Capítulo 56.

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Chegamos na boca e fomos entrando. Passamos por alguns vapores e eu perguntei de Maycon, os mesmos disseram que ele estava na salinha com uma mulher. O que me pareceu muito estranho, eu não poderia imaginar que Maycon estivesse me traindo. Mas dessa vez, nenhum deles me impediram de entrar.

Carla logo encontrou Douglas, e preferiu me deixar entrar sozinha. Sinceramente, eu não estava preparada para o que eu iria ver. Fui em direção a salinha, quando estava me aproximando abri a porta com tudo, sem ao menos bater.

 Mãe? O que faz aqui? - Pergunto confusa.

 Filha! - Ela sorriu e veio até a mim e me abraçou.

Era tão bom sentir o abraço da minha mãe, senti tanta falta disso. 

 Aconteceu alguma coisa? 

 Rayanne filha! Eu estou indo embora. Vou voltar para SP. Nesse tempo que você ficou fora, eu conheci melhor o amigo do seu pai, me apaixonei por ele. E nós dois vamos morar junto. Tentei falar com você hoje de manhã, mas não consegui. Você já pode arrumar suas malas querida. Vim te buscar, você sabe né, que eu nunca pisaria meus pés aqui nesse lugar nojento. Vim falar com seu, melhor nem dizer. Então vamos ?

 O tia, tu não vem falar da minha favela não. E completando o que a dondoca não terminou de dizer, sou o homem da sua filha! Já é? - Maycon permanecia serio. 

— Vamos Rayanne, esse lugar podre não é pra você. Olha o jeito que esse cara falou comigo, vai mesmo querer viver em um mundo de bandidos? 

 Eu não vou, mãe. 

 Como? 

 É, eu não vou! Me desculpe, mas a senhora disse que esse lugar não é para mim. Esqueceu que foi para cá que você me mandou, quando me expulsou de casa? Aqui sim eu sou feliz, pode ir mãe. Sempre que der, eu vou te visitar. Só esclarecendo, esse bandido é aquele que me abrigou, quando o mundo me deu as costas. Ele me apoiou, me protegeu. Aqui é o meu lugar! - Sorrio fraco. 

 Isso é o cumulo, você vai se arrepender. E quando isso acontecer, vai ser tarde demais. - Minha mãe sai batendo a porta. 

Eu não esperava por isso, mas fazer o que. Sinto uma lágrima escorrer no meu rosto, mas logo faço questão de limpa-la.

 Trouxe açaí pra você! - Aponto a sacola e Maycon sorri. 

 Valeu amor, e ai tudo bem? 

 Não, mas vai ficar. - Sorrio e Maycon selou nossos lábios. 

 Ela veio pedir para te deixar na rua, assim tu voltaria pra SP. 

 Nossa! E você, o que disse? 

 Que nem morto tu sairia do meu lado! 

 Eu te amo tanto! - Digo olhando em seus olhos. 

 Eu te amo mais, minha rainha!

Sorri igual a uma boba. No começo eu achei que essa relação não daria certo, que eu seria mais uma na lista dele. Mas cada dia que se passa, ele me mostra o contrário. Meu coração está quase explodindo de tanta felicidade.

Enquanto Maycon tomava seu açaí, eu aproveitei para ficar o admirando. Pela primeira vez, vi ele ficar com vergonha, o que foi muito engraçado. Conversamos, demos risada e nos beijamos muito. 

 Princesa é melhor tu voltar pra casa, ta ficando muito movimentado.

 Beleza Maycon! - Sorrio e me levanto de seu colo. 

 Maycon? - Ele estreita os olhos. 

 Seu nome, não? 

 Pra tu, é amor novinha. 

 Beleza, amor. - Sorrimos.

Maycon abriu a porta e nós saímos da salinha. Logo avistamos Carla na maior agarração com Douglas, é claro que o Maycon se incomodou com isso. Pedi para ele se acalmar e não fazer nada que ele pudesse se arrepender, afinal ela sabia o que estava fazendo. Foi difícil, mas ele disse que iria se controlar. Fomos nos aproximamos deles. 

 Vocês dois ai, podem se soltar. Não quero saber dessa putaria! - Puxei Maycon pela camiseta e ele me olhou torto.  Pelo menos, não na minha frente. - Ele acrescentou e eu sorri. 

 Já é, irmão! - Douglas respondeu.

Carla estava com preguiça de andar, então resolvemos ir de moto. Montei na garupa e saímos, como sempre ela correndo demais. Em poucos minutos já estávamos em casa, desci da moto e esperei por ela. 

— Amiga você bem que poderia me ajudar a pilotar uma moto né? - Faço carinha de cachorro sem dono.

 Com essa cara ai, não tem como negar. Pode ser amanhã amiga? Hoje eu quero tomar um banho e capotar. 

 Pode sim! - Sorrimos e entramos dentro de casa. 

***

A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora