espera quando o médico entra, levanto e vou até ele.
— Ela acordou. — ele fala e então vira, andando pelo corredor. Dessa vez eu o sigo. — Ela é realmente muito bonita.
— É, ela é. — E você devia calar a boca.
O hospital é bem maior do que eu pensava, passamos por uns três ou quatro corredores antes de chegarmos no corredor dos quartos. Entramos em um com o número 1304 na porta, Camryn se vira na nossa direção. Dr. Felicidade a encara, demorando um pouco demais. Logo depois ele sorri animado e sai.
— Oi. — sua voz sai como um sussurro e logo depois ela da um sorriso fraco.
— Como está se sentindo?
— Como se um elefante tivesse passado em cima de mim. — ela exclama — Oh e eu não sinto minha perna. Mas ele disse que é normal. O doutor, quero dizer.
A encaro tentando não rir. Ela está diferente, quase estranha, na verdade. Talvez seja a anestesia.
— Então, pronta para voltar pra casa?
Ela assente com a cabeça.
— Como vou andar? — ela franze a testa.
— Com muletas. — Dr. Felicidade entra no quarto — A anestesia vai passar rápido, mas os analgésicos que vou recomendar tem quase o mesmo efeito que o da anestesia, pode deixar seu corpo inteiro cansado, mas principalmente a perna afetada. Então, contanto que você tenha um andador, você não vai precisar delas.
Péssima. Quase tão péssima quanto ele.
Ele sorri e Camryn retribui com um sorriso gentil. Seus olhos estão esverdeados agora, completamente diferente do azul que estavam mais cedo.
— Então, isso é tudo. — ele termina de assinar uma folha e a entrega para mim.
Levanto e levo as muletas até Camryn, ela levanta e as ajeitam de baixo dos braços.Demoramos longos minutos para sair do hospital. Camryn está andando como um robô do Exterminador do Futuro, desajeitada e devagar. Se apostasse uma corrida com Wall-e ia perder feio.
Ela entra no carro e senta, sua expressão já mudou desde que saímos da sala. Parece mais séria e menos estranha. Talvez o efeito já tenha passando.
Ela não fala nada. A encaro de relance, parece cansada, mal consegue manter os olhos abertos. Desvio o olhar e quando a olho de novo, ela está com a cabeça baixa e encostada na janela, dormindo.
Ela dorme a viagem toda. Quando chegamos em casa lembro que esqueci de ligar para Maia. Ela vai ficar louca.Camryn
Abro os olhos quando o carro para. Passei a viagem toda tentando dormir mas a dor na minha perna me incomoda. Saio do carro e me apoio nas muletas, Maia corre na minha direção e espero um impacto, mas seu abraço é leve como um pluma.
— Você parece cansada, Cam. Como você está?
— Cansada. — rimos de leve.
Ela da a volta no carro e beija Justin, caminho até a porta e entro.
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The Second Chance
Roman pour AdolescentsO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...