Capítulo 56

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        Segui atrás deles com a cabeça baixa, caminhando até em uma mesa que era mais afastada que as outras. E naquele momento, era para eu estiver reparando aquele lugar com mais curiosidade, mas a verdade havia um grande desinteresse. Os meus pensamentos simplesmente voavam muito longe daqui.

       Eu não conseguia entender o que tinha acontecido comigo naquela hora na escola, era como se eu perdesse completamente o controle do meu corpo. A raiva que me controlava. E naquele pouco tempo, a minha propria loba Malu estava tão fora de si, em busca de sangue, se não fosse o sino da escola a tocar, conseguisse me distraisse para eu voltar o controle de mim mesma, haveria um grande desastre que iria custar a vida de outros.

         Eu mesma desejei acabar com aquele miseravel do pai da Catarina, no entanto, como seria se pessoas que não tinham nada a ver com isso, entrasse no meio daquela briga e eu não conseguisse me controlar?

        No final as minhas mãos acabaria sendo manchadas com sangue dos inocentes. E eu me culparia por toda a minha vida.

       Por isso eu sinto medo. Tenho medo de perder o controle novamente de mim e da Malu. Eu não sou idiota, eu sei que a minha loba é diferente dos outros lobos da alcateia. A Malu é especial, mas o seu poder, pode trazer um enorme desastre. E ainda por cima tem alguma coisa estranha acontecendo com ela. Antes de eu chegar ate aqui nessa alcateia, Malu era uma grande tagarela, mas agora ela está tão quieta que nem quando eu a chamo ela me responde. Eu fiquei bastante preocupada com as suas mudanças, mas, com tudo o que tinha acontecido nesses dias acabei deixando esse assunto um pouco de lado.

          Mas agora tenho um forte pressentimento que cada dia que vai se aproximando do meu aniversario, esse estranho poder da Malu vai crescendo cada vez mais. E talvez, esse poder não sera mais possivel para eu controlar.

          Com todo esse conflito, o que eu mais desejava era que tudo voltasse ao normal, e não machucar ninguem, principalmente as pessoas que são importantes para mim.

-Terra chamando Ana!! _ uma voz irrante gritou em meu ouvido enquanto segurava os meus ombros e me balançava sem parar. Com um olhar irritado olhei para o rosto de Alice que também me olhava com humor e com um sorriso brincalhão.

      No momento que eu iria abri a boca para responder, sinto uma mão a ser colocada em topo da minha cabeça e bagunçava os meus cabelos. Olhei para o lado e encaro a Gabriela que estava segurando uma casquinha de sorvete de morango.

-Esse é seu. _ disse enquanto me oferecia o sorvete. Fiquei olhando para o seu rosto um pouco atordoada, porem, depois de hesitar um pouco acabei pegando o sorvete em sua mão, e abri um fraco sorriso. 

-Obrigada... _ murmurei agradecida que fez a Gabriela rir e se sentar do meu lado.

          Olhei ao redor e estranhei quando não vi o João nem o Carlos na mesa.

-Onde está o Carlos e o João? _ perguntei

-O Carlos foi ao banheiro, e o João esta ali conversando com aquele menina. _ diz a Gabriela bufando irritada e apontou para uma direção mostrando onde estava o João, que conversava com uma garota de óculos que sorria brilhantemente para ele.

-Parece que alguém está com ciúmes. _ a Alice disse com uma risada e olhando para a Gabriela que nem deu atenção pelo o que ela tinha falado, apenas continuava a olhar com um olhar mortal na direção da pobre garota que falava com o João.

        Logo depois o Carlos chegou e sentou ao lado da Alice que encarava ele com um olhar de nojo e reclama se ele já tinha lavado as mãos antes de vir para cá. Mas Carlos apenas ignorava as suas provocações e olhava ao redor observando tudo com desinteresse.

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