Minha Loba

Capítulo 47

-Como ela morreu? _ perguntei com a voz baixa e a olhei com os olhos lacrimejados.

-Por que você está me perguntando isso agora Ana? _ perguntou dona Sueli se assustando um pouco pela a situação que eu estava agora.

-Por favor dona Sueli, me diz... Como ela morreu? _ perguntei novamente querendo desesperadamente a resposta.

-Não sabemos... _ falou após de ficar me encarando atentamente por um tempo, e soltou um longo suspiro enquanto baixava a sua cabeça. -Naquele dia estavamos em uma guerra, ou melhor... A maior guerra que nós já tivemos. Ela estava grávida já estando no último mês para que você finalmente nascesse. O Jorge teve que ir para guerra, mas antes, para poder proteger toda a alcateia, principalmente a sua esposa e filha. Ele a escondeu em junto com algumas outras pessoas em uma esconderijo um pouco longe da alcateia. No entanto, a coisa mais horrível aconteceu. Aquele esconderijo acabou sendo achada e atacada pelos os inimigos. E acabou matando todos naquele local. O alfa pareceu que tinha sentindo que algo estava errado, e sem editar voltou naquele mesmo dia. Quando ele viu todas aquelas pessoas mortas, se tornou completamente outra pessoa, por causa do seu desespero e da dor. Ele imaginava que vocês duas tinham morrido. Eu não sabendo como, ele acabou sentindo o cheiro da sua esposa em uma trilha da floresta. Ele pensou que ela tinha escapado, e com a sua última esperança acabou indo atrás da sua esposa. Mas infelizmente já era tarde demais. Ele a encontrou morta em uma cabana abandonada, e eu não posso nem imaginar o quanto destruído ele tinha ficado. O mistério foi a forma de como ela morreu. Não havia nenhum machucado grave em seu corpo. Nada que comprovasse que ela tinha morrido por alguma magia negra de uma bruxa. Não havia nada...

       A cada palavra que ela dizia, a voz dela se tornava cada vez mais fraca, era claro a dor que ela se sentia por relembrar e me contar essas coisas. No entanto, em todo o momento, eu fiquei no canto da parede sem ao menos fazer um único som. A dona Sueli não poderia saber como a Kinbble morreu, mas eu sim. Eu sonhei com isso. Sonhei como ela se sacrificou a sua vida para salvar a minha. E agora ao saber disso, não pude de deixar de sentir que eu sou a verdadeira culpada pela a sua morte.

-Ana... _ a dona Sueli chamou pelo o meu nome, mas mesmo assim eu permaneci quieta, não tendo mais coragem de olhá-la nos seus olhos. Se não ao caso contrário, ela iria acabar ver as lágrimas que enxeram nos meus olhos.

     Talvez por pensar demais eu acabei não percebendo como ela se aproximou ao meu lado tão rápida, apenas senti que ela estava perto, quando os seus braços me rodaram e me puxaram para um abraço caloroso. Eu fui pega de surpresa, mas eu não demorei muito para retribuir o seu abraço. Sem aguentar por mais tempo acabei deixando que as lágrimas caíssem. -Não chore por favor... Você acabou de descobrir que tem um pai, e eu aqui falando em coisas ruins, por favor Ana me perdoa..

-Não dona Sueli, você não tem nenhuma culpa. Lembre-se, fui eu que pedi para que você contasse como a Kinbble tinha morrido. É eu que deve que te pedir desculpa... Acabei fazendo você se lembrar de coisas dolorosas. Eu só uma idiota mesmo... _ falei enquanto a apertava ainda mais nos meus braços.

         Quando nós nos separamos eu dei um beijo na sua bochecha e segurei nas suas mãos, que acabou fazendo ela abrir um leve sorriso.

-Obrigada dona Sueli, você me ajudou muito, sem você eu ainda não saberia o que acreditar. _ falei também abrindo um sorriso.

-Apenas acredita no seu coração que tudo vai dar certo... _ disse abrindo mais o sorriso enquanto se afastava. -Eu já estou indo por enquanto, mas não se esqueça. Se precisar de mim é só me chamar.

-Eu irei... _ falei com sinceridade. E comecei a ver ela se virar para ir embora, mas antes de ela ir, ela se virou e olhou nos meus olhos.

-Ana antes de tudo, tenta dar uma chance para que o alfa Jorge, uma chance para ele poder se torna o pai que ele sempre sonhou em ser... _ depois de ela dizer isso foi embora sem ao menos me deixar falar.