O primeiro a se levantar foi meu pai, que vinha para cima de mim mas minha mãe o impediu.
-Finalmente Jason, o que deu em você? -disse ela me abraçando. É óbvio que eu estranhei essa atitude, só que mais estranho seria se fosse meu pai vindo me abraçar. Eu apenas fiquei parado.
-Qual o seu problema muleque? -gritou meu pai. Ele sabe o quanto eu odeio ser chamado assim mas não vou revidar em consideração a Daniel, que estava parado na porta apenas observando essa ceninha patética.
-Em primeiro lugar: meu nome não é muleque -disse olhando para meu pai. -Segundo: estou vivo então não precisam fazer essa cena de pais preocupados -disse olhando para minha mãe. -E terceiro: eu tive sim um motivo para fugir e querem saber o porquê? Por que simplesmente vocês não deixaram eu ir -expliquei os encarando.
-E o que você acha que ganhou com isso? Porque que eu saiba você acaba de ficar de castigo -disse meu pai furioso querendo partir para cima de mim.
-Eu sei muito bem o que ganhei e isso não interessa a você -respondi sério.
-Quem é esse daí? -perguntou o estúpido do meu pai.
-Esse é o Daniel, meu amigo -respondi sem dar muitas explicações.
-Espera... foi você que eu vi dirigindo o carro quando o Jason fugiu, o que você está fazendo aqui? -perguntou ele o olhando de cima a baixo.
-Isso aí, foi eu mesmo que vim pegar o Jason e estou aqui porque o trouxe de volta -respondeu Daniel tranquilamente.
-O que te faz pensar que é bem-vindo na minha casa? -perguntou ele.
-Me desculpa senhor, apenas estou aqui para explicar o motivo da fuga do Jason -disse ele calmamente. O que será que ele vai dizer?
-E porquê você não explica? -perguntou meu pai me encarando.
-Por que não! -respondi. Quando ele chegou perto o suficiente para me bater, Daniel ficou ao meu lado.
-Eu que vou dizer, não precisa fazer isso -disse Daniel colocando sua mão em meu ombro. Meu pai ficou sem reação mas para não arrumar mais problema, ele se afastou.
-Então pode começar -disse meu pai cruzando os braços na altura do peito.
-Jason e eu somos amigos já faz um tempo e eu precisava dele para me ajudar a cuidar do meu pai, que se acidentou recentemente e eu não consegui uma enfermeira para que o fizesse. Apenas minha mãe e eu não daríamos conta, então chamei ele. Jason aceitou na hora mas quando pediu a vocês não deixaram, a única maneira foi ele fugir de casa -explicou ele. Eu simplesmente não acreditava no que estava ouvindo, ele foi capaz de menti sobre Rodrigo, que estava super bem para me ajudar.
-Eu conheço a família dele e era o mínimo que eu poderia ter feito -disse para sustentar mais a mentira.
-E por que você voltou agora? -perguntou ele.
-Eles conseguiram encontrar uma enfermeira -respondi.
-Por que será que eu não acredito em vocês? Vamos lá, até semana passada nem sua mãe e eu sabíamos que você tinha amigos e agora aparece esse daí dizendo que são amigos há muito tempo? -disse meu pai desconfiado.
Eu estava muito nervoso mas tinha que ter cuidado para não demonstrar por que senão ele descobriria a mentira. Meu pai é advogado então ele sabe quando a pessoa mente. Eu tinha que manter o sangue frio.
-E por acaso vocês prestam a atenção em mim ou param em casa por pelo menos 3 horas? -perguntei irônico apontando para eles. Eu não sabia de onde tinha saído tanta coragem para enfrentar eles desse jeito mas agora que comecei vou até o fim.
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O Emo Apaixonado (Romance Gay) [CONCLUÍDO]
RomanceJason Blake é um adolescente emo, que não tem amigos, nem tão pouco ganha atenção dos pais. Porém, toda essa dor, exclusão social e angústia sofrida durante seus 17 anos começa a desaparecer quando ele acaba esbarrando em um par de olhos azuis de ti...