A força do amor

Capítulo 46.

— Amiga, acorda!

— Estava esperando você chegar da escola e acabei pegando no sono Cá. - Digo coçando os olhos. 

—Já até tomei banho amiga, você vai querer ir agora? 

— Sim, só vou dar uma ajeitada no meu cabelo. - Digo me levantando.

Vou em direção ao meu quarto, passo uma água no rosto e arrumo meu cabelo. Pego meu celular e desço as escadas. Carla estava sentada no sofá me esperando, se levanta quando me vê.

— Pronta amiga, vamos? 

— Só ser for agora. - Respondo sorrindo. 

Saímos de casa. Começamos a andar e Carla foi me mostrando tudo, desde o início até o fim do morro. Conheci o mercado, padaria, sorveteria e lanchonetes que eu ainda não havia ido. Ela também me mostrou alguns becos e me explicou, disse que se por acaso a polícia invadisse, os traficantes corriam por esse trecho. 

Continuamos andando. Algumas pessoas olhavam para mim e sorriam, eu fiz o mesmo. Era um pouco estranho essa sensação de ser a mulher do dono, mas eu teria que me acostumar com esse "respeito" todo. Passamos pela rua onde Bianca mora, ela estava lá na frente sentada com algumas amigas. Quando me viu, se levantou na hora e foi vindo até mim.

— Pelo visto você conseguiu amarrar o meu Maycon a você, mas saiba que eu não vou desistir. Eu sinto tanto que você não tenha morrido com aquele tiro Rayanne. - Ela soltou as palavras em cima de mim com muito ódio.

— Pois é querida, eu até entendo a sua raiva. Afinal, não é fácil perde-lo para mim não é mesmo? Só que a partir de hoje, você guarde suas ameaças para você. Como já sabe, eu sou a fiel e a patroa do morro. Então se eu quiser, acabo com você assim ó. - Digo estalando os dedos. 

Por um momento não acreditei que eu disse aquilo, essa não era eu. Mas Bianca estava precisando que eu a colocasse em seu lugar, com essa garota vai ser assim daqui em diante. Não quero perder minha essência, mas com ela será na rédea curta. 

— Você já está passando dos limites Bianca. Mais uma gracinha e não terá mais conversa, você já está avisada! Eu não sei como meu irmão não acabou com você antes, deve ter sido por dó da pirralha que você é. Mas agora, vai ser diferente. Nada que um revolver e uma bala não resolva. - Carla disse e Bianca saiu sem dizer uma palavra.

Estávamos perto da boca, tive a ideia de passar lá. Carla disse que talvez Maycon não se agradasse, mas mesmo assim nós fomos. Na entrada havia alguns homens drogados no canto da parede, uns vapores na frente da boca com fuzis nas costas, ambos me cumprimentaram. Carla e eu fomos entrando.

Douglas e Maycon estavam sentados na cadeira conversando. Maycon estava limpando uma de suas armas e também carregava um fuzil nas costas. Douglas nos viu e deu sinal para o Maycon que rapidamente nos olhou e veio até a mim.

— O que tu tá fazendo aqui? - Ele pergunta sério. 

— Primeiramente oi, e segundo eu vim te ver amor. - Dou um selinho nele.

— Oi amor, não quero que tu fique vindo na boca.

— Só vim conhecer "nosso" mundo more. 

— Meu mundo, quero tu bem longe dessa vida. - Ele diz me dando um beijo na testa. 

— Tudo bem. 

— Já bateu perna com a doida da Carla? - Ele se senta na cadeira e me puxa para o colo dele.

— Já sim, conheci quase tudo. Encontramos a Bianca no caminho, mas já coloquei ela no lugar dela.

— Nem te conto maninho, a Ray deu mó acelero na Bianca. A loira ficou quietinha. - Carla disse toda animada. 

— É mesmo amor? Assim que eu gosto, mostra quem manda.

— Geral já tá ligado que a Ray é a patroa do morro? - Douglas pergunta para o Maycon. 

— Amanhã no baile eu vou anunciar.

— Vamos amiga? - Carla me chama. 

— Vamos sim.

Ainda no colo do Maycon, me viro para ele e dou um beijo delicioso em seus lábios. Ficamos alguns minutos, pude notar sua ereção em mim e sorri. Me levanto e dou um beijo no rosto de Douglas e me despeço.

— Tchau, amor! 

— Tchau, princesa.

Carla e eu voltamos para casa, fui em direção a cozinha e tomei um copo enorme de água. Já era quase 16:00 horas da tarde e eu ainda não havia almoçado. Maria então esquentou a comida para mim e eu comi. 

Termino e vou para o quarto, escolho um biquíni e chamo Carla para irmos na piscina. Desde que cheguei, não tive tempo de estrear a piscina da casa. Ela aceitou toda animada, nos trocamos e passamos protetor solar.

Ajeitamos as coisas em cima de uma mesa, perto de uma churrasqueira enorme. E depois pulamos na piscina. Estava tudo uma delicia, aproveitamos bastante, o suficiente para eu ficar com uma marquinha linda.

O cansaço me pegou legal, então resolvi sair da água. Tomei um banho quentinho e me deitei na cama, aos poucos fui adormecendo. 

***