Capítulo 45.

6.5K 343 15
                                    

Acordo já no outro dia e me levanto. Pego meu celular que está em cima do criado-mudo e vejo que horas são. São exatamente 07:00 horas da manhã, Maycon ainda dorme como um anjinho. Vou em direção ao banheiro e tomo um banho demorado. 

Desligo o chuveiro e me enrolo da toalha, volto para o quarto e escolho uma roupa. Hoje vou pedir para Carla me levar para conhecer o morro, pois eu só sei o caminho da entrada até aqui. Não sei como o pessoal daqui irá me receber, pelo o que percebi, Maycon é bem querido aqui na favela. 

Fiquei muito feliz, quando soube que Douglas é o novo sub do morro e não César. Aquele homem me causa repulsa, espero que ele suma daqui e nunca mais apareça. Já estou quase pronta, vesti um vestido soltinho estampado e uma sandália baixa na cor beje. Faço uma trança embutida e no rosto uso uma maquiagem bem leve, passo um perfume e saio do quarto. 

Carla já havia se levantado, foi ai que lembrei que hoje era quinta-feira e provavelmente ela já deva ter ido a escola. Desço as escadas e vou tomar café da manhã, vejo minha ruiva junto com a mesma mulher que eu vi quando eu dormi aqui na noite do primeiro baile.

 Bom dia, amiga!

 Bom dia, Cá! - Digo dando um beijo em seu rosto. 

 Bom dia, patroa! Deixe-me apresentar, meu nome é Maria. Trabalho para o menino Maycon já tem mais de dois anos. Faço toda a obrigação da casa, desde cozinhar até lavar. É um prazer conhecer você. - Ela estende a mão para mim.

  O prazer é todo meu Maria, me chama de Ray. - Digo apertando a mão dela.

 Amiga meu irmão ainda não levantou? - Carla pergunta tomando um gole do seu leite. 

 Ainda não, me levantei e ele nem se mexeu. - Dou risada.

 Nossa, esse ai vai longe. 

 Você não vai na aula? Já está atrasada amiga, anda logo com esse café. Depois que você chegar da escola, poderia me mostrar um pouco mais do morro? - Pergunto. 

 Claro amiga, afinal você precisar conhecer a sua favela, né? Então, eu to esperando o enrolado do Douglas vir me buscar. 

Assinto com a cabeça e depois sorrimos uma para a outra, termino de tomar meu café em silêncio. Logo Douglas chega e Carla se despede de mim, fico conversando um pouco com a Maria. Ela tem 42 anos e é moradora daqui desde novinha, disse que Maycon sempre foi bem visto pela comunidade. 

Termino de comer e me retiro da mesa. Ajudo Maria arrumar a cozinha depois de tanto insistir, sempre gostei de fazer serviço de casa. Eu ajudava Judith quando minha mãe não estava por perto, enquanto eu lavava a louça, Maria ia guardando. 

Já estava quase terminando quando escuto um risinho da Maria e sinto Maycon me abraçando por trás. Ela pede licença e se retira. Maycon estava só de bermuda, com os músculos de fora. Seu cabelo estava molhado e seu cheiro estava me inebriando de tão gostoso que era.

 Bom dia, princesa!

— Bom dia, dorminhoco.

 Posso saber, porque estava lavando louça?

 Sempre gostei de ajudar. E só para você saber, eu vou continuar ajudando. - Dou uma piscadinha.

Já é então, não se fala mais nisso. Senta aqui amor. 

Me sento no colo dele e fico observando ele tomar seu café, conversamos um pouco. Eu disse que Carla iria me mostrar a favela, ele achou uma ótima ideia. Eu não mencionei que também iria na boca, mas eu vou. 

Maycon terminou de comer e deixou a sujeira em cima da mesa. Levantou e já ia saindo. 

— Ei! Onde você pensa que vai? - Pergunto com as mãos na cintura. 

 Vou lá pra cima, tenho que colar na boca. Porque princesa? 

— Primeiro arruma essa bagunça aqui né, Maycon. 

 Deixa ai, depois a Maria limpa pequena. Vem, sobe comigo. - Ele diz com um sorrisinho que eu já conhecia. 

 É fácil, olha eu vou te ensinar como se arruma isso. Vai lá tira tudo de cima da mesa e coloca na pia, depois você lava.

 Ah não, tu não vai fazer eu arrumar isso né? 

 Quanto mais você enrolar, mais vai demorar pra ir na boca. - Dou risada e subo as escadas correndo.

 Tu é foda viu, menina marrenta. - Escuto ele gritar. 

Entro no quarto. Pego meu celular e ativo minhas redes sociais, no Facebook chega vários convites de amizade. Aceito alguns, Douglas publica na minha linha do tempo.

SALVE PÁ PATROA DO MORRO! SEJA BEM-VINDA FIEL DO PATRÃO.

Várias pessoas curtiram e comentaram, eu fiz o mesmo. Maycon entra pela porta todo molhado, eu comecei a gargalhar.

 Caramba amor, tomou banho de baixo da pia foi? - Pergunto quase morrendo de rir. 

 Engraçadinha, deixa tu comigo!

Chego mais perto dele, e começo a depositar vários selinhos no biquinho dele. Em poucos segundos ele abre sua boca dando passagem para minha língua entrar, iniciamos um beijo caloroso. Ele passava a mão em cada centímetro do meu corpo, gemi baixinho quando ele me apertou contra si.

O celular do Maycon toca, nos separamos e ele atendeu com um cara de bravo, comecei a rir. Enquanto ele conversava lá, fui arrumar a cama. Estendi o lençol e dobrei a coberta. Dei uma retocada no batom e passei um hidratante nas mãos. 

 Amor vou ter que colar na boca! Dá um beijinho aqui. - Fui até ele e o beijei. 

 Cuidado. - Digo enquanto ele pega o boné e coloca sua arma na cintura.

Depois que ele sai, vou até a sala e deito no sofá. Ligo a TV, está passando o filme prova de fogo, deixo no mesmo e começo assistir, até a Carla chegar da escola.

***

A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora