Capítulo 23 - God never fails.

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Depois de muita luta, consegui convencer a minha mãe que minha fé em Deus não seria abalada se eu não usasse saias longas e que para minha idade aquilo não era muito adequado. Ela demorou, mas finalmente permitiu que eu fosse para a faculdade com a roupa que eu quisesse desde que não fosse muito "mundana".

Já havia se passado quase um mês desde que eu tinha saído da boate e voltado para casa e não, Justin ainda não tinha aparecido e eu não sabia o motivo daquilo não me deixar tão animada.

Quer dizer, agora eu estava seguindo a minha vida, eu era uma garota normal novamente e não uma prostituta. Eu ainda me preocupava com Angie, Mary e Nicki e sempre estava pensando nelas e o quanto eu sentia falta delas, mas eu não podia fazer nada. Já pensei em várias maneiras de tirá-las de lá, mas nenhuma daria certo. Mas eu conseguiria livrar minhas amigas daquele inferno.

Há uma semana eu comecei a faculdade de direito de verdade. Eu tinha praticamente engolido os livros pra fazer uma prova de conseguir entrar, mas deu tudo certo. Minha vida estava mesmo tomando um bom rumo agora e eu gostava disso, mesmo que não gostasse de passar metade da semana na igreja praticamente.

Mas era uma consequência de se estar vivendo com a minha mãe.

Eu passei na lanchonete de um amigo da minha mãe e peguei um café para viagem. O dia hoje não estava frio, mas também não estava muito quente. Eu estava com uma calça jeans e uma camiseta e o cabelo preso em um coque.

Havia dois livros na minha mão e o resto do material da faculdade estava na bolsa.

Bebi dois goles do café enquanto caminhava para a faculdade e então vi Alex parado falando ao telefone e coçando a cabeça ao longe.

Minha mãe e Maria, a mãe dele, estavam sendo insuportáveis conosco. Toda semana tínhamos pelo menos dois encontros arranjados pelas duas e elas queriam mesmo que nós nos envolvêssemos. Não, Alex não era chato. Apesar de a mãe achar que ele é um crente convicto como ela, ele era capaz de conversar comigo sobre coisas diferentes, ele era um jovem comum longe da mãe. Ele era um bom amigo pra mim, não me deixava ficar sozinha na cidade, mas eu nunca teria algo mais sério com ele. E nem ele queria algo mais sério comigo.

Acho que ele era apaixonado por outra garota que eu não cheguei a conhecer ainda.

Ele se virou pra mim de repente e o sol bateu em seus olhos e ele ficou meio assustado ao me ver e não entendi aquilo já que ele sabia que todos os dias desde que comecei a faculdade eu vinha por aquele caminho sempre no mesmo horário.

Ele correu pra mim desesperado e colocou as mãos nos meus braços, olhando em meus olhos como se me implorasse perdão pela pior coisa existente nesse mundo.

- Desculpa Mia, eu juro que não é minha culpa, eu tentei impedir, tentei falar com a minha mãe, mas você sabe como ela é! Mia por favor, não me odeie, eu não queria isso, por favor! - ele disse rápido quase sem respirar.

Eu não entendi nada.

- O que foi Alex? - eu perguntei desnorteada. - O que aconteceu? O que não foi sua culpa? FALA!

- Você ainda não sabe? - ele me soltou parecendo mais calmo.

- Não sei de nada que possa ter causado todo esse seu pânico. - eu dei de ombros.

- Ah, é. Elas vão falar hoje à noite. Mia, eu não posso te falar o que é, mas eu já digo que não foi minha culpa. Não me odeie. Eu preciso ir, mas Mia, não se esqueça: eu quero isso tanto quanto você. - ele foi se afastando e quando vi correu pra longe.

Alex geralmente era bem sensato então ele não ficaria desse jeito por uma coisinha à toa. Agora eu estava preocupada, ainda mais que ele disse "elas vão falar hoje à noite". Isso significa que é algo das nossas mães. E algo que vêm delas, mesmo elas sendo de Deus e coisa e tal, nunca era boa coisa.

Sweet DebtOnde histórias criam vida. Descubra agora