- Oliver!
Acordei suando frio, sentindo o coração bater violentamente contra o meu peito. Olhei para o outro lado da cama do hotel e ele não estava ali. Chutei as cobertas, ignorando o ar gélido se chocando contra a minha pele despida e entrei no banheiro.
Oliver estava usando apenas uma toalha branca - cortesia do hotel - enrolada em seu quadril. Seu abdômen estava molhado e o pequeno espelho enevoado devido à água quente do chuveiro. Ele me olhou assustado e eu fiquei vermelha de vergonha, por aparecer de forma tão desesperada.
- O que foi? Não consigo ficar tanto tempo sem tomar banho.
- Desculpa, eu tive um pesadelo - menti, quando na verdade, fiquei com medo de ele desaparecer outra vez.
Ele veio até mim e me abraçou, pressionando seu corpo quente e molhando contra minha pele sensível. Fechei os olhos e respirei lentamente, desejando que aquela sensação se eternizasse em minha mente, mesmo sabendo que seria impossível. É uma pena que a visão seja o único fato processado pela nossa mente. Imagina que bom seria se todas as nossas lembranças tivessem cheiro e... Calor.
Mais uma vez senti as lágrimas provocarem ardor nos meus olhos. Fechei-os rapidamente, expulsando as primeiras e fazendo com que as outras voltassem para o seu devido lugar. Infelizmente, Oliver escutou uma de minhas fungadas e afastou-se de mim, colocando as mãos nos meus antebraços.
- Julia... Ainda são cinco horas da manhã.
- E o que isso significa? - perguntei, com a voz um pouco mais alta que o normal.
- Que eu estou cumprindo seu desejo de deixar nossos problemas para Nova York.
Abaixei minha cabeça para evitar que ele me visse desfalecer novamente. Eu odeio admitir, mas sou sentimental - do tipo que chorou quando a Brooke se separou definitivamente do Lucas em One Tree Hill, fato que se repete na maioria dos filmes de romance com finais trágicos ou mesmo histórias de superação que passam em programas de auditório semanais - mas com a minha vida sempre foi diferente. Talvez porque deixei meus dramas em Jennings e me empenhei em construir uma vida segura em Nova York, pelo menos até agora. Já perdi as contas do quanto chorei, na frente do Oliver, sozinha e na frente da Grace.
Droga, eu poderia ser um pouco menos mulherzinha?
- Antes eu estava distraída pela vontade de transar - falei, em tom de resmungo.
Oliver sorriu e segurou minha mão, me guiando até a cama novamente.
- Eu ainda estou com vontade - brincou, tirando a toalha.
Fiquei observando-o se recompor ao vestir a cueca e desejei que aquela cena se repetisse várias vezes, não apenas em minha imaginação. Oliver veio em minha direção e me empurrou na cama novamente. Senti meu corpo relaxar diante da sensação maravilhosa de tê-lo em cima de mim. Eu o desejava há tanto tempo e com tanto ardor que até doía. Ficamos nos olhando por algum tempo, sem dizer nada um para o outro.
- O que foi? -ele perguntou, quebrando o silêncio.
Eu acariciei o seu rosto com a ponta do polegar.
- Nada... É só que antes eu precisava de uma desculpa para olhar para você - comentei, um pouco mais séria do que deveria estar.
Acho que já falei sobre o quanto ele é bonito, não é? Do tipo que consegue ficar elegante usando bermuda de surfista e regata estilo Vin Diesel. A barba loira aparada e o cabelo curto, estilo soldado conseguem deixa-lo ainda mais atraente... Como se os olhos pequenos e penetrantes já não fizesse trabalho suficiente.
Ele sorriu e esfregou seu nariz contra o meu, inclinando-se até minha boca, onde pressionou seus lábios contra os meus em vários selinhos que mais tarde se tornaram um beijo longo e intenso.
- Por que você foi embora do apartamento aquele dia? - perguntei, com os lábios ainda colados aos seus.
Darcy se afastou e deitou a meu lado na cama, olhando fixamente nos meus olhos. Coloquei o travesseiro sobre minha cabeça para que pudesse ficar mais confortável naquele colchão duro feito pedra.
- Eu surtei - respondeu, com a voz embargada.
Ele desviou seus olhos para longe e pude concluir que assumir fragilidade o assustava.
- Por que?
Darcy pegou no meu cabelo e ficou brincando com as pontas encaracoladas. Nosso olhar se encontrou novamente, espalhando uma onda de eletricidade sob meu corpo.
- Já fiquei com outras mulheres depois da Mia - começou, com a voz ainda rouca - Eu tentei resistir antes, mas os meses se passaram e ela continuava doente, então fiz uma barganha com a minha consciência de que não estaria a traindo desde que transasse apenas por desejo... Quando acordei na sua cama aquele dia e te vi a meu lado, tão linda dormindo, eu fui incapaz de lidar com a sensação de decepção comigo mesmo.
- Decepção por se permitir um pouco felicidade?
- Decepção por falhar na tarefa de não me apaixonar por você, algo que eu vinha tentando há muito tempo.
Ele me puxou para perto, alinhando nossos quadris. Encostei meu rosto no seu peito e deixei uma gota de lágrima escapar.
- Eu não vou conseguir te ver todos os dias sem poder te tocar.
Senti seu peito se mover no que foi um longo suspiro.
- Vai sim, eu não vou permitir que você se demita.
Fechei os olhos e inspirei seu cheiro de sabonete de hotel.
Desejei que aquele dia nunca amanhecesse.
Meninas, senti que falhei um pouco com a continuidade da história e deixei umas coisas para explicar por aqui. Então criei esse capítulo bônus, espero que gostem e opinem aqui embaixo. Obrigada <3
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Como suportar Oliver Darcy - COMPLETA
RomancePLÁGIO É CRIME. Julia Fischer conseguiu o tão sonhado estágio da Darcy Media Group, uma das maiores empresas de arquitetura do país. Faltando apenas dez meses para adquirir seu diploma em Administração, ela está mais focada do que nunca no trabalho...