Por John
Era o terceiro encontro que Anna havia conseguido só naquela semana. O rapaz que estava sentado no sofá da nossa sala tinha cabelos escuros, olhos castanhos, pele morena. Fisionomias que não me eram estranhas. Pelo menos agora eu tinha meu primo para passar por essas situações junto. Eu e Evan estávamos sentados em um sofá enquanto Anna e o garoto que ainda não tinha conseguido aprender o nome no outro.
— Tem chovido bastante não é mesmo? — começa o menino após um longo silêncio.
Evan e eu nos entreolhamos. É feio rir de uma pessoa tímida e em pânico. Mas qual é, começar uma conversa falando do clima é demais. Eu seguro o riso, mas Evan é daqueles caras brutos que não consegue disfarçar. Ele solta uma risada, fazendo eu e Anna segui-lo. Todos na sala começam a dar gargalhadas, menos o garoto que está quase chorando.
— Eu...eu lembrei que preciso ir — o garoto sai em disparada para a porta dos fundos que dá direto para a área de serviço.
— A saída é para o outro lado — grita Anna quase não conseguindo falar, ela segura a barriga e quase cai do sofá.
Eu juro que vi o garoto chorando quando ele passou pela sala. Eu sinto dó dele, e me sinto o pior ser humano do mundo, mas a situação foi engraçada. Evan ainda está rindo, por um momento nossas mãos se tocam e nossos olhares sorridentes se encontram. Eu tiro a mão logo em seguida e disfarço indo para o outro sofá onde Anna está. Contatos físicos ainda me causam dor.
— Me desculpe — digo, enxugando as lágrimas que desceram. Minha barriga também dói.
— Sem problemas. Ele era muito bobinho para mim — ela dá de ombros — e além do mais, eu não conseguia pronunciar o nome dele.
— Achei que eu era o único — diz Evan aliviado.
Todos rimos de novo.
Era bom esse clima suave que estava pairando. Anna se deu muito bem com Evan, não daquele jeito. Apenas se tornaram bons amigos. Por incrível que pareça, minha melhor amiga não se interessou pelo meu primo. Pelo contrário, os dois se tornaram quase irmãos, começaram a sair para os lugares sozinhos sem mim, ficarem de conversinha em apenas duas semanas. Confesso que fiquei com ciúmes. Dela, é claro.
— Você precisa parar de ficar marcando encontros via aplicativos de relacionamento e achar alguém na vida real como uma pessoa normal faz.
— Eu só estou me divertindo John. Não se preocupe.
— Será que realmente não devo me preocupar?
Ela me olha tipo "chega dessa conversa" então eu paro. Não vamos ter aquela conversa, não agora.
Anna pega o celular, ultimamente é só o que ela tem feito. Um universo de garotos, e um ainda maior de garotos fisicamente parecidos com o Carlos Eduardo.
— Precisamos levar o Evan para uma balada — sugere Anna.
— Já o levamos — lembro ela.
E já tínhamos mesmo. Semana passada eu e minha melhor amiga levamos meu primo em uma das baladas mais famosas de Fortaleza.
— Sim, mas não a uma balada LGBT.
Olho para o Evan, seu rosto é de surpresa como o meu.
— Não acho que seja uma boa ideia — digo.
— Porque não? — Anna ainda pergunta.
— Verdade. Qual o problema? — diz meu primo, para minha surpresa.
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O Filho Do Meu Patrão (Romance Gay)
RomanceMe chamo John Kennedy e tudo começou quando conheci o filho do meu novo patrão. Alto, forte e muito bonito, Júnior despertou em mim os mais obscuros desejos. Agora esconder essa forte atração que sinto do meu patrão religioso e chato enquanto tenho...