Rayanne narrando:
Escuto uma voz me chamar bem lá no fundo, não consigo reconhecer de quem seja. Me esforço muito, até que novamente a mesma voz fala, e a reconheço. É a dele, Maycon. Tento falar, acordar, mas é como se alguma coisa não deixasse eu abrir os olhos, consigo mexer os dedos e com um pouco mais de esforço minha voz sai e meus olhos finalmente abrem.
— Amor! - Digo com a voz falha.
— Minha pequena!
— Novo apelido? - Pergunto sorrindo e dou uma leve tossida.
— Sim, mas agora não se esforce muito. Vou chamar o médico para dizer que tu acordou.
Maycon se levanta da cadeira e me da um beijo no topo da cabeça, quando ele ia sair eu o chamo.
— Maycon, só mais uma pergunta. Por quanto tempo eu dormi?
— Uma semana. - Ele sorri e sai pela porta.
Caramba! Como assim exatamente uma semana ? Não consigo me lembrar de muita coisa. Sinto uma dor horrorosa no corpo, é como se um caminhão tivesse passado por cima de mim, principalmente do peito para baixo.
Maycon está demorando para voltar com o médico, sei que acabei de acordar, mas eu quero ir embora. Nunca gostei de hospital, eu só espero nunca mais passar por isso. Por um momento eu achei que não fosse mais voltar, senti minhas vistas escurecendo, tentei puxar o ar para o pulmão, mas foi como se todo o ar tivesse sumido. Foi horrível!
Minutos depois, Maycon volta com o doutor. Ele está todo sorridente, como eu amo esse homem.
— Boa tarde senhorita, Rayanne! Como se sente?
— Olá doutor! Sinto muita dor nessa região. - Digo apontando onde dói.
— Daqui alguns minutos vamos te mover para a sala de recuperação, e te dar o que comer. - Ele diz anotando alguma coisa em sua prancheta.
— Tudo bem, eu estou com sede.
— Vou pedir para a enfermeira te trazer um copo d'água. Parabéns viu, você foi uma moça muito forte. Quando todos nós achamos que você não fosse resistir, você lutou pela vida. Novamente, meus parabéns Rayanne.
— Obrigada doutor. - Tusso outra vez.
— Descanse! - Ele diz e aplica alguma coisa na minha veia.
Em poucos segundos sinto meu corpo mole, e meus olhos se fechando lentamente. Estou caindo de sono, ouço Maycon dizer alguma coisa, mas não consigo distinguir o que seja até que adormeço.
***
Acordo e vejo que já está amanhecendo, noto que não estou mais naquela sala, já me trouxeram para outra. Sinceramente, aqui é bem melhor, mais claro e consigo ver uma paisagem linda lá fora. Com certeza me deram vários sedativos para eu ter dormido tanto, de ontem para hoje.
Já estou enjoada de ficar nessa cama. Começo a me descobrir, arrumo a camisola que eles colocaram em mim e tento me levantar. A dor de ontem, já não incomoda tanto hoje, eles devem ter me dado alguns analgésicos para dor. Já estou quase lá, só falta eu calçar uma pantufa que tem aqui do lado da cama e pronto.
Me seguro no canto da cama e coloco os pés no chão. Ufa, graças a Deus. Começo a passear pelo quarto, o beleza!
— Pelo visto amanheceu bem melhor hoje. - O médico diz ao entrar.
— Bom dia doutor! Nem vi o senhor entrar.
— E ai, como se sente?
— Eu estou bem melhor, já posso ir para casa?
— Ainda não, mais alguns dias e você receberá alta. Só vim para ver se você estava disposta para receber algumas visitas, como você ficou no coma durante uma semana, muitas pessoas sentiram sua falta.
— Ah tudo bem, pode mandar eles entrarem. - Digo ansiosa para ver de quem se trata.
— Sim, apenas dois de cada vez. - Assinto com a cabeça e ele se retira.
Vou até o banheiro, e passo uma água nos meus cabelos rebeldes. Também né, sete dias sem pentear, escovo meus dentes e troco de camisola. Por incrível que pareça, alguém já deixou tudo arrumadinho para mim aqui. Já até imagino quem seja, sorrio em meio aos meus pensamentos.
Depois de pronta, me deito novamente na cama. Não demora muito até a porta se abrir, primeiro veio a Carla com a Patricia. Conversamos bastante, elas me fizeram milhares de perguntas e eu respondi todas é claro, disseram que estavam morrendo de preocupação. Minha próxima visita foi, minha mãe. Ela me pediu para voltar para casa, eu disse que precisava pensar. Eu ainda estava muito ressentida, conversamos e no fundo ela me apoiou, disse que qualquer decisão que eu tomasse ela iria até o fim junto comigo. O que me deixou muito feliz, é claro. Ela teve que sair para a próxima pessoa entrar.
— Oi! - Digo sorrindo.
— Oi princesa, está melhor?
— Estou sim. Mas você parece que não, está comendo direito?
— Primeiro lugar vem tu, não acha?
— Você é maravilhoso Maycon. - Dou um beijo na bochecha dele.
— E tu é a mais gata de todas, a mais guerreira. E a mina que meu coração escolheu para amar.
Ele se aproxima de mim, fica me encarando por alguns segundos. Passa os dedos pelo meus cabelos, e eu já sinto minha pele ficar arrepiada. Ele sorri em resposta, até que deposita vários beijos no meu rosto inteiro.
— Faltou um lugar. - Digo fazendo beicinho.
— É? Onde? - Ele pergunta e logo em seguida da uma piscadinha.
— Na boca.
Ele quase que não espera eu terminar de dizer e já tasca um beijo delicioso na minha boca, é como se eu tivesse ficado anos sem isso. Nos beijamos loucamente, cada vez mais ele pede passagem para sua língua explorar cada canto de minha boca e eu obedeço. Como não lutar pela vida ? Com um homem maravilhoso desse, bem aqui.
— Maycon. - Digo nos separando.
— Pode falar, princesa.
— Minha mãe me pediu, para voltar a morar com ela.
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A força do amor
Novela JuvenilUma história de romance, onde mostra que o amor supera qualquer dificuldade e barreiras que a vida coloca em seu caminho. Maycon e Rayanne, duas pessoas completamente diferentes, onde o destino mostra que são capazes de amar um ao outro, sem que nad...