35. Sem Promessas, Sem Decepções

6.5K 475 237
                                    


Minha mãe costumava dizer quando eu era criança que a felicidade plena não é verdadeira. O que temos são momentos de felicidades, seguidos de grandes tristezas. O júbilo neste mundo nunca durará muito, pois somos feitos para gostar de tudo aquilo que nos provoca dor.

Eu sempre me perguntei o que eu era pra ela. Sua grande felicidade ou sua grande tristeza.

Isso nunca saiu da minha cabeça, me deixando, com o passar do tempo mais convicto que o que ela dizia era verdade.

A felicidade tem seu preço. Ele é alto e dura pouquíssimo. A tristeza é gratuita, mas ambos são frutos de nossas ações. E como minha mãe sempre deixou claro, o ser humano sempre adorou a dor, pois ela nos torna real. A felicidade não.

Estou passando diante ele, estou sem camisa. Desperto seu olhar quase que instantaneamente. Isso é encantador e ao mesmo tempo aterrorizante. Assusta porque eu gosto de ambas as sensações que são proporcionados em mim. Isso me excita e ao mesmo tempo faz o nível de adrenalina no meu sangue subir. É quase tão bom quanto as fodas que eu tinha com o filho do meu patrão no escritório.

O errado sempre despertou em mim as melhores sensações. Agora eu sabia disso.

Um ato inocente, como ir à cozinha beber água torna todo aquele jogo sexualmente maravilhoso.

A noite ele bate a minha porta.

Ao abrir o vejo descontraído e com um sorriso bobo nos lábios. Estou transformando nossa pegação em um jogo parecido com o que tinha com o Júnior, mas só com a parte boa. Meu primo está gostando. Eu estou gostando.

— Você adora provocar né — diz ele.

— Não sei do que está falando.

Ele ri, e eu não me aguento e começo a rir também. Há uma pequena sincronia de nossa felicidade naquele momento. São elos invisíveis, mas que estão ganhando cada vez mais força.

Ele fica sério. Há um brilho em seus olhos que me deixa desconfortável. Eu já vi aquele brilho antes, parece que foi há eras atrás.

— Você é especial, John.

Não esperava aquelas palavras. Fico muito sem graça. Não sei o que fazer ou dizer.

— Obrigado? — soou mais como uma pergunta do que um agradecimento.

— Você é o único que não consegue ver isso — seu rosto agora está sério, levando cada expressão de sua face a uma veracidade que me espanta.

— Você não pode simplesmente bater na porta do meu quarto a essa hora da noite e dizer essas coisas — brinco, querendo me livrar do clima sério que nos ronda.

Parece que deu certo, porque o seu sorriso volta mais descontraído que antes.

— Talvez porque esse, no momento, também seja meu quarto e eu precise dormir.

Ruborizo. Estou impedindo sua passagem. Então o deixo entrar.

Ao passar por mim ele me segura pela cintura. Sinto sua pegada forte, e instantaneamente estou de pau duro. Seu beijo é delicado. É estranho, porque até hoje Evan nunca havia me beijado assim. Seu olhar ao me observar também muda. É mais angelical do que safado. Tenho pânico ao pensar no caminho que aquilo está indo.

— Boa noite, John — ele me solta, ainda estou surpreso com suas atitudes.

Esse é o novo Evan. Me surpreendendo a cada instante.

Ele se arruma em sua cama improvisada. Me sinto tentado a chama-lo pra dormir comigo, mas eu sei que se eu desse esse convite seria um caminho sem volta.

O Filho Do Meu Patrão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora