Eu corria na minha forma de lobo sem parar, por toda a floresta tentando chegar o mais rapido possivel ao meu destino. Tudo isso era por causa de uma sugestão de suspeita que surgiu através das profundezas do meu coração no momento em que deixei Ana sozinha na alcateia. Uma premonição ruim, parecendo me dizer para voltar o quanto antes para o seu lado, ou seria tarde demais. Cada vez que eu pensava nisso a ansiedade tomava conta de mim, por causa disso que me transformei e começei correr como um louco, e aproximando cada vez mais no centro da floresta, era naquele lugar que a bruxa morava.
Eu sentia os galhos das folhas se chocarem contra o meu corpo. Mas a pelagem do meu lobo protegia a grande parte, não me causando nenhum dano. Felizmente depois de meio dia consigo chegar ao meu destino.
Apesar dos anos, a casa da bruxa permaneceu na mesma, com aquelas plantas estranhas que eram decorados como flores em seu jardim, e a casa que no exterior era tão acabada que poderia desmoronar em qualquer momento. No entanto, eu sabia que aquilo era apenas um feitiço de disfarce que no interior era tão lindo e espançoso, muito diferente do que era do lado de fora.
Estando aqui, me trouxe lembranças dolorosas, lembranças do momento que descobri que a companheira que eu procurava já tinha morrido quando nasceu...
Fechei os meus olhos respirando fundo, tentando parar de pensar nisso. Mas o estranho, era que não estava sendo tão doloroso como antes, quando eu voltava a me lembrar disso. Acho que isso esta relacionado quando voltei acreditar que a minha companheira não morreu, que de algum modo ela ainda esta viva, esperando por mim.
Apenas quero acreditar, que eu realmente estava certo, e para isso eu precisava tirar as dúvidas de muito tempo atrás. Pensando nisso levantei a minha mão e dei algumas batidas na porta, e esperei. Mesmo depois de esperar por algum tempo não houve nenhuma resposta, mesmo assim continuei esperando um pouco mais. Mas quando vi que realmente não havia nenhuma reação, o medo e o desespero tomou conta de mim. Será que ela não morava mais aqui? E se ela mudou para outro lugar? Como vou achá-la? Mais que droga! O que devo fazer agora??
Apenas uma dúzia de segundos, pensei em muitas consequências "horríveis demais para contemplar". Além da ansiedade e o pavor que começava a me dar uma forte dor de cabeça.
-Hector? _ quando pensei que não havia mais nada que eu poderia fazer, essa voz chegou bem ao lado do meu ouvido como um sussurro de um fantasma. Mas isso foi o suficiente para curar o medo no meu coração.
Me virei ansiosamente, olhei um pouco desconfiado para aquela mulher que respondaria as tão esperadas perguntas. O rosto dela carecia de expressão, e seus lábios levemente abertos em um arco, evocando um traço de um sorriso impassível. Um dos seus braços apertaram-se contra seu vestido verde, comprido e enevoado, que varria o chão. No outro braço carregava uma cesta cheias de ervas. Mas apesar do seu rosto bonito e jovem, por trás dela havia uma bruxa velha e sabia, que usava magia para se manter jovem. Isso era um tipo de ritual das bruxas, que sempre valorizavam a beleza. Mas para isso, necessitava ultilizar sacrificios de crianças ou retirar corações de garotas jovens que eram muito bonitas, e as ultilizavam na sua magia. Felizmente essa bruxa na minha frente usava ervas e um pouco de feitiço para ter esse efeito.
-Aiai, depois de tempo você continua no mesmo. Tão desconfiado e idiota. _ disse a bruxa com um suspiro parecendo se lamentar, e isso me irritou profundamente.
-O que você disse? _ perguntei em um rosnado. Se não fosse para eu precisar de resposta eu já teria pulado em seu pescoço e o rasgasse em mil pedaços. -Olha com quem você falando sua bruxa metida. _ rebati, mas isso apenas a fez rir como se acabou ouvir uma grande piada.
-Pode ficar latindo a vontade Hector, mas saia da frente está broqueando o meu caminho. _ a ver que ela estava me tratando como um cachorro fiquei com tanta raiva que eu ate poderia esta soltando fumaças pelo nariz.
-Você esta me chamando de cachorro? _ perguntei
-Meu deus Hector, saia da frente que tenho mais coisas para fazer. _ sem esperar por uma resposta minha, colocou a sua mão um meu ombro e me impurrou para o lado e passou pela porta. E olhando para as suas costas, um sorriso voluntario apareceu em meu rosto. Ela também continua na mesma. E sem esperar por mais tempo acabei seguindo atrás ela.
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Cheguei até um lugar que era um pouco mais pequeno do que as outras salas. Mas eu me lembrava muito bem daqui, era o lugar onde a bruxa fazia as suas feitiçarias e seus novos ingredientes. E o resultado disso, a sala se tornou completamente lotadas de livros, prateleitas que guardavam os potes com um liquidos de cores estranhas, também o forte cheiro de ervas espalhava por cada canto da sala.
Com um pouco de esforço eu consegui achar um lugar adequado para eu poder me sentar. E me lembrei mentalmente, que já na hora avisar aquela mulher para dar uma boas arrumação nesse lugar.
-Você ainda continua a olhar para o meu lugar de conforto com tanto nojo, que as vezes eu tenho me segurar para não lhe dar uma boa panelada. _ a voz dela apareceu ao meu lado e revirei os meus olhos, mas depois acabei sorrindo em sua direção. Quando eu a via se aproximar, os meus olhos cairam na jaqueta que estava em suas mãos.
-Isso... _ com um olhar atordoado olhei aquela jaqueta, enquanto algumas lembranças vinham na minha mente.
-Pegue essa jaqueta. _ disse e me jogou em meu rosto, mas peguei antes que me atingisse e acabei segurando com um pouco mais de força que o normal.
-Como a minha jaqueta sumida foi aparecer aqui? _ perguntei ainda sem entender, e sem tirar os meus olhos naquela jaqueta.
-O que você acha? Não foi você mesmo que a esqueceu aqui? _ perguntou em sorriso provocante. Ouvindo isso levantei o meu olhar desanimado para ela. Não era preciso para ela me dizer mais nada, eu me lembrava disso. Foi quando tinha vindo aqui para cá, querendo saber sobre a minha companheira, mas no final acabei saindo descontrolado e esquecendo essa jaqueta. -Eu nem sei o que tem de tanta importancia nessa jaqueta...
-Ela foi me dada por meu pai um mês antes de sumir. _ falei irritado por causa do seu tom de voz que ultilizou.
-Grande coisa. _ falou desisteressada. E eu rosnei com raiva, mas apenas a fez sorrir. Apesar de tudo eu sabia que ela estava apenas querendo me provocar. -Você não vai agradecer essa vovózinha aqui não?
-Parece que você bateu a cabeça em algum lugar, e não consegue mais pensar direito bruxa. _ ironizei
-Pare de me chamar de bruxa eu tenho nome. Eu me chamo Sofia, mas você deve me chamar de vovó Sofia. _ disse rindo orgulhosa.
-Parece que a velhice acabou com a sua cabeça. _ zombei
-Garoto você deve respeitar os mais velhos. _ disse, e me deu um forte tapa na cabeça. -Mesmo eu tendo essa cara jovem lembre-se que fui eu a sua babá quando era apenas um moleque bagunceiro. Eu me lembro muito bem, quando você corria pela casa toda pelado e gritava que não queria tomar banho.
-Sofia... _ digo com raiva e a olhei com um o olhar mortal. Mas isso não foi o suficiente para esconder o meu contrangimento.
-Olha só gente, o grande soberando alpha sabe corar de vergonha. _ riu essa bruxa metida. Mas deixei isso de lado, e comecei a ignorar as suas provocações.
-Mas porque você guardou essa jaqueta por tanto tempo? _ perguntei olhando seriamente em seus olhos, e deixando aquela brincadeira de lado.
-O motivo? _ perguntou abrindo um sorriso brilhamente. -Porque eu sabia que mais cedo ou mais tarde você voltaria para consertar o seu erro.
-Então você já sabe o meu objetivo em ter vindo aqui. _ falei me levanto e me aproximei ate que fiquei na sua frente. -Então me responda Sofia, ou eu ficarei maluco. Por favor me diz, fale que a minha companheira não morreu, me diz que ela ainda esta viva....
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Até quinta-feira....
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Minha Loba
WerewolfDepois da sua primeira transformação, Ana nunca foi a mesma. E o motivo? Foi que as pessoas que ela mais amava a chamaram de MONSTRO. Apartir daquele dia teve que conviver com a dor e a solidão. Porem tudo muda, quando ela vai há um acampamento na c...