Sweet Debt

Capitulo 20 - I Feel Trapped

Depois que Justin foi embora eu tive uma vontade quase incontrolável de quebrar tudo que estava à vista e só fui impedida de completar o ato por causa do tubo em minha veia.

Eu queria saber quando tirariam aquilo de mim, eu não estava doente para ficar presa a uma cama de hospital!

Ou clínica, como chamam.

Quem Justin pensa que é? Meu pai? Meu dono? Eu sinto muito, mas ele não tem nenhuma influência ou direito sobre mim. Nem se importar de verdade ele se importa, então eu não entendo o porquê desse circo todo.

Ele devia me deixar morrer em paz com meus vícios.

Depois de um tempo o tédio pairou naquele quarto e eu não tinha nada pra fazer. Não consegui dormir novamente, não podia me mexer direito e aquilo estava me dando nos nervos.

Sem falar que eu já sentia a necessidade de consumir mais droga por estar sem nada que ocupasse meu tempo, eu não tinha outras coisas para ocupar minha mente e acabava pensando nisso. Nem que fosse um simples cigarro de maconha, eu precisava de algo.

Algum tempo depois, horas eu podia supor, a mesma enfermeira voltou com outra bandeja cheia de remédios. Eu desejei que tivessem saquinhos contendo minha preciosa cocaína ali.

- Eu sei que você deve estar muito entediada e seu corpo apresentando suas necessidades óbvias. - ela dizia enquanto arrumava algumas coisas na bandeja - Mas é só por hoje. Geralmente estamos mais preparados para receber os pacientes, a família programa sua estadia por semanas, mas você veio tão de supetão que não pudemos nos preparar. Seu namorado..

- Ele não é meu namorado. Ele não é nada meu. - cortei sendo um pouco rude.

- Certo. - ela suspirou. - O Sr. Bieber sabia das regras e nós nem poderíamos aceitá-la, pra ser honesta, mas ele deu um jeito.

Com aquelas palavras a cena de Justin entregando malotes de dinheiro para alguém que seria o diretor daquela clínica dominou minha mente. Ele não tem limites.

- Quando vou poder tirar isso? - perguntei quando ela se virou pra mim.

- Agora mesmo. - ela sorriu e me entregou um comprimido e um copinho com alguma substância que não era água.

Resistir não ia adiantar nada, então eu tomei o comprimido junto com aquela substância verde tentando ignorar o gosto horrível que tinha.

A mulher começou a mexer nos tubos e eu fechei os olhos para não ver. O processo não foi doloroso, eu apenas senti aquilo saindo da minha veia e quando estava totalmente fora, foi um alívio enorme para mim.

- Eu acho incrível como é fácil lidar com você. - a mulher voltou a falar. - A maioria dos pacientes ficam rebeldes por semanas e até meses, até ver que não há outra maneira. Foram incontáveis as vezes que eu ouvi "Não sou viciado, posso parar quando eu quiser" ou "Vocês estão gastando dinheiro e tempo à toa comigo". Você está aceitando tão fácil.

- Na vida eu aprendi que Deus tem seus planos pra mim. Eu não sou do tipo que discute, que bate ou pé ou que fica chorando. Eu apenas aceito. Se for isso que tem pra mim, beleza, eu vou aceitar e aproveitar. Se não for pra ser, não vai ser. E outra, mesmo não querendo estar aqui, eu sei que é o melhor pra mim. - dei de ombros. - Não vejo motivo para ficar me lamentando.

- Gosto do seu pensamento. - ela sorriu e então apontou para um armário no canto esquerdo do quarto. - O Sr. Bieber deixou suas roupas aqui. Você pode tomar um banho e logo vou voltar aqui para te levar para conhecer a clínica e alguns dos pacientes. Eu se fosse você, colocaria uma roupa de esportes, pois eles gostam de bater uma bolinha de vez em quando.