28. A Queda Part. 2

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Por Júnior

Uma hora somos a caça, outra o caçador. Um provérbio antigo, mas nunca desatualizado. Desde que o desgraçado do meu pai se mostrou o monstro que ele sempre foi, minha vida se tornou um verdadeiro inferno. Eu estava em suas mãos, tendo que seguir suas regras ou o grande amor da minha vida morreria.

A minha oportunidade de pelo menos fazer com que o Sr. Louis se frustrasse um pouco estava diante de mim: o poder de tirar seu sonho de muitos anos, entrar no mundo da política. Eu esperei a resposta ansiosamente até chegar um e-mail do presidente do partido dando o veredito:

Está feito. Apague isso.

Nunca tive tanta vontade de ir para o escritório como naquela manhã. Ver a cara do Sr. Louis após ser chutado do partido. De uma forma assustadora, eu me sentia bem com sua desgraça. Eu me alimentava das frustrações dele.

Me arrumei rapidamente e fui até lá. No caminho avisei a John que havia conseguido e pedi para ele apagar todas as mensagens por segurança. Por garantia joguei fora o smartphone que usei para trocar mensagens com John e enviar os e-mails.

Chegando no escritório, infelizmente não vi meu pai. Mas John estava lá.

— Onde está ele? — meus olhos investigaram o local mais uma vez à procura de um coroa furioso.

— Saiu furioso há mais ou menos 40 minutos.

— Então nosso querido patrão foi mesmo chutado — disse em um tom de gozação.

— Você não tinha certeza? — John estava um pouco assustado, olhos atentos e corpo rígido. Imagino qual foi a cena que ele viu do seu Patrão, por um momento o calmo e sereno Sr. Louis mostrou sua verdadeira existência.

— Nunca tenho. Com esses políticos não podemos confiar nunca. Por isso fiz backup para nuvem em uma conta privada antes de jogar o celular fora. Precauções.

Ele concordou com a cabeça, depois disse:

— Seu pai estava louco. Nunca o tinha visto daquele jeito. Destruiu a sala toda. Está uma bagunça. Estava indo pedir para que as faxineiras fossem lá dar um jeito antes que ele voltasse.

Ele precisava saber. Eu precisava contar. Quando abri a boca para dizer à ele, Carla apareceu:

— Júnior, podemos conversar um momento?

— Já vem quem não foi chamada — resmungou John em um tom audível o suficiente para ela escutar.

Carla o ignorou.

Deixei John emburrado com os braços cruzados para conversar em particular com Carla. Uma coisa que eu nunca faria há um tempo atrás, mas aquela garota que um dia ameaçou meu relacionamento com John se tornou uma aliada inesperada.

— Foi você? — ela quis saber.

— Desculpe, do que você está falando?

— O Sr. Louis saiu furioso daqui. Dizem que ele não entrará mais para o partido. Na verdade, não se fala de outra coisa no escritório todo. Quero saber se foi você.

Fiquei surpreso com a repercussão. Quanto menos pessoas soubessem, era melhor. Carla era uma aliada, mas não tão confiável assim. E além do mais, qualquer que fosse a pressão que meu pai fizesse nela, a loira contaria. Carla morria de medo do Sr. Louis.

— Não, não fui eu. Como faria isso Carla?

Fui esperto ao fazer aquela pergunta, agora com certeza ela estava se sentindo uma boba por ter cogitado na hipótese de eu ter algum envolvimento.

O Filho Do Meu Patrão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora