Cheguei oito horas da manhã em ponto, como combinado. Trabalhar no escritório foi até fácil. Comecei com o básico, como arrumar algumas papeladas e atender telefonemas. Como o Sr Louis disse, aquilo era o básico do básico e durante a semana me daria outras funções.
Os dois primeiros dias foram moleza, só que a partir do terceiro dia... A coisa ficou mais difícil. A parte da agenda do Sr Louis, os telefonemas, emails e outras funcionalidades começaram a me desgastar. Cada vez mais exigia minha total atenção. Chegou sexta-feira e eu já estava um caco.
— Você se saiu muito bem — disse o Sr Louis — para quem nunca trabalhou em um escritório, está me saindo melhor que a encomenda.
Confesso que fiquei feliz pelo seu elogio. Até me deu um pouco mais de animação.
O Sr Louis disse que faltava ainda me levar até sua casa. Depois do escritório, sua casa era o segundo lugar onde ele mais ficava e como seu secretário pessoal seria meu local de trabalho também. Fomos de carro, não qualquer carro, uma Ferrari. Eu tinha pesquisado sobre meu novo chefe, mas na Internet não mostrava sua enorme fortuna. Eu estava impressionado com seu carro até conhecer sua casa. Uma mansão quase toda de vidro cercada de muros e guardas, uma verdadeira fortaleza moderna.
Em sua garagem, mais carros de luxo. Sua casa era ainda maior — se isso é possível — olhando pelo lado de dentro. Toda em tons rústicos, desde as paredes até os móveis só que não deixava de ser elegante e moderna. O segui silenciosamente até seu escritório pessoal. Não era muito diferente da sua sala no escritório de advocacia.
— O que achou? — perguntou meu chefe assim que entramos no escritório.
— Exuberantemente bonito, senhor.
A sala possuía um pequeno altar na parede: uma cruz e em baixo uma prateleira com uma Bíblia em cima.
Sua escrivaninha continha retratos, supostamente de sua família. Não ousei olhar para as fotografias, me sentia um invasor fazendo isso.
— Eu divido minha rotina em casa e no escritório. Você também fará isso.
Assenti nervoso com o modo como ele falou. O Sr Louis era um desconhecido pra mim ainda, mesmo ter passado essa semana toda ao seu lado. E se algo acontecesse sobraria para o novato aqui.
Dali em diante conversamos muito, ele me tirava as dúvidas sobre os horários e os cômodos que eu poderia circular. Anotava tudo sem deixar nada passar. Quando o assunto era família, o Sr Louis era bem rígido. Eu estava permanentemente proibido de falar com sua esposa e seu filho. Eles me seriam apresentados apenas uma vez, mas não seria hoje. Quando nos damos conta, já era mais das sete da noite e eu precisava ir embora.
Estava com a cabeça dolorida quando o Sr Louis finalmente decidiu que por hoje era o suficiente. Anna já devia estar preocupada pois não tinha avisado a ela sobre meus horários, até porque eles só me foram passados hoje. Meu celular estava desligado então deveria haver milhões de chamadas perdidas dela.
Meu chefe ofereceu seu motorista para me levar em casa mas recusei. Pegaria um táxi, evidentemente se essa for minha rotina não poderei pegar um táxi todos os dias mas era uma emergência.
A desvantagem de andar em uma rua de um bairro nobre é que não passa um único táxi ali. Liguei meu celular para poder procurar um número na Internet, estava virando a esquina quando bati de frente com outra pessoa. Quase cai de cara no chão e só não aconteceu isso pois a pessoa me segurou. Meu celular não teve a mesma sorte.
— Droga, droga, droga — me soltei dos braços da pessoa sem nem olhar pra ela, meus olhos estavam fixo no celular estilhaçado no chão — olha o que você fez!!! — gritava desesperadamente enquanto recolhia os pedaços do que tinha sobrado de meu smartphone.
— Desculpa cara, foi um acidente — a voz dele era grossa e penetrante. Algo dentro de mim se moveu.
Levantei os olhos para ver o dono da voz que me deixou tão mexido. Ele era lindo: cabelos escuros, olhos verdes em um rosto muito bem desenhado. Não usava camisa, só estava de calção e tênis, seus músculos estavam expostos, e que músculos! E que cochas, e que...
— Você está bem? — perguntou o garoto.
Pisquei algumas vezes, saindo do transe que me encontrava.
Me levantei e disse:
— Vou sobreviver. Mas você está me devendo um celular.
Ele riu.
— Não estou não. Seus pais nunca te ensinaram que não se deve andar distraído no meio da rua? — acusou ele.
— Me ensinaram a prestar atenção em babacas dirigindo e não correndo a pé.
Ele levantou as sombrancelhas. Eu tinha sido ignorante? Foda-se. Ele tinha quebrado meu celular novinho.
Tentei montar meu celular e ligar, mas parece que o coitado tinha morrido de vez por causa da queda. O garoto continuava ali em silêncio me observando entrar em desespero.
— Está tudo bem mesmo? — perguntou ele mais uma vez.
— Tirando o fato de estar em um lugar desconhecido sem chance de sair pois meu único meio de comunicação um idiota quebrou. Sim, estou ótimo.
Ele me passou seu celular sem pestanejar. Não esperava aquele gesto. Não ia recusar também. O peguei e disquei o número da Anna que graças à Deus tinha decorado na mente.
— Alô, Anna? Sou eu, John. Calma, estou bem. Meu celular quebrou — olhei para o garoto furiosamente — preciso do número de um táxi. Depois eu te explico o que aconteceu. Não, eu não fui roubado — revirei os olhos — nem sequestrado. Pelo amor de Deus me passa a porra do número. Como assim não sabe? Tá, tá. Tchau Anna, obrigado por nada!
— Quer um táxi? Só um minuto — ele pega o celular das minhas mãos, desliza o dedo sobre a tela e coloca o celular no ouvido, chama o táxi e passa a nossa localização. Ele era muito gostoso... O que eu estou falando?
— Pronto — diz ele.
Cruzo os braços e espero.
— Nossa desconhecido, muito obrigado por emprestar seu celular e também por ligar para o táxi pra mim. De nada!! — ironiza ele.
— Se você não tivesse quebrado o meu celular não haveria necessidade. É o mínimo que você podia fazer.
— Meu Deus. Não fazem pessoas educadas como antigamente.
O fitei furiosamente. Era estranho a sensação que estava dentro de mim, tudo muito intenso. Uma hora sentia raiva em excesso dele, outrora um desejo insuportável.
Dez minutos esperando até o táxi chegar, dez minutos de raiva, desejo e silêncio. Me mantive com a cara amarrada e de braços cruzados. Ele não disse nada, nem seu nome, apenas ficou ali me observando. Quando o táxi finalmente chegou eu corri e entrei sem nem olhar para trás, escutei apenas um "prazer em te conhecer" mas sabia que ele estava sendo sarcástico.
Quando cheguei em casa expliquei tudo à Anna, menos a parte que eu quase tive um orgasmo ao ver o garoto. Mesmo ela sendo minha melhor amiga, não achei que havia necessidade. Um desejo passageiro, garanto que nunca mais veria ele....
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O Filho Do Meu Patrão (Romance Gay)
Любовные романыMe chamo John Kennedy e tudo começou quando conheci o filho do meu novo patrão. Alto, forte e muito bonito, Júnior despertou em mim os mais obscuros desejos. Agora esconder essa forte atração que sinto do meu patrão religioso e chato enquanto tenho...