Capítulo 1 - part 2

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Por que eu?

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Sinto o sol batendo em meu rosto. Ouvia sons dos pássaros e de outros animais cantando ao meu redor. Mas mesmo assim, eu não queria abrir os meus olhos. Eu queria pensar que aquilo tudo tinha sido somente um pesadelo. Que a Lisa ia vir, e me chamar para irmos tomarmos o café da manhã. E eu iria dar um bom dia para as Madres e minhas amigas. E depois eu iria para a escola.

Lágrimas começaram a escorrer pelo o meu rosto junto com os soluços. Porque eu sabia. Sabia que nunca mais ia ser assim.

Abri os meus olhos, mas logo depois eu os fechos novamente, por causa da claridade. Espero me acostumar um pouco e depois, abro novamente.

Observando ao redor, percebi que eu realmente estava na floresta. Depois de eu ficar olhando ao redor com os pensamentos um pouco longe, olhei para as minhas roupas que estavam completamente rasgadas. Felizmente, dava para cobrir algumas partes do meu corpo. Logo em seguida, me levantei e começei a andar pela a mata, para ver se eu achava o caminho de volta para o orfanato. Mesmo se eu ainda estivesse com medo de voltar para o orfanato, aquele lugar era a minha casa, o único lugar para onde eu poderia ficar.

Quando eu estava andando, acabo tendo algumas imagens de lembranças da noite passada. Mas algumas imagens saiam em nubladas. Aquelas que eu conseguia ver, montravam como se eu estivesse correndo. Mas o estranho foi, quando eu olhei para baixo e ver que eu corria com quatro patas.

Outras imagens voltaram a passar um pouco mais rápido do que as outras, me causando tontura e encostar as costa em uma árvore. Desta vez, mostrava que eu estava observando um cervo, e logo depois lhe atacando. Agora eu estava um lugar que parecia que era um rio. Cheguei na beirada e vejo o meu reflexo na água. Um lobo de pelagem avermelhado e olhos brancos. É isso que eu sou? Um lobo.

A última lembraça que eu tive, foi quando parecia que eu estava em um penhasco. Eu olhava diretamente a lua, que ser a mais brilhante desse ano. E logo depois eu o uivo para ela. Dando um uivo forte e poderoso, que daria para ouvir de longas distancia...

Respiro fundo e volto a andar em uma pequena trilha que achei. Com o pensamento cheia de perguntas. O que tinha acontecido? O que foi aquilo? O que eu sou? E por que eu?

Eu estava chorando novamente. Relembrando as palavras da Madre Rose: Monstro. Deve ser isso o que eu sou. Um montro. Mas o que eu mais tenho medo, é se as Madres mandar para eu ir embora do orfanato. Para onde eu iria, eu tenho somente 13 anos. Meu aniversario. Era para ser o melhor dia. Mas virou o pior.

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Estou na porta do orfanato. Não consigo ouvir nenhum barulho. Acho que todo mundo devem estar dormindo ainda. Mas estou sem a chave para abrir a porta. A minha única opção, foi apertar a campainha. Depois de alguns minutos, ouço passos apressados vindo em direção a porta. A maçaneta começa a se mexer.

Até que ouço o tric e a porta foi aberta. O meu coração desesperou. A Madre estava me encarando com um rosto com nenhuma expressão. Mas ela estava diferente. Os seus olhos estavam avermelhados e com olheiras. Deve ter chorado praticamente a noite toda. O seu cabelo estavam despenteado e algumas mechas caiam em seu rosto.

-T-tia Ro... _ desconfortável tentei falar, porem ela me interrompeu.

-Entra. _ disse abrindo mais ainda a porta.

Encarei novamente o seu rosto que estava do mesmo jeito, e com as lágrimas nos olhos acabei entrando. Ouço a porta sendo fechada. Viro e vejo a Madre Rose apontando para a sala. Sentei em uns dos sofás, e ela no outro. Parecia que queria ficar bem longe de mim. As minhas mãos começaram a suar e tremerem sem parar. A minha garganta ficou seca. Por causa do me nervosismo.

-T-tia Rose eu... _ tentei falar, mas me interrompeu novamente

-Madre Rose. Não quero que você me chame mais de tia. Nunca mais. _ disse fria. Aquilo foi como um soco no estômago. -Só irei te dar um aviso. _ deu uma pausa e apontou o seu dedo para o meu rosto. -Quero que você arruma as suas roupas que você vai trocar de quarto.

-Então vocês não vão me mandar embora do orfanato? _ um sorriso voluntário apareceu em meu rosto.

-Isso é o que eu mais queria, infelizmente não posso. _ o meu sorriso desfez na hora. O que aconteceu com a Madre Rose? -Quero que você arrume as suas roupas o mais rápido possível, para mudar de quarto.

-Mas que quarto que eu vou? Onde eu sei, não existe mais nenhum quarto vago. _ perguntei sem entender

-Claro que tem. _ ela olhou para a minha cara de confusão e deu um sorriso maligno. -No porão.

O meu rosto ficou pálido. Eu podia ir em qualquer lugar, menos ao porão. Era o lugar que eu tinha mais medo. Por eu ter um trauma ainda criança. Aos 5 anos, quando sem querer acabei ficando trancada lá dentro no escuro. Quando eu finalmente tinha saído, fiquei chorando por horas. E nunca mais, tinha coragem de entrar novamente. Pior disso foi que a Madre Rose, sábia muito bem disso.

-Não... Por favor ti- Madre Rose. Qualquer lugar menos no porão... por favor... _ supliquei chorando

-Como você diz Ana. _ disse o meu nome com desprezo. -Não tem mais nenhum outro quarto. Somente aquele.

-Por favor... Pode ser na sala ou na varanda. Qualquer outro lugar menos lá. _ falei chegando perto

-NÃO ME TOQUE!!! _ gritou quando eu tentei segurar a sua mão. Com o susto acabei dando três passos de distancia. Eu chorava sem parar, com soluços um atrás do outro. -Vai fazer o que mandei. _ disse voltando a calma de antes. -AGORA! _gritou novamente depois de perceber que eu não mexia.

Olho pela a última vez em seu rosto, e vou em direção á escadas. E começo a subi-las. Mas paro quando ouço vozes lá na sala.

-....ão acha que foi um pouco dura com ela. _ reconheci essa voz, era da Madre Maria. Com certeza ela estava falando com a Rose.

-Nenhum pouco. _ falou fria

-Mas ela é só uma criança _ tentou me defender. Será que a tia Maria ainda gosta de mim?. Senti a um pingo de felicidade esquentar o meu coração.

-"Criança" _ ri sem humor. -Ela é um demónio, um montro. E você viu muito bem isso. _ Eu não sou um monstro... Era isso que eu queria acreditar...

-Mas Rose, ela ainda é só uma crianç...

-Nem termina essa frase Maria. Mesmo ela ainda sendo criança. Ela pode muito bem matar as outras. É isso você quer que acabe acontecendo, Maria? _ ficaram em um tempo em silêncio. Até que a Maria responde.

-Então o que você planeja em fazer? _ não, ela também? -Não poderíamos tirara ela daqui sem uma causa. Se contamos a eles que ela vira um montro, ninguem vai acreditar. _ as lágrimas começaram a escorrer novamente em meu rosto. Coloquei a mão em meu rosto para tampar os meus soluços.

-Não precisa se preocupar Maria tenho tudo planejado, eu... _ eu não esperei para ouvir o resto. A dor em meu peito estava insuportável. Abro a porta do meu quarto e logo depois a fecho novamente. Deitei em minha cama tampando o meu rosto com o travesseiro. Estou sozinha novamente. Pensei. Por que sempre as pessoas que eu mais amo vão embora ou virão as costa?. Meus pais, agora as Madres e as minhas amigas. Não tenho mais ninguem. Tem a mim. Levanto a cabeça rapidamente. Procuro pelo o quarto inteiro. Para ver se eu acho o dono da voz. Com certeza estou ficando louca. Não está. Disseram novamente. Como... Até que me relembro da noite passada. É a mesma voz. Sou eu mesma. Quem é você? Perguntei mentalmente, tomara que der certo. Malu. Respondeu. Malu? Perguntei feliz. Sim, a sua loba

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