Quando eu entrei naquela floresta, eu corri como se aquilo fosse a minha salvação. Mas os galhos secos das árvores rasgavam a minha pele e a minha roupa, quando eu entrava ainda mais na mata. Porem eu não me importava, eu somente tinha que chegar naquela cachoeira. E mesmo eu não sabendo onde era caminho até lá, eu sentia que era o único lugar que eu precisava ir. Mas por um momento as memórias com as coisas que eu fiz, passaram pela a minha mente sem que eu permite, fazendo com que eu desviasse a minha atenção. Com isso eu acabei escorregando na lama quando eu fui desviar de uma árvore que pareceu do nada na minha frente, porem eu cai de barriga no chão, quase de cara. Me permaneci assim por pouco tempo, me levanto devagar e fiquei de joelhos, um pouco curvada apoiando as mãos no chão, de cabeça baixa. Todas essas lembranças me machucam, fisicamente e mentalmente, e eu fico sem saber o que fazer. Apenas senti que as lágrimas saíssem dos meus olhos, sem aos meus comandos molhando todo o meu rosto.Eu tinha pensado que, aqui seria finalmente o meu lugar, que eu era igual a todos, mas deste o primeiro dia mostrava sinais que isso não era verdade. Como pode ser o meu lugar, se eles pensam ou acham que eu sou uma aberração, depois quando viram a minha loba. Mas por incrível que pareça, eu não tenho rancor da Malu ou raiva, porque simplesmente ela foi a única que sempre esteve do meu lado, me protegendo.
Entretanto pensei em que coisas não poderiam tornar mais ruins do que isso. Mas eu estava enganada. O silencio da floresta foi quebrada quando um forte trovão balançou a terra, que me fez estremecer, e logo depois veio a chuva, que aos poucos misturaram com as minhas lágrimas. E cada gota de de uma lágrima era uma lembrança. Olhei para cima vendo aquele céu nublado enquanto algumas gotas caiam em meu rosto. Com isso acabei me lembrando que uma vez com um tempo igual a esse, tinha sido a primeira vez, que após das madres do orfanato em me julgar dizendo que eu era um demónio, tinha conseguido escapar daquela prisão que foi o porão. Eu tinha permanecido naquele lugar por um mês, porem pareceu anos, e em todas as noites eu chorava me culpando e odiando a mim mesma, por eu ser assim. O motivo que destruiu a minha vida. Mas após da minha fuga pelo a porta do fundo, e depois fui para aquela floresta. A minha loba queria fugir de lá, mas eu era covarde. Contudo não era somente isso. Quando eu tinha encontrado aquele lago misterioso, me aproximei e a fiquei observando. Me lembro que depois começou a chover, e precisava a voltar antes que descubram da minha saída. Porem eu dei um último olhar para aquele lago, e fiz um pedido. Queria que alguém me amasse do jeito que eu sou. Mas eu tive poucas pessoas assim, mas todos foram tirados de mim. Eles não se importaram com os meu sentimentos, somente pensaram em eles mesmos.
Tem gente que diz, que o tempo cura as feridas em nosso coração. Mas eu não me curei nenhum pouco, e com essa dor tenho medo, medo por ser o que eu sou, as pessoas próxima de mim me rejeitam. Naquelas lembranças, acabei me lembrando o que eu costumava ser, quando eu era livre e feliz. Como era antes do mundo cair aos meus pés. E ter uma vida de solidão. Mas isso não me importa mais, eu não poderia viver no passado mesmo que queresse. Somente tenho enfrentar, apesar de tudo, de cabeça erguida para o futuro. Com esse pensamento me levantei e sequei as lágrimas no meu rosto. Também percebi que a chuva já tinha parado, e eu estava completamente encharcada. E o meu vestido azul, que agora parece marrom por causa da lama. Mas o estranho era que a minha loba estava inquieta, e parece que o motivo era que precisamos ir até naquela cachoeira, mas eu ainda não sei o porque. Porem voltei a correr na floresta, e agora eu não pretendo mais em desesti, só pararei quando eu já esteja lá.
Eu passei correndo desviando das árvores que entravam na minha frente. Eu não sabia o caminho, começo a seguir os meus instinto. Parei no meio na floresta, e fecho os meus olhos para eu concentrar, nos sons ao meu redor. E como previsto, consegui ouvi água caindo, da cachoeira. O som vinha mais para o lado direto, e foi naquela direção que eu comecei a correr. Os galhos voltaram a me machucar, mas eu não parei, somente comecei a correr mais rápido. Um suspiro de alivio saiu da minha boca, quando finalmente eu vejo a cachoeira na minha frente. Os meus olhos brilharam com a beleza do lugar. A água era cristalina, que dava para enxergar os peixinhos, e o fundo. Mas o que me impressionou mais, foi o arco-íris que vinha na cascada. Me aproximei mais e coloquei a minha mão na água. Me surpreendi quando senti que mesmo depois daquela chuva a água não estava gelada, mas morna. Comecei a retirar o meu vestido, ficando só de roupa íntima.
Coloquei primeiro, o meu pé na água para eu me acostumar melhor a temperatura. Mas logo mergulhei sentindo a lama que antes estava no meu corpo, sair aos poucos. Aquela água da cachoeira era purificador, eu me senti tranquila e em paz. Comecei a nadar mais fundo, tendo uma linda vista onde que eu nunca irei me esquecer. Voltei a superfície respirando fundo aquele ar puro. Fechei os meus olhos, desejando, ficar ali por muito tempo. Mas eu não podia, então dei o meu último mergulho e voltei para a terra.
Peguei a minha roupa que estava no chão, e comecei a lavá-la na água. Quando acabei, coloquei estendido em árvore, para poder secar um pouco antes de eu colocá-la. Me deitei na grama, sentindo os fracos raios do sol, baterem na minha pele. Olhei para o céu, que ainda havia algumas nuvens, mas eles tinham um tom de alaranjado por causa que o sol já está se pondo. Logo já iria anoitecer, então eu me levanto, e vou andando na direção da minha roupa. Porem eu parei quando ouço galhos se quebrando. Me agacho devagar e pego um pedaço, de madeira no chão, e o segurei firme em frente do meu corpo, como modo de ataque.-Quem está aí? Apareça!! _ gritei na direção do barulho. Fiquei um tempo assim, até que ouço novamente, o barulho do galho se quebrando.- Eu sei que tem alguém aí; então para de ser covarde e mostra a sua cara. _ digo irritada.
Mas eu acabei afastando três passos, quando o barulho se tornou mais forte. E logo depois um homem saiu atrás de uma árvore. Mas quando eu vi o seu rosto, cause me faltou ar de tão lindo. Ele parecia ser mais velho que eu, era branco mas um poço moreno, tinha cabelos muitos pretos curtos e bagunçado; que caia um pouco em seu rosto. Mas o que me impressionou foram os seus olhos acinzentados, quase pretos. Mas os meu olhos desviaram para a sua barriga onde estava sem camisa. Porem eu acho que fiquei encarando naquele lugar por muito tempo, imaginando se ele fazia academia por ter aquela forma. Porque quando consegui desviar o olhar, eu vi que ele tinha um sorriso convencido no rosto.
-Gostou? _ perguntou sínico, me fazendo corar violentamente.
-Q-quem é você? _ perguntei nervosa ainda corada, tentando de tudo para não sair correndo dali. Eu segurei mais firme a madeira, pronta para qualquer movimento suspeito, para eu ir para cima. Ele começou a se aproximar, e eu comecei a me afastar.
-Não precisa ficar com medo, eu não mordo. Claro só você quiser né. _ sorriu debochado. E eu corei mais ainda, fazendo com que eu desviasse o olhar. -Porem, eu não sei se eu vou me segurar, vendo você vestida assim. _ quando ele acabou de falar, olhei na sua cara vendo um olhar de malícia. Isso me desarmou por completa. Larguei a madeira no chão, e corri na direção da minha roupa me vestindo, ouvindo a risada dele do outro lado. Eu acho que a cor que estava era vermelha, agora com certeza está roxo.
-S-se você pensa em me atacar, melhor já se preparar pela uma bela surra. _ falei já vestida, tentando soar confiante e seria. Porem eu ainda sentia as minhas bochechas queimando.
-Se eu quisesse te fizesse algum mal, eu já teria feito a muito tempo. _ falou tranquilo, se sentando na grama, observando a cachoeira. Mas mesmo ele não parecesse perigoso, me permaneci três metros longe dele ainda em pé.
-O que você faz aqui? _ perguntei curiosa. Começando a me acalmar.
-Esse lugar se tornou o meu favorito, então sempre quando eu tenho um tempinho venho aqui. _ quando falava os seus olhos se encontraram com os meus, como se quisesse me mostrar a verdade através deles.
-Por eu deveria acreditar? _ perguntei com duvida. Porem ele somente mostrou o seu sorriso de convencido.
-Por que não? _ rebateu rindo, e eu revirei os olhos. Respirando fundo.
-Por que você acha que eu deveria acreditar em um estranho? _ falei o desafiando.
-Talvez, mas que tal você conte-me os seus segredos, e faça-me as suas perguntas? _ falou agora sério. Fiquei o observando vendo se ele ainda estivesse algum rasto de perigo. Porem nada. Não sei se isso é ruim ou não, mas acabei me sentando na grama; ainda me permanecendo em distante e alerta.
-Como assim segredos? _ perguntei desconfiada.
-Bom, me conte sobre você. _ falou com sinceridade, mas eu olhei em seus olhos, contudo eles sempre me deixam hipnotizada, e isso estava me deixando assustada.
-Não, primeiro me conte sobre você. _ falei depois de um tempo.
-De mim, não tem muito o que contar. _ diz distante.
-Mas eu quero saber. _ afirmei, ainda desconfiada.
-Se quer tanto saber. _ sorriu com deboche. E eu o olhei irritada. Porem ele me ignorou. -Bom, eu me chamo Hector Brockelman...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Loba
Hombres LoboDepois da sua primeira transformação, Ana nunca foi a mesma. E o motivo? Foi que as pessoas que ela mais amava a chamaram de MONSTRO. Apartir daquele dia teve que conviver com a dor e a solidão. Porem tudo muda, quando ela vai há um acampamento na c...