A força do amor

Capítulo 29.

Maycon narrando:

Terminei de tomar meu café e desci direto pra boca, não vi mais a novinha desde então. Precisava resolver uma fita que ficou pendente desde ontem. 

— Fala, chefe! - Douglas me cumprimenta. 

— Fala, moleque! 

Fizemos toque de bandido e me sentei na cadeira pra dar uma olhada no movimento, peguei meu  fuzil e fiquei dando uma limpada no mesmo. 

— Chegou a mercadoria Douglas? - Pergunto me referindo as drogas que estavam pra chegar da Bolívia. 

— Chegou sim chefe, já faz algumas horas. 

— Quem recebeu os pacotes? 

— César. Falei que tu tinha dito que era pra eu contar os pinos, mas ele mando o vapor novo do morro.

— Depois eu vou trocar uma ideia com esse filho da puta. Coloquei ele como sub mas em um estalar de dedo, eu o tiro. 

— Já é, patrão. 

Permaneci ali sentado com os moleques, o movimento estava melhor do que nunca. Tinha alguns drogados no canto, fumando seu baseado e cheirando o seu pó. E algumas piranhas se insinuando para mim, são até bonitinhas, mas ultimamente eu to preferindo as que se dão o valor. 

Terminei de limpar meu fuzil e entreguei para Douglas, recebi a notícia que a ficha do Leandro já estava limpa, se pá hoje mesmo ele volta pra quebrada. O quarto dele já tá no esquema mesmo, então é só ele encostar.

Resolvi dar uma volta pelo morro, montei na minha moto e sai fora. Vi Bianca encostada no muro trocando ideia com uma amiga dela, quando me viu abriu um sorriso enorme. Já faz um tempo que ela não aparece na boca, melhor assim. Nem dei moral e continuei andando, resolvi então passar na padaria e comprar uns tira fome pra mim. 

— O que vai querer pra hoje patrão? - A atendente pergunta.

— O de sempre!

— Só um minutinho, já volto com seu pedido. 

Ta louco, a mina quase jogou os peitos na minha cara, e ainda sai rebolando igual a uma cadela. Essa é nova aqui, ainda não provei. Sorri com meus pensamentos. 

Não demora muito e logo a loirinha volta com meu pedido.

— Aqui está! Deseja mais alguma coisa patrão? - Ela pergunta sorrindo.

— Por hoje é só, gatinha.

Ela anota alguma coisa em um papel e me entrega, pego e vejo que é o número do celular dela. Sorrio e dou uma piscadinha. 

— Vai me ligar patrão?

— Claro! 

Sem muita ideia monto na minha moto e volto pra boca, sento novamente na cadeira e como. César logo chega.

— Patrão! 

Aceno com a cabeça. 

— Senta ai, vamos bolar uma ideia. 

— Já é! 

Ele arrastou uma cadeira na minha frente, um pouco longe e sentou. 

— Douglas é responsável pela mercadoria que chega, ele faz as contagens. Eu já havia dito, mas parece que tu não entendeu muito bem. 

— Firmeza, era só isso?

— Não, tem mais. Não quero ninguém rondando a Rayanne, isso serve pra tu. Passa a ideia pros moleques. 

Me levanto, e vou até o armarinho pegar umas notas pra minha irmã. Me despeço dos caras e vou pra casa. Vou praticamente voando, consigo ver os olhares pelo retrovisor. Estaciono minha hornet e entro em casa, Carla está sentada no sofá falando no celular, fica branca quando me vê.

— Tá falando com quem?

— Com ninguém, quer dizer, com a Rayanne. 

— Tendeu, toma! 

— Ai sim em, achei que não fosse me dar. 

— Qualquer coisa to no meu quarto. - Dei um beijo no topo da cabeça dela e subi.

Entro no meu quarto, guardo meu revólver e vou tomar uma ducha. 

Saio do banheiro e visto uma cueca, olho pra minha cama e lá está a minha camiseta que ela usou a noite passada. Pego e consigo sentir o cheiro dela, coloco mais perto do meu nariz e inspiro com mais força, o cheiro dela me deixa embriagado, que delicia.

Sinto uma coisa estranha no coração, como se fosse um aperto. De repente me dá uma vontade de ligar pra ela, só pra ouvir a voz linda que ela tem. 

Deito na cama, e tento pegar no sono. Mas não consigo, Rayanne não sai da minha mente.

— Mas que porra! - Resmungo.

        ***