☆ Capítulo 06 ☆

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Acordei com uma dor de cabeça insuportável. Mesmo que eu tenha bebido menos que a Carla, aquilo já foi o suficiente para me deixar com uma ressaca das grandes; ainda mais uma pessoa fraca pra bebidas. Levanto-me da cama e noto que não há ninguém ao meu lado, Maycon provavelmente já deve ter saído.

Caminho até o banheiro, quando ia abrir a porta, Maycon surge de repente e acaba me assustando. Coloco a mão sobre meu coração e bufo de raiva. Sim, acordei de mau humor.

— E ai, tu ia me espionar?

— Ah, se toca cara!

— Qual é? Acordou de mau humor, foi?

— E se for? Você não tem nada haver com isso, e para de dar susto nas pessoas, idiota!

Saio do quarto do Maycon soltando fogo pelas orelhas. Vou até o quarto da minha amiga e pego meus pertences, ela continuava dormindo, dei um beijo em sua bochecha e resolvi chamar um táxi.

Estava prestes a abrir a porta, quando sou puxada com brutalidade para trás. Meus olhos arregalaram, meu coração disparou, eu estava morrendo de medo daquele homem incrivelmente lindo e sexy na minha frente.

— Tá louca é garota? Quem tu pensa que é para falar assim comigo?

— Me solta seu idiota, está me machucando! — Choramingo.

— Anda, responde! Tu é cheia de marra porque não passa de uma patricinha mimada!

— Você quer mesmo saber? Então eu vou dizer, eu tenho nojo de você, seu estupido, nojen...

Antes que eu pudesse responder, senti meu rosto arder. Maycon havia me dado um tapa na cara, olhei pra ele sem acreditar, como ele foi capaz? Meu rosto é sagrado, ninguém toca. Fui devolver o tapa, mas ele segurou minha mão.

— Ninguém, escuta bem sua garota! Ninguém desrespeita o dono do morro tá me ouvindo?

— Eu não estou nem ai para o que você é seu merda, você não passa de um bandido! — Gritei.

Mais uma vez eu senti meu rosto arder. Mas dessa vez foi diferente, eu pude devolver ao menos um dos tapas. Preferi sair dali antes que ele resolvesse me matar ou algo do tipo, abri a porta e bati a mesma com muita força quando sai.

O táxi já estava me esperando do lado de fora. Eu tive muita sorte de achar algum taxista que aceitasse subir esse morro. Lágrimas começaram a brotar em meus olhos, nunca ninguém havia me tratado dessa maneira, por mais difícil que seja lidar comigo. Maycon está na minha lista dos mais odiados!

***

Cheguei em casa e fui direto tomar um banho. Assim que terminei, coloquei uma roupa básica pra ficar em casa e desci para comer alguma coisa. Meu rosto ainda latejava, dava para ver os dedos certinhos daquele miserável. Encontro Judith na cozinha preparando café.

— Bom dia, querida!

— Bom dia, Jud. — Me sentei na cadeira.

— Já posso servir seu café da manhã?

— Pode sim! — Sorrimos.

Assim que Judith terminou de me servir, ela encarou meu rosto. Voltou a fazer seus afazeres, mas sempre me olhava de relance e com um olhar preocupante. Apenas dei de ombros e continuei comendo meu pão e tomando um gole do meu café com leite.

— Me desculpa e pergunta, mas o que aconteceu com o seu braço e principalmente no seu rosto?

Olhei para onde Judith apontava e vi que ele conseguiu deixar meu braço com dois hematomas. Arregalei meus olhos e comecei a pensar em alguma desculpa qualquer.

— Discuti com uma menina e acabamos chegando em vias de fato, mas não se preocupe, ela saiu pior. — Judith assentiu e voltou a fazer seu serviço. Só espero que ela não conte isso para minha mãe.

Tomei meu café lentamente, em quinze minutos eu já havia acabado. Levantei-me da cadeira e fui para o banheiro, fiz minha higiene bucal e peguei meu celular em mãos. Já fazia cerca de um mês que eu não ia às compras, talvez Patrícia fosse gostar de ir comigo.

Patrícia mora em um condomínio fechado perto de casa. Minha mãe a adora, eu também, mas como vivo andando com a Carla me esqueço um pouco da Paty. Disco o número dela e fico aguardando até que ela atenda.

Início da ligação:

— Ray? Que surpresa, você quase não me liga!

— Oi Paty, tudo bem?

— Tudo ótimo, e você como anda?

— Tô bem, vamos ao shopping?

— Hoje?

— Sim, esteja pronta daqui à uma hora, vou pedir pro meu motorista nos levar.

— Combinado, beijos amiga!

— Beijinhos, Paty.

Fim da ligação.

Coloquei uma calça jeans justa, uma regata acima do umbigo e calcei meu vans preto. No rosto eu passei uma maquiagem bem leve, apenas pó, delineador, rímel e batom. Esborrifei um pouco de perfume em meu pescoço, e sai do quarto.

Fui de encontro ao meu motorista e passei o endereço para ele. Como ele era um lerdo pra andar de carro, chegamos em quinze minutos, o que demoraria cinco.

Patrícia já nos esperava do lado de fora, assim que Reginaldo, o motorista estacionou ela veio de encontro a nós.

— Oi amiga! — Nos cumprimentamos com um beijo no rosto.

— Oi amore, vamos?

— Vamos sim.

Reginaldo deu partida no carro. Nós fomos o caminho inteiro conversando e colocando o papo em dia. Era bom estar com ela, nas poucas vezes que nos encontramos é sempre agradável. Alguns minutos depois, ele avisa que já tínhamos chego.

— Ufa, chegamos! — Descemos do carro.

— Pois é! Eu também não via a hora de chegar.

— Então vamos gata, fazer o que tem de melhor, gastar. — Sorrimos.

Entramos na primeira loja que vimos. Lá dentro havia vários sapatos lindíssimos. Comprei um salto Pink cheio de pedrinhas de cristal, paguei R$ 1.500,00 naquela perfeição. Paty também comprou um maravilhoso, da cor vinho. Assim que saímos da loja de sapatos, resolvemos ir comprar algumas roupas, Paty e eu experimentamos vários modelos, levamos todos.

— Ai, estou exausta e morrendo de fome. — Paty indagou.

— Vamos comer, Patola! — Gargalhamos.

Ao chegarmos à praça de alimentação. Sentamo-nos e logo a atendente veio marcar nosso pedido. Eu pedi um lanche natural e Patrícia pediu o mesmo, para acompanhar, um suco de maracujá. Abri minha bolsa para pegar meu celular, precisava ver a hora.

— Droga! — Resmungo.

— O que foi Ray?

— Esqueci meu celular em casa.

— Ah, foi isso? Se quiser, pode usar o meu amiga.

— Não precisa não Paty, eu só ia ver a hora.

— Doida! — Gargalhamos.

Passar o dia com ela estava sendo divertido, fui capaz de esquecer de tudo, menos da hora.

— E? — Pergunto.

— O quê?

— Não vai me dizer a hora não?

— É mesmo, agora são 14h00min.

— Preciso ver se minha mãe já chegou de viajem, vamos voltar Paty. — Sorrio animada.

Esperamos até que nosso pedido chegasse e fomos comendo no carro mesmo. Tudo passou tão depressa, quando me dei conta, eu já estava entrando em casa.

A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora