12. Me Desculpe

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O.k.

Eu estava super enganado, e devia desculpas à Júnior. Mais tarde, comprovei a suspeita de que Carla havia me dedurado. Conversei com Stella, a moça do cafezinho. Ela me contou que Carla sonhava com o a vaga de assistente pessoal mas que estava proibida se candidatar. Uma prova no qual eu estava ou não procurando. Eu não queria que fosse verdade que Júnior tivesse contado a seu pai e ao mesmo tempo queria que tivesse sido ele para não precisar pedir desculpas.

Agora eu caminhava entre os enormes corredores do escritório torcendo para não encontrá-lo. Já adiava esse pedido de desculpas em duas semanas. Júnior não falava comigo, na verdade nem sequer me olhava nos olhos.

A sua atenção excessiva desde que começou a trabalhar com seu pai me sufocava e incomodava. Mas isso me deu uma dependência e agora com a ausência dessa mesma atenção me deixava deprimido e inquieto.

Ele fingir que eu não existo era pior do que a loucura que tínhamos feito na sala do meu chefe.

Cheguei em casa, mais um dia deprimido. Anna já estava sabendo de tudo. Desde a noite no apartamento de Júnior até a rapidinha no escritório do Sr Louis. É claro que ela não aprovou, mas também não crucificou a minha atitude. Perguntou se eu gostava dele.

— Não! — quase gritei.

— Você poderia pedir desculpas — sugeriu.

— Como? O cara mal olha pra mim. Como irei pedir desculpas à ele?

Anna ficou em silêncio por um longo tempo. Eu sei, era complicado.

— Vou pensar em algo — ela deu um grande sorriso amarelo de ternura e compaixão. Retribuí o sorriso do meu jeito, timidamente doloroso e cheio de remorso.

— Se houvesse um meio Anna, eu já teria encontrado. O problema é que ele nem sequer nota que eu existo.

— E se... — ela arregalou os olhos, como se tivesse descoberto algo — você arrumar outra forma de chamar a atenção dele?

Como?

Lendo meus pensamentos, Anna respondeu:

— É uma idéia louca — ela deu um grande sorriso.

— Talvez eu goste de loucuras — dessa vez imitei perfeitamente seu sorriso diabólico.

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Eu esperei a vontade do Sr Louis. E esperar a vontade e bom humor do meu chefe era a mesma coisa que você esperar ganhar na mega sena. Demorado e quase impossível.

Mas às vezes o impossível acontece, e o Sr Louis me liberou cedo para que eu resolvesse algumas coisas na rua. Aproveitei para por meu plano arquitetado por Anna em prática.

Dependia tudo do acesso ao apartamento de Júnior. Para isso necessitava das chaves. Não podia pegar as chaves dele. Júnior notaria a falta e eu estaria na cadeia antes de pedir minhas desculpas.

Então fui à mansão. Provavelmente ele teria uma cópia de emergência. E essa, meu caro amigo, era uma emergência.

Passei pela enorme casa silenciosamente. Não vi empregados e nem ninguém. O Sr Louis e seu filho ainda estavam no escritório quando fui dispensado. A única pessoa da família que eu poderia encontrar ali era a Sra Louis, esposa do meu patrão.

Minha sogrinha, pensei. Ri da besteira que eu havia pensado.

Dei de cara com a porta trancada. Que ótimo, preciso de uma chave para pegar outra chave.

O Filho Do Meu Patrão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora