Capitulo 4 - I told you

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Meu rosto estava encostado sobre a porta de madeira fria, enquanto meus ouvidos aguçados tentavam ouvir o que vinha de fora. Eu ainda estava nua naquele quarto que parecia ser completamente sujo. Tentava tampar minhas partes intimas como se tivesse alguém ali me observando. Agora não tinha, mas antes tinha aquele cara nojento que me tocou de todas as maneiras possíveis, mas eu não tive nenhuma reação e acho que era por isso que ele ficou tão irritado.

- A novata é gostosa pra caralho, mas parece que está morta na cama, ela não faz nada e a única coisa que me fez sentir tesão foi ver aqueles seios maravilhosos. - o homem falava no corredor.

- Como eu imaginava. - a voz de Justin ecoou me fazendo ter um pequeno arrepio.

- Talvez por ser novata ela ainda demore a se acostumar, mas que o sexo foi ruim foi.

- Vamos conversar no meu escritório, lá as portas não têm ouvidos. - Justin falou parecendo sair dali e logo em seguida o homem aparentemente foi atrás dele.

O velho idiota me usou e depois foi me difamar justamente para a pessoa que ele não podia fazer isso. O que o Justin faria se eu me impusesse a fazer sexo com esse embuste repulsivo? Eu sei que sou boa na cama, qual é, eu já me relacionei com homens e tenho experiência o suficiente para saber satisfazê-los. Não importa o quanto de dinheiro ele vai dar, não muda o fato dele me causar ânsia. E como diabos Justin sabia que tinha alguém atrás da porta? Ele era um pai de santo por acaso? É só o que me faltava!

Os pequenos pedaços de pano que eram chamados de roupas estavam caídos no chão. Os peguei e me vesti bem a tempo de ouvir a porta sendo aberta. Era o tal Ryan. Eu ainda sentia seu olhar de pena pairar sobre mim, e eu odiava aquilo. Não precisava d9 olhar e sentimento de pena de ninguém. Ele me puxou pelo braço me fazendo voltar para o mesmo lugar de onde tinha vindo antes. Enquanto algumas mulheres me encaravam com um olhar vitorioso, senti meu corpo quase ser jogado contra a parede. Mary e Nicki vieram até mim preocupadas.

- Você está bem?

- Como foi o primeiro?

- Você reagiu? - elas se embolaram em meio a milhares de perguntas.

- Tudo o que aconteceu lá em cima pode ser bem definido na palavra: nojento. - foi só o que eu disse.

- A primeira vez é complicada. - Mary suspirou.

- Me diz que você fez alguma coisa, por favor. - Nicki disse com um olhar preocupado.

- Como assim fiz alguma coisa? - perguntei confusa.

- Fez o que o cara queria. - Mary explicou.

- Não exatamente. - abaixei a cabeça.

- 90% das garotas aqui foram encarceradas no primeiro dia simplesmente por não satisfazerem o cliente. - Nicki explicou o porquê de sua preocupação.

- E o que acontece exatamente quando vamos pra esse lugar de encarceramento?

- É diferente pra todas. Depende do motivo pelo qual você está lá, e quem vai... - Mary não terminou.

- Quem vai o que? - eu já estava aflita.

- Quem vai torturar você. - Nicki abaixou a cabeça.

- Torturar? Esses caras esqueceram que não somos animais? - eu quase gritei exaltada.

- Eu sinto muito Mia, mas a partir do momento em que você entrou aqui, você não é nada, você é só um objeto. Todas nós somos só isso. - Mary disse com a voz um pouco magoada.

Foi quando eu me toquei que elas também deviam ter suas vidas, não é porque estavam ali que foram prostitutas durante toda suas vidas. Elas eram garotas tão boas. Justin provavelmente tinha acabado com a vida delas, assim como ele queria acabar com a minha vida.

Sweet DebtOnde histórias criam vida. Descubra agora