Meu alarme toca cedo no dia seguinte e sinto vontade de levantar. Por sorte, Lucas além de ter se remexido, não acorda. Deixo o cobertor de lado cuidadosamente e levanto.
Desço as escadas e vou direto para a cozinha, coloco meu celular no canto da pia e coloco Save the World para tocar. Abro a geladeira e fico um bom tempo procurando o leite até que o acho atrás da uma jarra de suco. Coloco -o no pia e fico na ponta dos pés para pegar um copo. O copo escorrega da minha mão fazendo um barulhão ao bater na porta de vidro do armário.
— Merda!
Pego o copo e fecho o armário devagar. Coloco o leite e bebo de gole em gole cantando e dançando com Swedish House Mafia. Dou um pulo quando vejo Lucas parado na porta da cozinha.
— Hey — exclamo e corro para abaixar a música — Desculpa te acordar.
— Tudo bem. — ele sorri e se aproxima, se apoiando na pia — Vou embora hoje.
— O que? — coloco o copo na pia com força o suficiente para fazer barulho.
— Olha — ele coloca a mão no meu braço — Esses últimos dias foram ótimos, provavelmente os melhores que eu já tive, mas eu não posso continuar com isso, dormir aqui, comer aqui... isso não é certo.
— Cala boca.
Ele ignora.
— Só queria te avisar para não acontecer igual a última vez e eu sumir e te deixar preoc...
Puxo sua camisa e o beijo.
— O que foi isso?
— Você não queria calar a boca. — ele ri.
Logo em seguida ele me encara e coloca as mãos no meu rosto e me beija.
— E esse foi... — o encaro e mordo o lábio inferior.
Ele da de ombros.
— Por nada. Só queria te beijar de novo.
— Ah é? — ergo as duas sobrancelhas e ele meneia a cabeça — Então por que não me beija com alguma razão agora?
Ele sorri de orelha a orelha e coloca as mãos no meu rosto de novo, me beijando com mais intensidade.
— Deus, mereci tudo isso? — sorrio — Pra que foi esse?
— Por nunca ter desistido de mim.
Meu sorriso aumenta e eu o encaro, segurando a gola da sua camiseta.
— Se continuar me beijando desse jeito, nunca vou desistir de você.
Ele ri e eu puxo sua gola, o beijando de novo. Seus lábios são macios, quase igual os de Justin. Deus! O que estou pensando? Tiro Justin da cabeça e corro meus dedos pelo cabelo de Lucas.
— Cam! — ouço Maia gritar.
Distancio meus lábios dos dele e apoio o queixo no seu ombro.
— O que? — grito. Lucas beija meu pescoço e arrepios percorrem o meu corpo.
Maia não responde, encaro Lucas.
— Já volto. — quando vou saindo ele me puxa e envolve os braços firmemente ao redor da minha cintura.
— Você não vai a lugar nenhum. — sorrio e coloco as mãos no seu rosto, ele abaixa um pouco o pescoço e me beija.
— Camryn! — Maia grita de novo e eu resmungo.
— Ela nunca me chama de "Camryn", é melhor eu ir. — dou um selinho rápido e corro para as escadas, ainda sorrindo.
— Maia, o que acon... — meu sorriso some quando vejo Justin se segurando de um lado na penteadeira e do outro em Maia.
— Não sei o que está acontecendo! — Maia exclama choramingando.
Corro até eles e seguro Justin antes que Maia o derrube.
— Fica calma, ok? Vai chamar uma ambulância
Ela meneia a cabeça e desaparece. Abaixo um pouco o corpo e levanto o rosto de Justin. Deus, ele está suando.
— Hey, o que foi? O que está sentindo?
— Está...doendo. — ele fala com dificuldade e quase cai, o levanto.
— Tudo bem, tudo bem. Te peguei. — tiro o cabelo do seu rosto e olho para a porta— Maia!
Ouço alguém correndo pelo corredor, logo em seguida Lucas aparece na porta e corre até Justin, apoiando-o no ombro. Ele não fala nada, mas parece apavorado. Saio do quarto e vou até onde Maia está.
— Hey, conseguiu?
— Sim. — ela meneia a cabeça — Eles estão vindo.
A abraço, colocando um braço nas suas costas e outro na sua cabeça, enquanto ela chora no meu ombro.
— Tudo bem, Maia. — suspiro — Tudo bem.
Minutos depois ouço a ambulância chegar e corro até a porta. Maia grita o nome de Lucas na escada e instantes depois ele desce as escadas com Justin. Seu braço direito ao redor do pescoço de Lucas enquanto Lucas o segura pelo quadril.
Uma equipe médica entra na sala e coloca Justin em uma maca. Seu rosto e sua camisa estão completamente molhados. Maia me encara.
— Vai com eles. — exclamo — Nós vamos atrás.
Ela meneia a cabeça e em instantes tanto ela quanto a equipe médica somem, e o som da ambulância vai desaparecendo. Nem eu nem Lucas falamos nada, subo as escadas e me troco rápido. Quando desço, ele está encostado no sofá. Pego a chave do carro e saio em disparada, Lucas vai logo atrás de mim e entra no banco do passageiro.
Dou ré com tudo e acelero pela rua até chegarmos na Vermont, desvio dos carros e damos uma volta enorme até chegarmos no hospital. Estaciono na primeira vaga que encontro e pulo do carro, correndo até a recepção.
— Ei — a recepcionista me encara com a maior calma do mundo — Estou procurando por Jus... quero dizer, Maia. Maia Gatina.
— Cam! — viro e vejo Maia vindo na minha direção. Ela me abraça.
— O que está acontecendo?
— Eu não sei! Eles falaram que iam fazer alguns exames e até agora ninguém veio me avisar nada!
— Vai ficar tudo bem. Não se preocupa.
Levo Maia até a sala de espera e sentamos. Peço para Lucas trazer um copo de água para ela, ele traz, e senta ao meu lado.
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The Second Chance
Teen FictionO que você faria se descobrisse que um ano da sua vida foi apagado? O que faria se reencontrasse o amor da sua vida mas não lembrasse? O que faria se a vida te desse uma segunda chance? A aceitaria? Ou a desprezaria? E se tivesse outra chance para...