— Bom dia Ray!
— Bom dia Paty! Me desculpe pelo atraso, Maycon não me dá uma folga.
— Entendo safadinha! - Sorrimos.
Guardo minha bolsa e vou até o provador, como eu sai correndo de casa não me arrumei direito. Dou uma ajeitada no cabelo e pronto. Ontem eu já havia feito o cadastro da mercadoria, então hoje era mais simples.
Fiquei alguns minutos observando as meninas, mas já estava ficando cansada e com dores nas pernas. Então aproveitei para fazer alguns pedidos, por sorte, era sentada. Paty e eu conversamos bastante, ela disse que sua mãe estava com saudades de mim. Prometi que qualquer dia desses iria visita-lá.
O dia estava passando bem devagar, mas graças a Deus já era a hora do almoço.
— Paty, já estou indo almoçar. Quer que eu traga alguma coisa pra você?
— Brigadeiro amiga, hoje eu estou com vontade de comer gordice!
— Já é!
— O que é isso, Já é? - Paty faz uma careta engraçada.
— Mania dos meninos. - Gargalho e saio andando.
Vou até a lanchonete mais próxima. Compro três brigadeiros pra Paty, e para mim apenas um salgado e uma coca-cola. Me sento na cadeira e começo a comer meu "almoço" sem pressa. Aproveito para dar uma olhada no meu celular.
Assim que termino, pago pelo meu pedido e me retiro. Penso em ir até a praia dar uma olhada naquele lindo mar, mas o meu coração aperta e acabo travando. Sinto falta da minha mãe, do meu pai, da Judith e da minha cadelinha Lua, todos estão bem longe daqui. Melhor eu voltar para a loja!
Caminho lentamente. Passo na frente de várias lojas e uma delas me chama a atenção, é uma loja infantil. Fico observando de longe, mas sinto como se alguma coisa me mandasse entrar. Extinto talvez, não sei. Vou em direção a mesma e entro. Logo uma moça se aproxima.
— Boa tarde, senhorita! Posso ajudá-la?
— Obrigada! - Sorrio e me retiro da loja.
Respiro fundo e volto as pressas para a loja. Onde é que eu estava com a cabeça de entrar em uma loja de bebe ? Devo estar pirando, só pode. Encontro Paty sentada mexendo no computador, passo por ela e deixo os brigadeiros.
— Obrigada, baby! - Ela sorri.
— Por nada, amore. - Sorrio de volta.
— Ray, você notou como hoje está movimentado?
— Mas aqui sempre foi movimentado!
— Não, você não entendeu. Eu to dizendo lá fora, acabou de passar vários carros de polícia. Você não viu?
— Não! - Digo nervosa. — Paty, você viu em que direção eles foram? - Pergunto apreensiva.
— Sim. Ray, eles foram na direção da Rocinha.
O que? Isso não pode estar acontecendo, não pode ser verdade. Saio correndo para a rua, pego meu celular e disco o número do Maycon, ele não atende. Tento no celular da Carla, do Douglas e nada de eles me atenderem. Volto para a loja desesperada.
— Paty! - Grito e ela está me olhando triste. — Eu vou, minha favela precisa de mim. - Deixo uma lágrima escapar e ela assente, vem até a mim e me abraça fortemente.
— Se cuida Ray, por favor. Sei que eu não fui a melhor e nunca vou ser, mas você é muito importante para mim!
— Eu amo você amiga! - Nos separamos e eu sai.
Corri até onde se encontrava a moto, montei na mesma e sai rasgando. Andei o mais rápido possível, passei por todos os sinais vermelho. Até chegar no morro, não acreditei no que eu estava vendo.
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A força do amor
Novela JuvenilUma história de romance, onde mostra que o amor supera qualquer dificuldade e barreiras que a vida coloca em seu caminho. Maycon e Rayanne, duas pessoas completamente diferentes, onde o destino mostra que são capazes de amar um ao outro, sem que nad...