34. Um Possível Romance Part 2

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O escritório estava um caos naquela manhã. Jornalistas na entrada sedentos por notícias. Eu tive que entrar pelos fundos. Na recepção, perguntei para uma das meninas o que estava acontecendo:

— É sério que você ainda não sabe? — sussurrou ela baixinho.

Eu havia feito um voto com Anna. Ficaria off-line durante todas as férias, então nem peguei meu celular durante todo o tempo de folga. Sem internet eu realmente fiquei desligado do mundo.

— Está em todos os sites de fofoca de Fortaleza. Há dois dias não se fala em outra coisa — continua a garota, que pelo olhar brilhante, estava adorando o que estava acontecendo.

Não tive paciência para esperar ela contar, e durante o caminho até a sala do Sr. Louis, decidi olhar pelo celular, entrando no principal site de notícias da cidade. Era destaque a notícia na qual procurava e que me chamou a atenção por ter no título o nome do Júnior Louis.

A festa de noivado do filho do mais renomado advogado de Fortaleza, Júnior Louis, termina em baixaria e escândalo.

O mundo começou a girar, precisei encostar em algum lugar para poder continuar a ler a notícia.

Não é de hoje que Júnior Louis apronta, o autor dos escândalos supérfluos da burguesia cearense durante anos, dessa vez resolveu aprontar em sua própria festa de casamento. Tudo parecia ocorrer bem no evento até os dois, para surpresa de alguns e já não tão surpresa de outros, aparecerem totalmente alterados, apresentando traços de alcoolismo e em roupas rasgadas e amassadas. A surpresa da vez foi sua cúmplice e então noiva, Carla Findy participar de todo o vexame ao seu lado, e como dizia os bons votos matrimoniais que ainda não foram dados, na "alegria e na tristeza" precisaram ser trocados para "sóbrios ou bêbados" na qual fariam mais sentido para esse ilustre casal. Como se essa cena totalmente deprimente e fadada à ser digna de dó não fosse o suficiente, o noivo ainda solta a ilustre frase "Bem-vindos a p*rra do meu noivado v*ados", chocando totalmente todos os convidados ali presentes. Por enquanto, nem Júnior Louis e nem seu pai quiseram falar a respeito com a imprensa sobre o ocorrido.

— Merda — digo baixinho.

O que Júnior fez?

Não me diga que você não gostou.

Não gostei. Provavelmente meu patrão ou está matando alguém, ou planejando isso. Entro em sua sala, há várias pessoas lá, algumas eu sei quem são, seus diversos advogados — vários advogados para proteger um, ironia não é? — e vários agentes, no qual já havia conhecido em outras ocasiões, eles são responsáveis pela imagem na mídia do meu patrão e sua família. Um grande advogado, precisa zelar por sua imagem, segundo o Sr. Louis.

— Eu quero processar todos! Me entenderam? Todos! — gritava o Sr. Louis.

— O senhor sabe que não pode. Isso é barrar a imprensa — diz um dos advogados.

— Não ficaria bem para sua imagem — diz um dos agentes.

Ninguém nota minha chegada. Melhor assim. Procuro Júnior naquela sala abarrotada de gente, mas não o encontro, nem Carla. Devem estar escondidos da imprensa.

— Bem para minha imagem? — repete o meu patrão, enfurecido — e todo esse escândalo, você acha que fica bem para minha imagem? — grita ele.

Eu estou vendo a hora em que aquele velho vai dar um infarto ali mesmo. Ele está vermelho, soando muito mesmo com o ar condicionado no ultimo na sala. A verdadeira expressão "sangue nos olhos".

O Filho Do Meu Patrão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora