Abri os meus olhos com um pouco dificuldade, mas logo os fecho quando uma forte claridade os machuca. Espero um pouco, até que os abro novamente. A primeira coisa que eu vejo, é o teto do meu quarto. Aos pouco eu tentava me lembrar como eu fui parar ali, mas as lembranças de eu ter matado àqueles homens não me agradou nem um pouco. Porem o que mais me assusta, é que eu não me sinto culpada. Mas também nem sei o que eu sinto. Entretanto, a minha ultima lembrança foi da cachoeira. Sei que alguém me ajudou chegar até aqui. Mas quem?Eu sai dos meus pensamentos, quando ouço a porta sendo aberta. Tento me levantar, mas somente consegui foi soltar um gemido de dor. Voltei a me deitar, respirando com dificuldade, só consegui virar a minha cabeça, vendo a dona Sueli se sentando na beira da cama segurando uma bandeja. Olhei para o seu rosto, e vi que tinha um sorriso carinhoso.
-Como você está? _ perguntou ela, ainda sorrindo porem com um olhar distante.
-Parece que eu fui esmagado por um caminhão _ murmurei, estranhando a minha voz, que estava mais rouca que o normal.
-Não se preocupe, isso é normal. _ disse
-Por que? _ perguntei curiosa
-Você dormiu por dois dias. _ falou suspirando, e os meus se arregalaram. -Mas podia ser pior. _ continuou
-Como assim? _ estranhei.
-O tiro que você ganhou, nela havia um veneno, capaz de nos matar em minutos. _ me olhou com curiosidade. -Mas o mistério, foi como você conseguiu sobreviver?
-E-eu não sei, dona Sueli. Talvez poderia ser um engano, que fosse outro veneno... _ falei confusa, mas ela negou com a cabeça.
-Não Ana, eu também sou uma curandeira, e tenho certeza que a bala tinha o veneno. _ afirmou.
-Mas como? _ a minha cabeça estava parecendo que ia explodir, de tanta confusão deste que cheguei aqui.
-Eu não sei. Mas você pode me ajudar a descobrir. _ falou e eu a olhei sem entender.
-Como? _ digo quase em um sussurro.
-Me diga o que aconteceu naquela floresta. _ eu desviei do seu olhar com o coração acelerado, e respirando com dificuldade.
Eu estava com medo, medo do que a dona Sueli me achasse que sou um monstro, após de ela saber que eu matei. De ela me julgar, e não me perdoar pelo o que eu fiz. Mas será que ela me entenderá?. Eu não sei o que eu faço, eu não conseguiria mentir para ela, após dela cuidar tão bem de mim. Porem o meu coração se acalmou um pouco quando senti a sua mão aperta na minha.
-Calma. _ falou gentilmente quando percebeu o meu desespero. -Deve foi difícil para você, então quando você se sentir melhor, sabe onde me encontrar tudo bem? _ perguntou e eu concordei com a cabeça. -Bom, eu trouxe uma sopa para você, mas não sei se ainda está quente. _ falou mudando de assunto, me mostrando a bandeja em seu colo. Com um pouco de esforço eu consegui me sentar, enquanto a dona Sueli colocava a bandeja no meu colo.
-Obrigada. _ agradeci, com um sorriso fraco. Peguei a colher e experimentei a sopa no prato, sentindo que era a melhor sopa que eu já experimentei. -Está muito bom, dona Sueli. _ elogiei.
-Que bom, mas vou deixar você aqui. Porque eu ainda preciso preparar o café da manhã, para os pequenos. _ diz se levando.
-Então, ainda vai dar tempo para eu ir para a escola. _ falei calma.
-Eu não sei Ana. _ falou ela um pouco hesitante. -O seu ombro não está bom, você vai precisar de mais descanso.
-Eu já estou bem melhor, dona Sueli. _ falei sorrindo, porem eu mesma duvidei. -E também eu não posso mais faltar as aulas.
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Minha Loba
WerewolfDepois da sua primeira transformação, Ana nunca foi a mesma. E o motivo? Foi que as pessoas que ela mais amava a chamaram de MONSTRO. Apartir daquele dia teve que conviver com a dor e a solidão. Porem tudo muda, quando ela vai há um acampamento na c...