A força do amor

Capítulo 32.

Já se passava das 15:00 horas da tarde. Não tinha como eu andar com aquelas malas, então resolvi ligar para Carla, para ver se eu poderia deixar na casa dela, por enquanto. Disquei o número dela, mas o celular estava desligado. Droga! Entrei no WhatsApp e me lembrei que tinha o número do Maycon, vi que ele estava online e digitei uma mensagem para ele. 

Ray online: 

Oi Maycon, tudo bem ? Eu preciso falar com a Carla, mas o celular dela está desligado! 

Maycon online:

E ai princesa! Carla deu uma saída, mas não deve demorar. Aconteceu alguma coisa ?

Ray online:

Ah entendi! Na verdade, aconteceu sim Maycon. Minha mãe queria me mandar para São paulo, mas eu não aceitei, então ela me colocou para fora de casa. Eu queria saber, se eu poderia deixar minhas malas ai, só até eu achar um hotel para me hospedar hoje, não posso dormir na rua né! :( 

Maycon online:

Oloco novinha, porque tu não me procurou antes ? Faz o seguinte, manda o endereço da onde você está e eu vou ai te pegar, firmeza ? Tu vai morar comigo! 

Ray online:

Eu estou em um ponto de ônibus, perto da casa onde eu "morava". Sério mesmo Maycon, não quero incomodar, é só até eu achar um hotel bom para eu ficar. 

Maycon online:

Já é! Vou vestir uma roupa, to só de cueca aqui KK e já encosto. Pra que um hotel, se eu posso cuidar de você ? Carla vai pirar, quando souber da novidade! 

Ray online:

Estou te esperando, beijos! 

Maycon online:

Beijos morena!

OFF.

Como assim ele quer que eu vá morar com eles ? Essa ideia não havia passado pela minha cabeça. Não sei, preciso pensar. Se não houvesse sentimento da minha parte por ele, isso seria tão mais fácil. Eu não aguentaria novamente vê-lo com outra, isso seria demais para mim. Não devo me importar, afinal ele é solteiro e pode ficar com quem quiser, por mais dolorido que isso seja. 

Entro no meu facebook e o desativo, não quero ninguém me perguntando o que aconteceu. Chega! Agora eu vou ter que aprender a me virar sozinha, arrumar um serviço, ser alguém na vida. Certamente não vou entrar em uma escola particular, mas isso não será problema para mim. 

Sem ao menos perceber, Maycon estaciona o seu carro e vem em minha direção. Levanto-me, e por um impulso me jogo nos braços dele, nos abraçamos. Me desabo de tanto chorar, ele começa a passar a mão nos meus cabelos, tentando me consolar. É tão bom te-lo por perto, seu abraço me passa confiança e conforto, choro desesperadamente, igual a uma criança. 

— Eu nunca pensei que ela fosse capaz. - Digo entre o choro.

Maycon segura meu rosto com as duas mãos, me fazendo olhar para ele. 

— Ei, relaxa! Eu não seria capaz de deixar você sozinha. - Ele disse olhando diretamente para meus olhos. 

— Muito obrigada! - Digo soluçando. 

Ele soltou meu rosto e começou a alisar minha boca, foi chegando mais perto e meu coração parecia que ia saltar para fora. Chegou mais perto de mim, em momento algum me distanciei, permaneci no mesmo lugar. Estava carente, e precisava dele. 

Selamos nossos lábios, e iniciamos um beijo lento, cheio de carinho e ao mesmo tempo de desejos, ele explorava cada centímetro da minha boca e eu fazia o mesmo, já estava me faltando ar, foi quando nos separamos. Ele olhou para mim e sorriu, retribui o sorriso. 

— Pronta para ir ? - Ele pergunta pegando as chaves do carro. 

— Sim! - Respondo com o olhar baixo. 

Entro no carro, e fico o caminho todo calada. As vezes era inevitável, e as lágrimas sempre rolavam. Pude sentir várias vezes o olhar de Maycon sobre mim, mas eu não o olhava de volta. Só queria ficar ali, bem quieta, pensando no que será de mim agora!