O Emo Apaixonado (Romance Gay) [CONCLUÍDO]

Capítulo 16

Hoje começam as aulas de novo e finalmente eu veria Daniel. O final de semana foi bem silencioso por aqui, meu pai que antes mal falava comigo agora não diz uma só palavra. Ele ainda estava cheio de ódio devido a minha fuga. Levantei e fui para o banho.

Ao me olhar no espelho, ainda estava a marca do soco, bem fraca mas estava lá. Daniel com certeza iria reparar. Logo depois me vesti e desci para ir ao colégio. Fui caminhando bem devagar e pensando se contava a ele ou não. Talvez ele fique revoltado com a atitude do meu pai e queira ir lá falar com ele e isso não vai ser nada bom.

Chegando no colégio, fui direto para a sala de aula onde daqui a pouco teríamos aula de física. Daniel chegou um pouco depois e sentou-se ao meu lado, com o sorriso de sempre.

-Bom dia Jay -disse ele segurando na minha mão.

-Bom dia -disse sorrindo ao ver seu rosto depois de dois dias sem admirá-lo.

-O que aconteceu com o seu rosto? -perguntou tirando aos poucos o sorriso do rosto.

-Foi meu pai, ele meio que não acreditou na história que contamos e logo depois que você foi embora ele fez isso -resolvi contar a ele de uma vez porque odeio menti por uma coisa boba dessas.

-Ele fez o quê? Como assim? -perguntou ele.

-Daniel fica calmo, essa infelizmente não foi a primeira vez, então... -disse.

-Eu não acredito que ele já te bateu antes -disse ele me interrompendo.

-Olha já passou, não liga pra isso -disse com a voz calma.

-Como não vou ligar Jason? Ele te bateu por uma besteira -disse ele. Agora descobri o que o deixa com raiva, certamente é mexer com quem ele gosta.

-Daniel esquece isso, eu estou bem -disse dando um fim naquela conversa.

Ele então resolveu ficar calado mas tenho certeza que depois vai querer resolver isso. A professora entrou na sala e disse que seria teste surpresa. A bagunça parecia não ter fim naquela sala mas do que adiantaria reclamar? Ela daria o teste mesmo. Olhei para Daniel e o mesmo não estava desesperado, portanto para ele seria fácil, assim como para mim. Uma hora depois, assim que finalizamos o teste, fomos para o refeitório, que por sorte estava vazio. Pegamos nosso lanche e sentamos na última mesa do fundo.

-Foi bem no teste? -perguntei.

-Mais ou menos -deu uma risada. -E como você se saiu?

-Eu fui bem -respondi abrindo a lata de refrigerante.

-Então, você quer ir lá para casa mais tarde? -perguntou dando uma mordida no seu hambúrguer.

-Pode ser mas não tem problema com seus pais? -perguntei.

-Não, eles vão chegar bem tarde hoje -respondeu.

-Então eu vou -disse dando uma mordida no meu hambúrguer.

Assim que terminamos o lanche, eu disse a ele que iria à biblioteca pegar um livro e ele disse que me encontraria lá daqui a pouco pois antes deveria passar no banheiro. Ele piscou para mim e se foi. Fui andando com as mãos no bolso em direção a biblioteca. Quando cheguei lá, estava vazia como sempre e fui direto na parte de romances. O local é bem grande, com as paredes nas cores vermelha e branco. Perto da porta tem uma espécie de recepção, que é onde pessoas pedem informações, devolvem os livros, etc. Quem toma conta é uma senhora bem educada, deve ter seus 60 anos de idade e me parece bem tranquila; e porquê não estaria? Nada acontece por aqui e isso é até bom.

Assim que cheguei em uma das prateleiras procurando o livro, eu não tinha reparado antes mas havia duas garotas conversando, ou melhor, sussurrando por detrás da estante onde eu estava. Uma delas era morena e um pouco acima do peso e a outra tinha os cabelos louros e era magra. A sorte é que elas não me viram pois eu me escondi rapidamente mas não antes de escutar o que falavam.