Capítulo 49.

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Permaneço onde estou sem ao menos mexer um músculo. Aquele homem ainda com a arma apontada para César, se vira para mim e pergunta meu nome. Respondo, e o mesmo abre um sorriso carinhoso e sincero ao mesmo tempo. Não entendi o porque, mas em meio ao nervosismo, e por ele ter evitado César de me ferir, soltei um sorriso fraco para ele. 

Ele fala com alguém no rádio. Não consigo decifrar o que é, pois ele diz em códigos. Não demora muito, Maycon entra correndo igual a um louco. Me olha assustado e vem até a mim.

 Você tá bem amor? - Ele pergunta preocupado, apenas assinto com a cabeça.

Maycon se levanta e vai em direção a César. Seu semblante se transforma em ódio puro, nunca o vi assim. Ele começa a dar murros na cara de César, um atrás do outro. Até que chega um momento em que César começa a revidar, ele consegue acertar Maycon no rosto. Mas não fica em vantagem por muito tempo. Maycon bate tanto no César, que chegou um momento que ele ficou no chão, com o rosto todo ensanguentado, mas não desacordado. Ele tentou se levantar, mas Maycon deu um chute na cara dele. Em seguida, o homem que me ajudou, levantou César e o sentou no banco. Maycon foi até a pia e lavou as mãos que estava toda suja de sangue.

Ele voltou e retirou uma faca que estava em seu bolso. Aquela briga toda já estava me embrulhando o estomago, pois me deixou muito assustada, nunca vi algo parecido com isso. Maycon me olhou nos olhos, como se pedisse para eu me virar. Assim eu fiz, me levantei de onde estava e sai para fora. As pessoas me olhavam. 

Pietro passou por mim, me deu um sorriso e também entrou na sala. Senti minhas pernas ficarem bambas, mas me mantive firme. Logo Carla chegou e tentou me tirar dali, mas eu não quis. Em poucos segundos escuto César gritando de lá de dentro, eu sabia que eles estavam torturando o mesmo. 

De repente, me deu vontade de entrar lá dentro. Me soltei de Carla, ela até tentou me segurar, mas não deu certo. Douglas chegou logo atrás e entrou na sala. Fiquei aterrorizada com a cena que eu vi. Mas logo isso passou, o que foi muito estranho. Quando Maycon me viu, rapidamente parou de cortar César e me mandou sair de lá, mas eu me neguei. César me olhou e sorriu, sua boca estava horrível. 

 Olha quem chegou, veio assistir o espetáculo ? Sabe, eu não tenho raiva de você Rayanne. Eu tenho raiva desse bosta do seu maridinho. Sabe de quem é a culpa por tudo isso ter acontecido com você ? Do seu amorzinho! Primeiro eu ia te comer a força, depois eu ia te matar aos poucos. Mas  meu alvo sempre foi atingir o Maycon, eu sabia que se eu fizesse com ele, ele não iria se importar. Mas com você ? Eu queria vê-lo se acabar de tanto sofrer, e quando ele estivesse no momento de fraqueza, iria tomar o morro. Maycon, você sempre teve tudo que quis. Era para eu ser o dono do morro, a Rocinha sempre foi minha. Mandei meu irmão caguetar você e depois sumir do mapa, mas não, você mandou os moleques atrás dele, e o matou. Mais um motivo para eu acabar com ela. - Ele disse apontando para mim. 

Senti lágrimas escorrer em meu rosto, uma tristeza invadiu meu peito. Enxuguei minhas lágrimas e a tristeza sumiu, em seguida subiu uma raiva. Maycon me olhou.

 Acaba logo com esse desgraçado! - Digo e me viro saindo daquele lugar, em poucos segundos escuto tiros.

A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora