30. Felizes para Sempre

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Por John

Acordei com meu despertador gritando. Na tentativa de procurá-lo, derrubei alguma coisa o que me fez despertar na hora. Foi aí que percebi onde estava. O quarto de Júnior ganhou outra vida com os primeiros raios solares do dia. Eu já havia presenciado essa cena tantas vezes, mas agora, parecia tudo novo. Meu corpo dolorido e cansado me davam a certeza de que minhas memórias eram reais, que tudo que vivi na noite passada não passou de apenas um sonho. Isso era bom, eu acho.

Achei meu celular jogado junto às minhas roupas no canto da cama. Me vesti o mais rápido que pude e fui até a cozinha. Pela minha surpresa não havia ninguém lá, nem sequer um recado ou lembrete na geladeira.

Estranho.

Talvez não tão estranho assim, acusou minha mente.

Eu acordei com muita fome, então não acho que o filho do meu patrão se importaria caso eu assaltasse sua geladeira. Não importa se era o antigo ou o novo Júnior. Eu agora mal sabia distingui-los, e sinceramente, estava cansado de tentar fazê-lo.

Peguei uma maçã e terminei de me vestir, não iria espera-lo, pois sabia que ele não iria aparecer tão cedo. Depois de um tempo passando por tantas decepções você acaba se cansando de criar expectativas. Saí, deixando a porta encostada, afinal, não tinha mais as chaves de seu AP.

Consegui chegar no escritório a tempo, mesmo tendo vindo de um percurso mais longo que o normal. O meu patrão não havia chegado ainda. Me concentrei nas tarefas matinais que realizava todo dia, como conferir a agenda do dia, rever relatórios e pegar o maldito café expresso sem açúcar dele na cafeteria ao lado.

Eu tentava não pensar no assunto, no que aconteceu noite passada. Poderia significar tudo, mas também poderia significar nada. Na dúvida, eu fingiria que não aconteceu. Apenas um dia qualquer como sempre.

Só que o coração é traiçoeiro, e de vez em quando eu me pegava lembrando da noite passada. As dores do meu corpo também reforçavam os pensamentos impróprios.

Parece que você caiu em suas garras novamente.

Não adiantava, eu o amava incondicionalmente. E toda vez que esse amor era colocado a luta, ele vencia. Sempre venceria. O amor, o sexo, o desejo... todos falavam mais alto. Eu senti essa conexão vindo de Júnior também. Isso me fez perguntar pela primeira vez: se Júnior me ama como ele sempre demonstra, então porque de tudo isso? Porque o término? Porque agiu tão estranhamente esses últimos meses? Eram tantas perguntas que apontavam para uma única direção, uma única resposta. Eu precisava descobrir qual.

Meu patrão chegou tarde, às nove da manhã. Em seguida chegou Carla e depois Júnior com a mão enfaixada.

— O que aconteceu? — perguntei e instintivamente toquei em sua mão enfaixada assim que ele se aproximou, o que o fez se afastar do meu toque. Achei que era porque estava doendo, mas notei que era mais que isso.

Júnior estava frio de novo. Olhar morto, vazio.

Tudo bem, meu subconsciente disse, talvez ele seja nosso júnior apenas a noite conosco.

— Não aconteceu nada — diz ele e logo em seguida entra na sala do pai.

Fico sem reação. Eu deveria esperar isso. Eu estava me preparando para isso, mas estar preparado e passar são duas coisas totalmente diferentes. Eu sabia bem disso.

O Sr. Louis antes de trancar a porta do escritório disse que a reunião era particular, e em hipótese alguma era para interrompê-lo, inclusive eu estava de fora. Me perguntei o que meu patrão tanto queria com Carla e Júnior, só que eu tinha medo da resposta.

O Filho Do Meu Patrão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora