Capítulo 25 - But no

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Mia POV

Eu até começaria isso dizendo que hoje era o Grande Dia se fosse mesmo um grande dia. Bom, é um grande dia dependendo de que ponto você olha. É meu casamento então é um grande dia, mas não pelo fato de ser meu casamento, mas sim pelo fato de eu estar sendo condenada a casar.

Meu celular começou a tocar e era Alex. Suspirei.

- Bom dia. - ele disse assim que eu atendi.

- Acha mesmo que hoje será um bom dia? - perguntei me levantando.

- Não é tão ruim assim estar se casando comigo. - ele fingiu estar magoado. Eu ri.

- Pode dizer que você preferia estar falando com a Amanda agora e eu tenho certeza que ela estaria animada com a ideia. Você está animado com a ideia? De nos casarmos? - ergui as sobrancelhas mesmo que ele não pudesse ver.

- Claro. - ele respondeu com sarcasmo. - É a vontade de Deus.

- Não, você, eu e até Deus sabe que essa não é a vontade Dele. - eu ri e Alex me acompanhou. - Estou ouvindo uns barulhos vindos lá debaixo, aposto que a dona Mercedes nem dormiu pra ter certeza que toda essa merda de casamento não desse errado.

- Eu tava pensando, naquele beco escuro eu ouvi dizer que tem um centro de macumba, talvez a gente pudesse fugir agora e ir lá ter certeza que alguma coisa impedirá esse casamento. - Alex fez uma voz pensativa.

- Ai que horror - eu ri. - Mas eu estou tão desesperada que talvez não seja uma má ideia.

"Alex desça aqui! Vai ser um grande dia, não teremos folga!" ouvi Maria gritando ao longe pelo telefone e então Alex bufou.

- Tenho que ir. - ele disse.

- É, eu ouvi o novo Deus te chamando. - eu ri.

- Pensa pelo lado bom: pelo menos você não estará casando com alguém que odeia. - Alex disse. - A gente se vê no altar.

- Não se minhas orações forem atendidas. - zombei, ele riu e desligamos.

"Pelo menos você não estará casando com alguém que odeia". De alguma forma ele estava certo, mas vendo por outro lado, a pessoa que eu mais odiava era a que eu queria estar com ela agora. Justin não saia da minha cabeça, e ao mesmo tempo em que eu o odiava eu gostava dele e queria estar com ele.

Eu odiava a confusão que se encontrava na minha mente sempre que eu pensava no Justin. Depois de todo esse tempo eu não consegui esquecê-lo ou pelo menos organizar meus pensamentos em relação àquele idiota.

Minha mãe me chamou depois que eu troquei de roupa. Eu coloquei apenas um short e uma camiseta - trajes que minha mãe achava mundanos demais, mas eu os escolhi justamente por isso - e fui vê-la. Ela me reprovou com o olhar assim que me viu e estava na porta do quarto dela, que estava fechada, não entendi o motivo.

- Vamos começar seu dia de princesa. - ela sorriu me puxando para quarto adentro onde havia várias pessoas ali. A cama tinha sido arrastada para o lado para ter espaço para todo o equipamento deles.

- Isso não é mundano demais, mãe? - perguntei sarcástica.

Ela me lançou um olhar feio, mas logo o desfez e me empurrou em uma cadeira que em frente havia uma mulher com uma lixa de unha na mão. Há tempos eu não fazia minhas unhas.

A tarde toda foi um tédio completo. Fiz as unhas das mãos, dos pés, fiz limpeza de pele, esfoliamento, fiz uma hora de massagem praticamente e quando o cabeleireiro que minha mãe desaprovou por ele ser gay e ela ser homofóbica - razões religiosas - acabou de arrumar meu cabelo já estava quase na hora do casamento, então eu já precisava colocar o vestido. Maria já tinha chegado pronta para me ajudar com isso.

Sweet DebtOnde histórias criam vida. Descubra agora