Capítulo 60.

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Maycon narrando:

Acordei e como de costume minha novinha não tava na cama, já tinha ido pro seu ganha pão (serviço). Eu não curto muito essa ideia, mas não posso priva-la de nada. Tomo uma ducha rápida. Me troco, coloco um boné e pego minha .40, coloco na cintura e desço pra boca. 

Douglas e Leandro estão na venda, chego e os cumprimento com um toque de bandido. Vou até a salinha pra pegar o pagamento dos moleques. Me sento e confiro nota por nota, depois de tudo certo, me levanto e aceno pra Douglas que entende.

 Moeda irmão? 

 É, passa pros moleques.

 Já é! 

Me sento na cadeira e fico vendo o movimento, hoje tá bem alterado, mais do que o costume. Carla chega na boca e me cumprimenta com um beijo, eu já disse pra ela que eu não gosto que ela vem aqui. Mas não adianta, essa mina é teimosa pra caralho. 

 Mano, me da dinheiro. - Ela faz biquinho.

 Tá louco em, desse jeito tu vai me falir menina. Precisa de quanto? - Pergunto enquanto abro a carteira.

 Se você puder me dar uns R$ 300,00 já me ajuda. - Reviro os olhos e entrego as notas pra ela. 

 Agora volta pra casa, se quiser dinheiro me chama no rádio.

Ela ia me responder, quando um dos vapores entra correndo e vem até a mim. Ele está assustado, com os olhos bem arregalados, então sinto que ai vem treta.

 Patrão! Ele grita e eu assinto com a cabeça para que ele continue.  Os caras estão invadindo, tá cheio de carro de polícia. Eles vieram tomar o morro! 

Caralho, isso não pode estar acontecendo. Mas essa é a hora, corro até a salinha, pego todos os armamentos possíveis. Douglas, Leandro e todos do meu comando pega suas armas. 

 Hoje vai ser pior do que a guerra mundial, então eu quero que vocês tomem cuidado! - Digo e eles assentem com a cabeça e saem correndo. 

Começo a escutar os tiros, logo eles virão atrás de mim. Douglas continua ao meu lado, Carla está desesperada. A olho no fundo dos olhos. 

 Eu quero que tu a leve em segurança até em casa, eles não devem ter conseguido subir ainda. - Digo para Douglas.  Carla, eu quero que tu fique trancada lá dentro, não abra pra ninguém. Se eles invadirem, tu sabe onde se esconder. Se precisar, mas só se precisar, tu mata! - Digo para Carla.

 Pelo amor de Deus irmão, se cuida! Por favor. - Ela chora enquanto me abraça. 

Douglas a puxa pelo braço e a leva. Corro até a salinha e pego meu fuzil, vários pentes e coloco duas pistolas na cintura. Saio na rua e vejo muita gente correndo, monto na minha moto e vou proteger minha favela. Nesse momento agradeço a Deus, pela Rayanne não estar aqui. 

Desço da moto, engatilho meu fuzil e começo a dar tiro na cabeça de vários vermes. E que o mata-mata comece! 

***


A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora