Capítulo 43.

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Acordo com a claridade do Sol em meu rosto, me levanto e vou até o banheiro fazer minha higiene. Assim que termino, volto para a cama. Hoje sai o resultado dos exames, estou muito ansiosa. Ficar nesse hospital não tem sido nada confortável, mas fazer o que, não tenho outra opção. 

Maycon provavelmente deve ter voltado para casa. Na verdade, eu não sei como vai ser minha vida daqui para frente. Porque eu ? Eu nunca fiz nada a ninguém, sempre fui tão na minha. A não ser que, esse tiro tenha sido para afetar o Maycon, mas a pessoa que fez isso comigo, não estava brincando. Veio com a intenção de me matar. Sinceramente ? Eu estou com medo de que ele volte.

Eu estou tão cansada de ficar nesse quarto, me levanto da cama e calço as pantufas, prendo meu cabelo e vou em direção a porta. Abro a mesma e saio, começo a passear pelo hospital, se eu não me lembrar de como voltar para o meu quarto, peço ajuda a alguém. Passo pela lanchonete e sinto um cheiro maravilhoso de café, nossa que vontade! 

Não tenho realmente certeza se eu posso ou não tomar, então prefiro sair dali. Continuo andando, até que encontro um jardim, de longe avisto um banco e vou caminhando até o mesmo. Me sento e fico tomando um Sol quentinho no rosto, não fico por muito tempo, pois daqui a pouco elas vão levar o meu café da manhã.

Volto pelo mesmo caminho que vim, e consigo achar o meu quarto. Entro e me sento na cama, essa pequena caminhada fez bem para mim, a porta se abre.

 Bom dia! Trouxe seu café da manhã. - Diz a enfermeira com a bandeja nas mãos. 

 Bom dia! Eu já estava mesmo com fome.

 Então se alimente, daqui a pouco o doutor virá. - Ela se retira. 

Começo a analisar a bandeja. Nela contém, um copo de leite, pão e uma maçã. Como lentamente e aprecio o sabor, em alguns minutos termino. Deixo a bandeja na mesinha ao lado e vou escovar os meus dentes. Assim que volto, me deito na cama. O doutor logo entra. 

 Rayanne, bom dia! 

 Bom dia doutor! 

 Trouxe seus exames. - Ele diz abrindo um envelope branco.

 Eu estava ansiosa. Já sabe os resultados?

 Vamos ver agora. - Ele sorri, e olha para o papel que está em suas mãos. 

 E então? - Pergunto apreensiva.

 Quando você chegou aqui, estava em um estado muito critico. Eu, como médico, não tinha realmente certeza de que você fosse resistir. Durante a operação, você teve duas paradas cardíacas, o que complicou muito. Continuamos a operação, mesmo sabendo que correríamos o risco de te perder, precisávamos retirar a bala que estava alojada em seu peito. Com sucesso, conseguimos realizar a operação. Mas no segundo dia que você estava na sala de recuperação, pegou uma bactéria hospitalar que te levou ao coma. Permaneceu exatamente sete dias lá, até que acordou. Sabe porque eu estou te falando isso Rayanne?

— Será que é porque eu fiquei com alguma sequela do tiro doutor? - Pergunto com os olhos cheios de lágrimas.

 Não. É porque você deve comemorar, porque realmente é uma jovem guerreira. Seus exames, estão perfeitos. - Ele diz sorrindo e em seguida me da um abraço carinhoso. 

 Isso quer dizer, que eu posso ir para casa?

 Sim, tem uma mocinha lá fora te esperando. Vou pedir para a mesma entrar! - Ele ia se retirar, quando eu o chamei.

 Doutor! 

 Sim. - Ele se vira para mim.

 Muito obrigada! Eu te agradeço de coração. 

 Agradeça primeiramente a Deus, Rayanne. - Sorri e ele se retirou.

Exatamente isso, Deus. E sou muito grata a ele, por ter me dado mais uma oportunidade de vida. A porta se abre e vejo Carla entrar. 

 Amiga! - Ela corre até mim e me abraça.

 Oi meu amor, quanto tempo! - Digo já chorando.

 Olha o que eu trouxe! - Ela diz apontando para uma mala em suas mãos.

 Que mala é essa? - Pergunto confusa. 

 O doutor não te disse? Você já recebeu alta. Ah é mesmo, ele deixou eu te contar a novidade. Agora vai se trocar! - Ela sorri.

 Maycon não vem ?

 Não amiga. - Dou de ombros e começo a me arrumar.

 ***

Pegamos um táxi e fomos para casa, eu estava muito feliz por ter saído do hospital. Carla me contou o seu relacionamento assumido com o Douglas e eu fiquei muito feliz por ela. Disse que eu era o assunto da favela, e que todos haviam ficado com dó de mim, menos Bianca é claro. 

Chegamos, Carla pagou a corrida e então descemos do carro. Subimos a pé mesmo, todo mundo me olhava, mas não com desdém e sim com respeito. 

 Amiga, olha ali o meu amor. - Ela diz apontando em direção ao famoso Douglas. 

 Ele está vindo para cá. - Sorrio. 

 Oi gata! - Ele diz para Carla e dá um selinho na mesma.

 Oi amore. - Ela responde. 

— E ai, patroa! Como tu tá? - Douglas direciona a palavra a mim.

 Olá Douglas! Eu estou bem, obrigada. - Sorrio.

 Vamos subir amiga? Você vai também amor? - Carla pergunta. 

 Vamos amiga.

 Que nada, eu vou colar na boca ruiva. Tchau patroa! - Ele da outro beijo nela e acena para mim, apenas sorrio. 

 Porque ele fica me chamando de patroa amiga, isso não é quando alguma menina vira a fiel do patrão aqui do morro, tipo o Maycon? 

 Relaxa morena, você vai ver. - Assinto com a cabeça.

Emnfim já estamos na frente de casa. Carla disse que iria na padaria, estranho. Então, eu resolvo entrar. Assim que entro, fico maravilhada com as coisas que eu vejo. 








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