☆ Capítulo 07 ☆

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Quando subo para meu quarto, a primeira coisa que faço é pegar meu celular. Desbloqueio o mesmo e vejo que havia dez ligações perdidas, abri o registro de chamadas e vi que era da Carla. Ela deve estar pirando e achando que a esqueci do jeito que a garota é dramática!

Resolvo retornar a ligação, cai duas vezes na caixa-postal, mas depois finalmente ela resolve me atender.

Início da ligação:

— Oi amiga, me desculpa, eu estava no shopping e acabei esquecendo meu celular aqui.

— Carla, não está em casa!

— Desculpe, mas quem está falando?

— Maycon.

— Não te deram educação? Saiba que é horrível atender ligação no celular dos outros.

— Ih, lá vem B.Ó!

— Eu nem sei por que estou falando com você, tchau!

— Relaxa tá na neurose, por quê?

— Acha que eu vou ficar falando com você depois que me bateu? Deixa de ser idiota, Maycon.

— Tu pediu por isso, eu não fiz nada além de ser legal contigo e olha que é raro eu sei assim, não se esqueça que tu também me acertou e eu não me esqueci disso.

— Problema é seu!

— Me responde ai, porque tu estava toda estressadinha?

— Primeiramente, porque eu te beijei, né? Vai saber onde você coloca essa boca, credo! Eu agi daquele jeito porque você é simplesmente tudo que eu disse.

— E ainda quer ter razão...

— Já acabou? Não tenho tempo pra você.

— Vai fazer o que? Viver no seu mundo cor de rosa?

— Tchau, cansei de falar com você.

— Vamos dar um role hoje? Sabe, só para colocar o pingo no i.

— Não!

— Ih, tô vendo que é mimada mesmo! Não curto mina assim não.

— Não sou mimada, favelado.

— Aceita então, patricinha metida!

— Eu...

— Te pego ás oito da noite.

Fim da ligação.

Não acredito que aquele idiota desligou na minha cara. Calma ai, ele vai vir me buscar as 20h00min, como assim? Respira, respira, respira Rayanne, e se ele me bater de novo?

Essa conversa com Maycon só resultou em uma coisa: fome. Vou em direção à cozinha e vejo minha mãe entrando pela porta. Caraca ela está mais linda do que nunca, de visual novo. Cortou o cabelo, roupa nova.

Ai sim em dona Flávia!

— Mamãe, que saudades, como está linda. — Corro, e a abraço.

— Minha menina! — Ela deposita um beijo em meu rosto.

— Como foi a viajem? — Pergunto. Mas na verdade eu queria mesmo saber, se ela e papai já estavam divorciados.

— Correu tudo bem filha, agora já está tudo resolvido.

— Hum...

— Venha! Tenho um presente para você!

Saio em disparada até o sofá e vou logo abrir a enorme caixa que minha mãe me trouxe.

— Ai, eu não acredito! — Sinto meus olhos marejar.

— Gostou meu amor?

— Se eu gostei? Eu adorei mamãe, muito obrigada!

Assim que eu abri a caixa, eu pensei que fosse mais um presente material. Mas assim que eu bati meus olhos naquela coisinha peluda e fofinha, eu senti uma felicidade enorme me invadindo por dentro. Peguei aquele cachorrinho no colo e comecei a brincar e a conversar com a minha bolinha peluda.

— Você precisa escolher um nome para ela filha.

— Sim, eu sei mãe. Mas ainda preciso pensar, pois quero dar um nome que seja especial para mim!

— Ok, meu amor! Agora vou subir, estou morrendo de cansaço.

— Tudo bem, mãe, eu não vou jantar em casa hoje.

— Posso saber onde vai jantar mocinha? — Minha mãe colocou a mão sobre a cintura e me encarou. Ela não tem ideia do quanto ficou uma gracinha daquele jeito.

— Com um amigo! — Sorrio de lado e dou de ombros.

— Hum, tudo bem!

Minha mãe se retira e enfim vou comer. Minha barriga já estava gritando dentro de mim. Pego minha nova amiguinha no colo e vou em direção à cozinha. Avisto algumas frutas na mesa. Sento-me e como até não aguentar mais.

Já saciada, me levanto da cadeira e caminho até o jardim. Lá, fico a tarde inteira brincando com minha cadelinha, quando começa a escurecer, eu a coloco na casinha e subo para meu quarto e começo a me arrumar.

A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora