Depois que ele terminou de falar, acabei ficando por um momento pensativa. Tanto tempo, acreditei que eu não tinha nada para que me ajudasse a descobri minha verdadeira origem. Me lembro que algumas das garotas do orfanato tinha pelo menos algo para se relembrar ou saber por que foram deixadas naquele lugar. A maioria havia cartas, outras objetos herdados dos pais, ou até mesmo fotos que algumas garotas que tinham perdidos a sua família em acidentes. Mas eu não tinha nada. No entanto, nunca pensei que a muito tempo eu herdava algo tão simples, mas por trás um significado surpreendente que era um pouco difícil de acreditar.
Agora mais que tudo, pude acreditar que tenho realmente uma família, um pai. E olhando para ele ao meu lado, vi que me observa a cada movimento que eu dava. Havia também um olhar de cautela. Era como se qualquer movimento errado que ele fizesse, eu sairia daquela porta e nunca mais voltaria para vê-lo. Isso era um pouco sem sentido, mas eu não posso negar que o meu coração se aqueceu com esse gesto.
-Obrigada. _ falei agradecida olhando diretamente para ele enquanto eu abria o meu melhor sorriso que acabou deixando ele completamente perdido.
-Pelo o quê? _ Apesar da sua pergunta eu não respondi, apenas me permaneci ali sorrindo igual uma boba.
Quem diria que caindo naquele penhasco, me traria uma vida completamente nova. Aqui eu encontrei pessoas que realmente se importavam comigo. O amor da dona Sueli e dos pequenos, a amizade de Alice, Gabriele, João e Carlos. O Hector... E agora encontrei os meus pais. Claro que teve momentos indesejáveis como a nojenta da Catarina e a pequena briga entre mim e o Jorge. Mas eu agradeço enormemente a deusa lua por ter guiado o meu caminho até aqui. Se não fosse assim eu nunca poderia ter encontrado um amor sincero.
-Você parece feliz. _ comentou Jorge me tirando no meu pequeno mundo e senti as minhas bochechas queimarem, fazendo ele rir.
Olhei para para o seu rosto e vi que voltava a olhar para o retrato da minha mãe, percebi como que aqueles olhos castanhos antes eram tão escuros de tristezas agora brilhavam tanto quanto estrelas. Isso só demonstrava o verdadeiro amor que ele tinha pela sua esposa. Um amor e uma grande saudade. Tanto tempo que já tinha se passado mesmo assim havia relembrando lembranças tão bonitas que nem o próprio tempo poderia apagar. O seu olhar mostrava tudo isso. Me permaneci quieta para não lhe atrapalhar o seu momento.
Depois de um tempo ele olhou para mim novamente com um sorriso triste na qual eu retribui.
-Eu acho que já tenho que ir, já está ficando um pouco tarde e não avisei a dona Sueli que eu iria vir até aqui. _ comentei quando os meus olhos caíram na pequena janela onde deu para ver o céu já escuro. Ouço um suspiro aborrecido vindo do Jorge.
-Mas já? _ perguntou fazendo uma careta que eu acabei me forçando para não rir.
-Sim, se por acaso eu chegar mais tarde com certeza irei encontrar uma dona Sueli furiosa em casa. _ falei um pouco ansiosa, no entanto eu não sei se foi a minha imaginação o outra coisa, mas parece que o Jorge teve um tipo de tremedeira como se sentisse frio e um olhar desespero apareceu rapidamente. Olhando para a sua reação, fiquei curiosa em saber o que a dona Sueli fez para que ele estivesse aquela reação. Mas antes de ter alguma chance a tocar neste assunto ele pegou na minha mão me puxando para fora da sua casa com uma maior pressa. E desta vez eu não consegui segurar a minha risada.
-V-Vamos vou te levar até cabana da dona Sueli. _ percebendo que a sua voz saiu um pouco mais fraca do que queria forçou uma tosse para disfarçar um pouco. -Quem sabe o que aconteceria se algum ómega atacasse você. Não sei por que aquela velha gosta de morar tão longe da alcateia...

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Minha Loba
WerewolfDepois da sua primeira transformação, Ana nunca foi a mesma. E o motivo? Foi que as pessoas que ela mais amava a chamaram de MONSTRO. Apartir daquele dia teve que conviver com a dor e a solidão. Porem tudo muda, quando ela vai há um acampamento na c...