Capítulo 17.

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Já estava exausta de tanto andar, resolvi ir tomar uma água de coco. Me sentei na cadeira do quiosque e logo uma moça veio me atender.

 Olá! O que vai querer?

 Uma água de coco, por favor.

Ela anota meu pedido e se retira. Enquanto isso aproveito para colocar Lua em meu colo. Não demora muito e a moça chega com o meu pedido.

 Aqui está senhorita. Deseja mais alguma coisa?

 Por enquanto, é só. - Digo com educação. 

Em um dia caloroso como esse, nada melhor do que se refrescar né ? Estava distraída com Lua quando ouço uma voz me chamar.

 Moça? - Um rapaz alto e muito bonito me chama.

 Olá.

 Será que eu poderia me sentar ao seu lado? É que o quiosque está bem cheio.

 Claro! - Respondo com naturalidade.

Por incrível que pareça a minha mesa é a única que está praticamente vazia.

  Deixa eu me apresentar. Meu nome é Lucas, e o seu?

 Eu me chamo, Rayanne. - Sorrio.

 Lindo nome. E você, tem quantos anos Rayanne ?

 Só Ray, por favor. Eu tenho 16 anos, e você ?

Quando ele ia responder, a mesma moça que me atendeu veio anotar o pedido de Lucas. Alguns minutos depois ela se retira.

 Bom continuando nossa conversa. Eu tenho 18 anos, sou novo aqui na cidade, então não conheço quase nada daqui.

 Ah que legal Lucas, você vai adorar aqui. Eu me mudei para cá faz uns seis meses.

O pedido dele chega e a moça se retira.

 Poderia passar o número do seu celular para mim Ray? Claro, se o seu namorado não se incomodar.

 Claro que posso, anota ai Xxxxx-xxxx. Ah, e eu não tenho namorado.

 Não sei como, uma garota tão linda como você.

 Obrigada! - Sorrio envergonhada.

 Pelo o que? Por dizer a verdade?

 Bom, agora preciso ir Lucas. Já esta ficando tarde, até mais. - Digo me levantando.

 Até mais, Ray.

Vou até o balcão e pago meu pedido. Coloco Lua no chão e vamos caminhando até minha casa.

***

Após ter um dia cansativo com Lua, agora estou deitada na minha cama sem ter o que fazer. Olho no relógio e vejo que já são 20:00 horas da noite, por incrível que pareça, eu ainda não vi minha mãe hoje. Estou muito chateada pela indiferença dela com o pessoal da favela, e ainda me agredir por isso.

Quando estou quase pegando no sono, meu celular começa a tocar. Um número diferente, que estranho. Mas enfim, resolvo atender.

LIGAÇÃO ON:

 Alô!

 Oi amiga, como você está?

 Carla? Porque está me ligando desse número?

 É que eu estou usando o celular do Douglas. E ai, você não vai vir mesmo no baile?

 Ah, quer saber? Eu vou sim Cá! Mas vou ter que ir de táxi, porque minha mãe proibiu o motorista de me levar na sua casa.

 Você vai sair sem a permissão da sua coroa?

 Vou né! Vou ter que sair agora, aproveitar que a minha mãe não chegou ainda.

 Vem mesmo gata. Trás uma roupa e se arruma em casa. Beleza?

 Ok. Daqui uns vinte minutos, eu chego!

 Beijo!

LIGAÇÃO OFF.

Eu sei que sair sem permissão da minha mãe, não é o mais correto a se fazer. Mas, ela não me entende. Dinheiro não é tudo na vida de uma pessoa. E outra, eu sou nova e preciso me divertir.

Começo a escolher minha roupa e meu sapato, aproveito para guardar dentro da bolsa. Dentro dela, coloco também, maquiagens e perfumes. Pronto, já arrumei tudo.

Desço as escadas, vou na cozinha falar com Jud e dar uma conferida se minha mãe não chegou.

 Jud?

 Sim, querida.

 Minha mãe já chegou?

 Ainda não! Mas não se preocupe, ela ligou avisando que irá jantar com alguns empresários.

 Hum! Então ta bom.

 Você vai sair, Ray?

 Sim. Vou ir em uma festa com minha amiga. Eu já sei que não tenho permissão, mas você não vai contar nada, né Jud?

 Desse jeito você me coloca em problemas menina.

 Ah Jud, por favor. Você é a única que me entende nessa casa.

 Tudo bem! Mas qualquer coisa você me avisa.

Dei vários beijinhos na bochecha dela e sai. Aproveitei e liguei pedindo um táxi, ele disse que em cinco minutos já estaria aqui. Espero!

***

Nossa, era só o que me faltava mesmo. Esse pessoal não me deixar entrar, vou ligar para Carla.

LIGAÇÃO ON:

 Cá, eu já to aqui mas esses meninos não me deixa entrar. - Choramingo.

 Coloca no viva-voz ai amiga.

Clico no botão e ativo o viva-voz do celular.

 Pronto Cá.

 Aqui é a Carla, irmã do patrão. A partir de hoje, a entrada da Rayanne está liberado. Ela entra e sai da favela a hora que quiser. Estão me entendendo ? Se eu tiver alguma reclamação, meu irmão vai ficar sabendo disso e ele vai resolver do jeito dele. Passa a ideia pra todos os vapores.

 Já é dona Carla, isso não vai mais acontecer.

 Eu espero, não tolero erro.

 Pronto amiga, já entrei. Você não acha que foi muito dura com eles não?

 Só um pouquinho. - Rimos.

 Onde você está? Eu vou ai te pegar.

 Na rua 04.

 Não sai dai, já to colando amiga.

 Ok.

LIGAÇÃO OFF.

















A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora