— César? Não, claro que não. - Digo com a voz tremula.
— Então, porque tu citou ele?
— Sei lá, eu conheci ele hoje. Não me passou uma impressão boa, de confiança. Você entende?
— Tendeu! Qualquer coisa, se alguém ousar mexer contigo, quero que me avise.
— Tá, tudo bem. - Digo mais calma.
Ainda bem que ele não me encheu de perguntas. Devo ter conseguido enrolar ele, afinal não sei do que aquele desgraçado do César é capaz.
Coloquei a camiseta de Maycon e nós descemos para tomar café. Carla estava sentada no sofá comendo um pedaço de bolo, sorriu ao me ver.
— Bom dia pirralha! - Maycon disse para Carla.
— Bom dia amiga! - Digo dando um beijo no rosto dela.
— Bom dia meus amores, achei que não fosse conseguir dormir ontem!
— Uai, porque não doida? - Maycon pergunta.
— Dormir como? Com a Ray gemendo alto daquele jeito.
— Carla! - A repreendo.
Puta merda, eu devo estar parecendo um pimentão. Estou morrendo de vergonha, minha vontade é de enfiar minha cabeça em baixo da terra e não sair mais de lá. Maycon só sabia rir e Carla também, vou brigar com essa menina depois, ela vai ver só.
— Fazer o que né mana, seu irmão aqui é bom no que faz.
— Eu percebi, pareciam que estavam quebrando tudo lá, com gritos e tudo mais. Mas me poupe dos detalhes maninho, á e eu quero dinheiro viu.
— Ei, eu estou aqui viu. Será que da pra parar com esse assunto, eu estou morrendo de vergonha. - Disse brava.
Os dois riam, tomei o meu café da manhã em silêncio. Após terminar de comer, subi para o quarto da Carla e coloquei uma roupa dela. Arrumei minhas coisas dentro da bolsa e peguei meu celular, devia ter milhares de ligações perdida de casa, afinal eu não avisei minha mãe, só a Jud.
Me sento na cama, e desbloqueio meu celular.
— Cacete! - Digo em voz alta.
Havia 53 mensagens da minha mãe, 11 da Patrícia e 03 do meu pai. Caraca, até a Paty se preocupa mais do que ele. Fui ver as ligações.
— Meu Deus!
Me ligaram de casa 102 vezes, minha mãe deve estar muito brava comigo. Preciso voltar para casa, vou avisar a Carla e depois chamar um táxi.
Desço as escadas com a minha bolsa nas costas, e a encontro na cozinha lavando a louça.
— Cá, já estou indo tá.
— Mas já amiga? Fica aqui até de tarde.
— Tá maluca? Minha mãe deve estar uma fera comigo, já me mandou 53 mensagens e me ligou 102 vezes. - Rio, mas no fundo morrendo de medo.
— Eita, porra!
— Pra você ver, agente se vê amanhã na aula tá.
— Beleza, qualquer coisa você me liga.
Assenti com a cabeça e demos um abraço, ela me acompanhou até a porta e ficou esperando o táxi comigo. Em alguns minutos ele chega e eu me despeço mais uma vez dela. Entro no mesmo e vou em silêncio o caminho todo.
Enfim chegamos, pago a corrida e quando saio do carro, vejo minha mãe me esperando de braços cruzados do lado de fora de casa.
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A força do amor
Roman pour AdolescentsUma história de romance, onde mostra que o amor supera qualquer dificuldade e barreiras que a vida coloca em seu caminho. Maycon e Rayanne, duas pessoas completamente diferentes, onde o destino mostra que são capazes de amar um ao outro, sem que nad...