☆ Capítulo 15 ☆

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Maycon entrou na garagem para retirar seu carro e eu fiquei esperando do lado de fora. Ele iria me levar até em casa, já que não permitiu que eu chamasse um táxi.

— Pronta princesa?

— Estou sim.

Caminho em direção à porta do carro quando sinto Maycon me abraçar por trás e encostar sua barba rala em meu pescoço.

— Cadê meu beijo?

— Que beijo? — Faço-me de desentendida.

— Que beijo? — Ele ironiza e eu sorrio. — Esse beijo...

Sem que eu pudesse protestar, Maycon tomou minha boca duma maneira incrivelmente deliciosa; mesmo eu acabando de sair de uma noite de amor, eu já estava com saudades e sem dúvidas voltaria novamente para aquele quarto. Ele mordia meu lábio inferior, chupava e passava sua língua em minha boca.

Maycon estava ficando assanhado demais no meio da rua, e os moradores estavam nos olhando com os olhos arregalados; então eu o empurrei de leve e o mesmo começou a rir. Isso porque ele não bebeu, imagine se estivesse bebido.

Assim que nos separamos e eu olhei para ele, meu coração se acelerou duma tal maneira que eu cheguei até pensar que fosse ficar com falta de ar. Eu precisava manter meus pés no chão, sei o tipo de garoto que o Maycon é. Para ser sincera, eu estou com medo de estar me apaixonando.

— Podemos ir agora?

— É agora eu te levo. — Sorriu de lado.

— Para de sorrir assim.

— Por quê? — Ele gargalhou.

— Não sei, só para, ok? — Porque eu estou quase tendo um infarto com essa boca linda.

— Já é, gata! — Novamente ele sorriu de lado e eu revirei meus olhos.

Estava prestes a entrar no carro quando dei uma olhada rápida no final da rua e vi a Bianca com uma das amiguinhas dela. Ela me encarava com ódio no olhar. Sabe, é difícil quando a pessoa não tem amor próprio e não se valoriza a única coisa que sinto em relação a ela é pena.

— O que foi Rayanne?

— Nada não, Maycon.

— Tu não vai falar? Eu sei que tem alguma coisa pegando.

Aponto com a cabeça em direção onde estava Bianca com aquela garota. Maycon seguiu meu olhar e no mesmo instante eu notei seu maxilar rígido, ele respirou fundo e assentiu leve.

— Eu já volto!

— Não! A onde você vai? — Pergunto assustada.

— Vou dar um acelero naquela piranha. — Indagou tirando seu revolver da cintura.

— Não Maycon, esquece isso pelo amor de Deus! — Implorei.

— Tu tá maluca? Se eu der corda essa mina ai não vai parar não, eu tenho que lembra-la quem manda aqui nessa favela.

— Tudo bem, se acalma. — Toquei suas mãos e ele me fitou. — Se ela voltar a mexer comigo eu prometo que te aviso, agora, por favor, me leva para casa?

— Firmeza, vamos lá.

Sem mais delongas, entrei no carro e Maycon entrou logo em seguida. Coloquei o cinto de segurança e ele acelerou o carro. Tivemos que passar do lado das duas e confesso que estava aflita, Maycon somente olhou de lado e assimilou um revolver com as mãos, ela arregalou os olhos e saiu andando. Eu preferi permanecer em silêncio.

— Será que da pra você andar devagar?

— Caralho gata, tô andando a 50 km por hora. — Ele gargalhou, e que gargalhada deliciosa.

— Tenho a sensação que você vai voar.

— Exagerada!

— Maycon, o que aconteceu entre agente ho... — Ele me interrompe.

— O que aconteceu hoje pode ficar suave que eu não vou espalhar pra ninguém, tu não é como as putas daqui. Tendeu?

— Sim, e obrigada.

— Tá dolorida?

— Ainda arde um pouco. — Corei.

— Não é pra menos, já que aqui é bem dotado. Tá ligada né?

— Nossa convencido. — Gargalhamos.

Um silêncio constrangedor invadiu nosso ambiente, então aproveitei para pensar e repensar nas coisas que vem acontecendo nessa última semana. Eu ainda não consigo acreditar que transei com ele, mas eu não posso ser hipócrita em dizer que não gostei, pois na verdade eu amei. A maneira que ele me tratou, fez com que eu me sentisse especial de alguma forma. É, cada dia que se passa eu me convenço do quão especial o famoso dono do morro se tornou para mim.

— Chegamos novinha.

— Obrigada pela carona.

— De boa!

Deposito um beijo casto no rosto dele e solto o cinto de segurança. Abro a porta e volto a olhar para o Maycon, que nesse momento acariciava o queixo com uma das mãos.

— É... Tchau, manda um beijo para minha amiga. — Sorrio.

— Já é! — Ele dá uma piscadela para mim.

Saio do carro e bato a porta com delicadeza, afinal não é a geladeira de casa. Caminho até o portão e entro, assim que passo pela porta de entrada dou de cara com a minha mãe sentada no sofá.

— Rayanne, onde você estava? — Ela gritou. E agora, onde eu estava?

A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora