Capítulo 1

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Todos estão contra mim e eu não sei mais o que fazer para resolver. Sou muito tímido, não tenho amigos e minha família não me suporta, por que? Estou tentando descobrir isso até hoje. Sou gay mas tenho medo de me assumir, somente meus pais sabem da minha sexualidade. Houve muitas discussões sobre o assunto.

No meu antigo colégio eu sofria bullying, acabei entrando em depressão com todos aqueles insultos e agressões. Enquanto eu era zuado por eles ao mesmo tempo eu era invisível, e não vai ser agora no novo que isso irá mudar. Apenas já me acostumei a ser sozinho. Vocês devem estar se perguntando, por que continua frequentando o colégio?, simples, eu desejo ser alguém no futuro e sair logo desse inferno.

Me chamo Jason Blake, tenho 17 anos e moro em Nova Iorque com meus pais, os quais vivem discutindo o tempo todo e fingem que eu não existo. Não tenho o corpo definido, ao contrário, sou muito magro e tenho a pele bem branquinha.

Meus olhos são verdes e tenho o cabelo preto grande jogado por cima da minha testa. O que me rendeu um apelido um pouco óbvio: "O emo depressivo". Uso apenas roupas escuras para definir quem realmente sou, um adolescente infeliz com a vida que lhe foi proporcionada.

Passo todo o meu tempo livre trancado em meu quarto que é bastante grande para uma pessoa só. Tem uma estante repleta dos meus livros preferidos, uma mesa onde fica o computador e também uma cama de casal. As paredes são da cor azul marinho e cheia de pôsteres das minhas bandas favoritas: Three Days Grace, Stone Sour, Metallica, Iron Maiden, etc.
Gosto muito de desenhar e ficar ouvindo minhas músicas, que na maioria das vezes soam um pouco tristes, mas quem se importa?

Amanhã começam minhas aulas no tal colégio, e para ser sinsero não estou nem um pouco feliz com isso, tenho medo que aconteça tudo novamente. Eu me considero inteligente e sempre tive boas notas, o que deveria ser orgulho para meus pais mas, não. Eles são pessoas muito ocupadas pra ficar perdendo tempo olhando o boletim escolar do filho, dizem eles.

Acordei ao som do despertador no dia seguinte às 06:00hs gritando em meu ouvido, logo tratei de me levantar e ir direto ao banheiro para fazer minha higiene pessoal. Após finalizada, fui trocar de roupa e acabei vestindo uma calça preta e um casaco preto com capuz. Como estamos no inverno aqui em NY ninguém iria se meter com as mesmas perguntas idiotas: "Você não sente calor todo tampado?", "Você está doente?", etc.

Devidamente vestido, arrumei o meu cabelo, peguei minha mochila e desci para comer algo na cozinha. Chegando lá dou de cara com quem não queria esbarrar tão cedo, o meu pai. Ele é um advogado muito respeitado e por isso também se tornou uma pessoa muito arrogante, fosse no trabalho ou com a própria família. Ele se chama Mark, tem 40 anos, alto, tem o cabelo preto e os olhos castanhos.
Para evitar contato, vou correndo em direção a porta mas foi tarde demais, ele me viu e logo falou:

-Aonde você vai muleque?

-To indo pro colégio -respondi já fechando a porta atrás de mim.

O colégio não fica tão longe de onde eu moro, por isso faço o trajeto todo a pé mesmo com os meus únicos companheiros, os fones de ouvido. A caminhada dura em torno de 30 minutos e logo ao dobrar a esquina me deparei com ele. O colégio era bem grande, tinha a construção bem antiga mas bem preservada. Possuía um jardim bem na frente onde várias pessoas conversavam, e elas pareciam felizes.

-Esse lugar não é pra mim -disse a mim mesmo entrando no prédio totalmente distraído.

Ao entrar percebo os olhares pra mim, como se eu fosse um mosntro ou algo do tipo. Sabe quando todos ficam reparando em você, dos pés a cabeça? Então, me senti envergonhado com essa situação e abaxei a minha cabeça. Fiquei pensando em como seria esse ano quando esbarrei em uma pessoa.

Com esse esbarrão acabei derrubando o meu celular que estava no bolso do casaco, então me abaixei para pegá-lo. Foi então que a pessoa a minha frente abaixou primeiro e pegou o celular. Quando eu fiquei de pé novamente, me deparei com um garoto simplesmente perfeito. Eu nunca fui assim de expôr os meus sentimentos para ninguém e estou começando a me sentir estranho com essa sensação.

Ele era da mesma altura que eu, tinha os mais belos olhos azuis que já vi, tinha o cabelo preto, liso e bem curtinho. Estava vestindo uma calça jeans e uma camisa pólo vermelha. Ele tinha o corpo definido mas nada comparado com aqueles monstros de academia, não. Era simplesmente lindo.

Quando nossos olhos se encontraram meu coração acelerou no mesmo instante.Ficamos nos encarando alguns segundos que mais pareciam horass, até que ele quebrou o silêncio entre nós:

-Me desculpa, eu estava distraído -disse ele.

-Tanto faz! -disse arrancando o celular da mão dele de forma grosseira. Eu não queria agir dessa maneira mas eu já estava começando a ficar meio nervoso perto dele.

-Eu pedi desculpas, não precisa ficar irritado -disse ele com calma.

-Eu fico do jeito que eu quiser -disse impaciente.

-Ah deixa pra lá, mesmo com você de mau humor logo cedo eu vou me apresentar, me chamo Daniel, prazer! -disse sorrindo. -E você, não vai dizer o seu nome? -perguntou.

-Me chamo Jason -respondi com um pouco de frieza na voz.

-Você é novo aqui né? nunca lhe vi por aqui antes -perguntou tentando puxar assunto comigo.

-É claro que eu sou novo, se não você já teria me notado aqui, ahh esqueci... eu sou invisível. -disse já com raiva.

-Por que está dizendo isso? -perguntou preocupado.

-Não é da sua conta! -respondi já com os olhos lacrimejados. Dei as costas pra ele mas ele me segurou pelo braço.

Sim, eu fiquei muito sensível por causa da depressão, então qualquer lembrança do que me ocorreu me fazia chorar, pra vocês pode até parecer ridículo mas nenhum de vocês passou pelo o que eu passei. Era horrível.

-Sei que não é da minha conta e não é mesmo, mas se precisar de um amigo para desabafar sobre o que for pode contar comigo, ok? -disse ele.

Quando ele me olhou daquela forma senti que suas palavras eram verdadeiras. Não sei por que mas aquela frase me comoveu de um tal maneira que me deixou completamente mudo, não sabia o que responder, parecia que um nó tinha se formado em minha garganta, então olhei em seus olhos e apenas assenti. Daniel sorriu e soltou o meu braço imediatamente.

Quando ele me soltou eu corri em direção ao banheiro e assim que cheguei na porta ao olhar para atrás Daniel estava me olhando, então abaixei a cabeça e entrei.

Eu precisava colocar os pensamentos em ordem, pensar no que acabou de acontecer com Daniel naquele corredor e lá seria um bom lugar.

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Essa é a primeira história que escrevo e estou muito feliz com o resultado.
Então curtem, comentem e divulguem o romance. Beijos e até a próxima!

O Emo Apaixonado (Romance Gay) [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora