38| ... or lovers?

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         Meu alarme toca cedo no dia seguinte e sinto vontade de levantar. Por sorte, Lucas além de ter se remexido, não acorda. Deixo o cobertor de lado cuidadosamente e levanto.
         Desço as escadas e vou direto para a cozinha, coloco meu celular no canto da pia e coloco Save the World para tocar. Abro a geladeira e fico um bom tempo procurando o leite até que o acho atrás da uma jarra de suco. Coloco -o no pia e fico na ponta dos pés para pegar um copo. O copo escorrega da minha mão fazendo um barulhão ao bater na porta de vidro do armário.
        — Merda!
        Pego o copo e fecho o armário devagar. Coloco o leite e bebo de gole em gole cantando e dançando com Swedish House Mafia. Dou um pulo quando vejo Lucas parado na porta da cozinha.
        — Hey — exclamo e corro para abaixar a música — Desculpa te acordar.
        — Tudo bem. — ele sorri e se aproxima, se apoiando na pia — Vou embora hoje.
        — O que? — coloco o copo na pia com força o suficiente para fazer barulho.
        — Olha — ele coloca a mão no meu braço — Esses últimos dias foram ótimos, provavelmente os melhores que eu já tive, mas eu não posso continuar com isso, dormir aqui, comer aqui... isso não é certo.
         — Cala boca.
         Ele ignora.
         — Só queria te avisar para não acontecer igual a última vez e eu sumir e te deixar preoc...
         Puxo sua camisa e o beijo.
         — O que foi isso?
         — Você não queria calar a boca. — ele ri.
          Logo em seguida ele me encara e coloca as mãos no meu rosto e me beija.   
          — E esse foi... — o encaro e mordo o lábio inferior.
           Ele da de ombros.
          — Por nada. Só queria te beijar de novo.
           — Ah é? — ergo as duas sobrancelhas e ele meneia  a cabeça  — Então por que não me beija com alguma razão agora? 
            Ele sorri de orelha a orelha e coloca as mãos no meu rosto de novo, me beijando com mais intensidade.
           — Deus, mereci tudo isso? — sorrio — Pra que foi esse?
           — Por nunca ter desistido de mim. 
           Meu sorriso aumenta e eu o encaro, segurando a gola da sua camiseta.
           — Se continuar me beijando desse jeito, nunca vou desistir de você.
           Ele ri e eu puxo sua gola, o beijando de novo. Seus lábios são macios, quase igual os de Justin. Deus! O que estou pensando? Tiro Justin da cabeça e corro meus dedos pelo cabelo de Lucas.
           — Cam! — ouço Maia gritar.
           Distancio meus lábios dos dele e apoio o queixo no seu ombro.
          — O que? — grito. Lucas beija meu pescoço e arrepios percorrem o meu corpo.
           Maia não responde, encaro Lucas.
          — Já volto. — quando vou saindo ele me puxa e envolve os braços firmemente ao redor da minha cintura.
          — Você não vai a lugar nenhum. — sorrio e coloco as mãos no seu rosto, ele abaixa um pouco o pescoço e me beija.
          — Camryn! — Maia grita de novo e eu resmungo.
          — Ela nunca me chama de "Camryn", é melhor eu ir. — dou um selinho rápido e corro para as escadas, ainda sorrindo.
           — Maia, o que acon... — meu sorriso some quando vejo Justin se segurando de um lado na penteadeira e do outro em Maia.
          — Não sei o que está acontecendo! — Maia exclama choramingando.
          Corro até eles e seguro Justin antes que Maia o derrube.
          — Fica calma, ok? Vai chamar uma ambulância
          Ela meneia a cabeça e desaparece. Abaixo um pouco o corpo e levanto o rosto de Justin. Deus, ele está suando.
         — Hey, o que foi? O que está sentindo?
          — Está...doendo. — ele fala com dificuldade e quase cai, o levanto.
          — Tudo bem, tudo bem. Te peguei. — tiro o cabelo do seu rosto e olho para a porta— Maia!
           Ouço alguém correndo pelo corredor, logo em seguida Lucas aparece na porta e corre até Justin, apoiando-o no ombro. Ele não fala nada, mas parece apavorado. Saio do quarto e vou até onde Maia está.
           — Hey, conseguiu?
           — Sim. — ela meneia a cabeça — Eles estão vindo.
           A abraço, colocando um braço nas suas costas e outro na sua cabeça,   enquanto ela chora no meu ombro.
           — Tudo bem, Maia. — suspiro — Tudo bem.
           Minutos depois ouço a ambulância chegar e corro até a porta. Maia grita o nome de Lucas na escada e instantes depois ele desce as escadas com Justin. Seu braço direito ao redor do pescoço de Lucas enquanto Lucas o segura pelo quadril.
            Uma equipe médica entra na sala e coloca Justin em uma maca. Seu rosto e sua camisa estão completamente molhados. Maia me encara.
             — Vai com eles. — exclamo  — Nós vamos atrás.
           Ela meneia a cabeça e em instantes tanto ela quanto a equipe médica somem, e o som da ambulância vai desaparecendo. Nem eu nem Lucas falamos nada, subo as escadas e me troco rápido. Quando desço, ele está encostado no sofá. Pego a chave do carro e saio em disparada, Lucas vai logo atrás de mim e entra no banco do passageiro.
           Dou ré com tudo e acelero pela rua até chegarmos na Vermont, desvio dos carros e damos uma volta enorme até chegarmos no hospital. Estaciono na primeira vaga que encontro e pulo do carro, correndo até a recepção.
          — Ei — a recepcionista me encara com a maior calma do mundo — Estou procurando por Jus... quero dizer, Maia. Maia Gatina.
          — Cam! — viro e vejo Maia vindo na minha direção. Ela me abraça.
          — O que está acontecendo?
          — Eu não sei! Eles falaram que iam fazer alguns exames e até agora ninguém veio me avisar nada!
          — Vai ficar tudo bem. Não se preocupa.
           Levo Maia até a sala de espera e sentamos. Peço para Lucas trazer um copo de água para ela, ele traz, e senta ao meu lado.

The Second ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora