☆ Capítulo 03 ☆

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Maycon narrando:

Estava curtindo um som com os moleques da quebrada, e minha irmã saiu toda, toda. Perguntei aonde ela ia e a mesma disse que ia buscar uma amiga em Copacabana. Pelo o que eu entendi, a mina é patricinha. O nome dela eu ainda não estou lembrado, mas de uma coisa eu sei, tomara que seja gata. Afinal, mina bonita é sempre bem-vinda no meu morro.

Hoje é dia de baile, mas não é um baile qualquer, afinal é meu aniversário. Nada mais e nada menos que vinte e quatro anos, estou ficando velho, eu sei. Já mandei os moleques dá uma ajeitada na quadra que logo menos eu estou chegando.

Sou o subgerente do tráfico de drogas aqui na Rocinha. Sou um cara tranquilo, corro pelo certo, mas quem deve vai pagar. Eu não curto descontar minha raiva nos moradores do morro, geralmente eu me isolo e fico na minha antes de fazer merda.

Estava distraído terminando de arrepiar meu cabelo com gel, quando minha irmã me chamou no radinho pedindo pra ir buscar ela e a amiguinha na entrada do morro. Vesti uma camiseta polo preta, peguei a chave do carro e sai de casa. Sou um cara solidário, mas na real eu estava louco pra conhecer a famosa bonequinha de luxo.

***

Depois de conhecer a novinha, pude constatar que era uma tremenda gata. Já mandei o papo pros moleques que não quero ninguém rondando ela, essa daí já é minha.

Depois que deixei as duas no baile, desci do carro e fui cumprimentar alguns parceiros que estavam na entrada. Bandidos de outras facções aliadas. Ali também havia algumas piranhas se insinuando pra mim, uma delas veio se esfregando eu mandei ralar logo de cara. Recebi alguns olhares surpresos, mas meu esquema era outro.

Depois de um tempo, resolvi entrar pro fluxo. Subi um pouco no camarote. Misturei groselha com vodca e fiquei sentado no sofá olhando o movimento lá em baixo. Tirei minha arma da cintura e coloquei na mesinha de centro, beberiquei um pouco da minha bebida e fiquei trocando ideia com meu parceiro, Douglas.

Ele me ofereceu um trago do seu baseado, mas eu neguei não curto usar a droga que eu vendo. Meu pai sempre me ensinou jamais usar a droga do movimento, graças a ele sou o que sou hoje. Christian, meu herói. Foi morto brutalmente por vários policiais, não é atoa que hoje em dia eu odeio todos dessa raça.

Passei meu olhar pela multidão até avistar a novinha dançando. Nada mal pra uma patricinha de Copacabana. Levantei-me e sai andando, deixei o Douglas falando sozinho, e o mesmo começou a resmungar:

— Tô falando contigo! Gamou na patricinha?

— Sai fora louco, tu sabe bem o que eu quero com ela. — Sorri de lado, e Douglas deu mais um trago na erva.

— Tô ligado. Tem certeza que não quer nem um pouquinho? — Ele estendeu o "beck" pra mim.

— Tu sabe que eu não curto, tô suave.

— Já é, patrão.

Fiquei numa distancia razoável, onde dava pra vê-la perfeitamente bem. Encostei-me à parede só fitando os movimentos que ela fazia pra me provocar. Senti meu pau latejando por dentro da cueca, chegava ser dolorido.

Tomei mais um gole da minha vodca e deixei meu copo com um vapor que passava do meu lado. Caminhei em passos lentos até ela, quando me aproximei, sem hesitar, grudei minha boca na dela e a puxei com tudo pra perto de mim. 


A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora