-Daniel
Assim que eu o deixei em casa, a caminho de casa me recordei do maravilhoso dia ao seu lado. Ver o Jason sorrindo daquela maneira me fez acreditar ainda mais que serei feliz ao seu lado. É...eu sei que isso pode parecer estranho mas o que posso fazer se ele me conquistou?
A maneira que ele agiu comigo hoje no parque prova que eu faço muito bem a ele como vice-versa.
Quando estou com ele é difícil prestar a atenção em qualquer outra coisa a não ser, o próprio. Jason é uma pessoa que não se encontra em qualquer lugar, ele consegue ser amável e frio ao mesmo tempo, ser educado e ao mesmo tempo ser arrogante com certas pessoas.
Posso dizer que tive sorte ao encontrá-lo naquele corredor, porque se não eu estaria na casa de um amigo qualquer em vez de estar ao lado dessa pessoa que é tão especial pra mim.
-Jason
Acordei no horário de sempre naquela manhã para ir ao colégio. Só de pensar que já se passaram dois meses já fico feliz, porque durante esse tempo Daniel esteve comigo. A nossa rotina era a mesma todos os dias, quando nós saíamos do colégio ele me levava para a casa.
E não posso esquecer de mencionar que em uma dessas caronas, meus pais quase descobriram o Daniel mas por sorte ele nesse dia me deixou na rua de trás, pois quando entrei em casa estava os dois na sala e a vista da janela dar de frente com a rua.
Se meu pai me vê saindo do carro dele com certeza ele gostaria de uma explicação e eu não estou preparado psicologicamente para isto.
Nós tínhamos uma semana de "férias" do colégio porque o laboratório de ciências estava em obra por causa de um cano que tinha estourado e como isso leva um pouco de tempo, eles liberaram os alunos para ficar em casa. E era o que eu tinha para fazer, nada mais além disto.
Naquela mesma tarde de sexta-feira, Daniel me levou para casa estacionando uma rua antes, é claro. Daniel estava estranho o dia todo pois estava muito quieto, coisa que ele não fica. Então antes de eu sair do carro ele falou:
-Eu vou viajar com a minha família essa semana -ele deu uma pausa e se ajeitou no banco do motorista e olhou para mim. Eu já estava sentindo meu coração doer só de saber que ficaria longe dele.
-Mas eles disseram que eu posso levar uma pessoa para me fazer companhia -completou ele.
Percebi que ao dizer isso seus olhos brilhavam esperando que eu dissesse alguma coisa, só aí entendi o que ele queria.
-Você quer que eu vá com você? -perguntei.
-Claro Jason! -respondeu.
-Não sei não, acho que eles vão desconfiar -disse.
-Fica tranquilo eles nem vão perceber que estamos lá, só deixaram eu levar alguém justamente para que eu não ficasse sozinho em casa, porque eles não deixariam -explicou ele. -Agora só falta falar com os seus pais -completou.
-Acho que eles não vão deixar Daniel mas eu posso tentar -disse.
-Perfeito! -disse sorrindo e se aproximando para me dar um beijo, com aqueles lábios delicados e quentes.
-Eu vou viajar amanhã 13hrs , daí eu te ligo mais tarde para saber se você vai ou não, ok? -disse.
-Ok, tchau! -disse saindo do carro.
Assim que entrei em casa vi meus pais na sala como pessoas civilizadas, por incrível que pareça não estavam brigando. Essa era a minha chance de pedir a eles. Cheguei perto da minha mãe e perguntei logo:
-Posso viajar com um amigo amanhã a tarde? -ela parou de ler a revista e olhou para mim curiosa.
-Viajar? Com um amigo? Que amigo é esse? -perguntou.
-Eu posso ir ou não?, não vai ter aula essa semana e não estou afim de ficar em casa ouvindo vocês brigando o tempo todo -respondi.
-Olha o respeito muleque! -ordenou meu pai me olhando severamente.
-Respeito? Você só pode estar de brincadeira comigo -respondi com um tom de deboche.
-Olha Jason eu acho melhor você ficar em casa, nós nem conhecemos esse seu amigo, você fica! -afirmou minha mãe.
-AHH EU ODEIO VOCÊS! -gritei bem alto e subi em direção ao meu quarto e tranquei a porta.
Assim que me sentei na cama comecei a chorar, sim eu sou um fraco mesmo. Meu pai quase derrubou a porta de tanto bater mandando eu abrir.
-SAI DAQUI EU NÃO VOU ABRIR! -gritei quase perdendo a voz.
-Uma hora você vai ter que sai dai seu viadinho de merda -disse ele rindo.
Aquilo foi a gota d'água. Fui em direção ao banheiro , por que a essa altura eu já estava chorando muito pela raiva que estava sentindo deles. Ao olhar no espelho perguntei a mim mesmo: por que eles me tratam assim como uma criança? Eu não faço nada de errado e quando eu peço uma coisa simples eles dizem NÃO? Ah vai se ferrar.
Ao olhar para baixo, encima da pia está aquela que serve para poder diminuir as minha lamentações, a gilete. Pego ela e começo a me mutilar. Choro não pela dor até porque já me acostumei com ela, mas sim pela raiva que está me possuindo.
Ainda tenho um pouco de desconfiança em relação deles não serem os meus pais, mas se forem mesmo eles com certeza não queriam que eu viesse a vida. Os pais dão aos seus filhos amor, carinho, cuidado, amizade, enfim tudo o que eles nem se esforçam em me dar.
Sou tirado de meus devaneios quando escuto algo tocando. Daí percebo que é o meu celular tocando Silverchair bem alto encima da cama. Com uma toalha amarrada no meu pulso para o sangue não sujar o quarto, vou andando devagar até ele. Ao pegar o celular vejo que é Daniel. Por que ele está ligando agora? Ele disse que ligaria mais tarde. Quando atendi fiquei em silêncio para controlar o choro.
-Jason? -perguntou ele. -Você está aí?.
-Estou sim -respondo quase num sussurro.
-Você está bem? -perguntou preocupado.
-Estou sim -repito pois não consigo dizer outra coisa.
-Não mente para mim Jay, por favor -disse ele.
-Desculpa Daniel, mas não consigo falar agora, amanhã a gente se fala, tchau -desliguei antes mesmo dele dizer algo.
Me joguei na cama chorando por causa dos meus pais, se é que posso chamá-los assim, por ter falado daquele jeito com Daniel, ele não tem culpa dos meus problemas e também pelo o meu corte que agora estava doendo, não foi tão profundo quanto os outros mas consegui fazer o estrago que eu queria. Fiquei a olhar o teto e acabei adormecendo ali mesmo.
___________________
Oiee meus amores, hoje é um dia muito especial para mim, isso mesmo, estou ficando velhinha hoje: 17 anos (minha irmã também, sim nós somos gêmeas rsrs) Ela é a única pessoa da família que sabe que eu escrevo essa história e sou muito grata por ela não dizer a ninguém rsrs.
O presente que gostaria de ganhar de vcs seria que todos continuassem a comentar e curtir os capítulos, isso me deixaria muito feliz, de verdade.
Por hoje é isso pessoal, curtem, comentem e divulguem o romance. Bjs e até a próxima!
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Emo Apaixonado (Romance Gay) [CONCLUÍDO]
RomantizmJason Blake é um adolescente emo, que não tem amigos, nem tão pouco ganha atenção dos pais. Porém, toda essa dor, exclusão social e angústia sofrida durante seus 17 anos começa a desaparecer quando ele acaba esbarrando em um par de olhos azuis de ti...