Capítulo 65.

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Maycon narrando:

Cinco meses se passaram desde então. Pra mandar a real, ta sendo foda ficar aqui dentro trancado. Meu julgamento ta marcado pra daqui a seis dias. Não estou muito esperançoso, já que eu to ligado que a minha sentença não vai ser uma das melhores.

Aqui na cela tem eu e mais cinco presos. Um deles já é parceiro das antigas. Para uns hoje é o melhor dia, todo mundo felizão, afinal é dia de visita. Quando todos saem, eu permaneço aqui na cela de boa, não espero ninguém, já que eu mandei trancar a minha.

Ficar longe da minha favela, dos meus amigos, da minha irmã e principalmente da minha novinha ta foda! Ainda mais agora, que ela está grávida. Pelo meus cálculos ela ja deve estar com uns cinco meses para mais. To tentando ser forte, pra sair daqui firmão. Mas tem hora que eu acho que não vou aguentar e que a qualquer momento eu vá fugir daqui.

 Mano! Tu ta legal? - Júnior meu parceiro pergunta.

 To de boa, só to pensando na minha novinha!

 Tu é foda em Maycon! Tira a tranca da visita e deixa ela vir. Se tu pegar anos aqui, vai ficar esse tempo todo sem ver a mina e sem dar notícias?

 Tu não entende mano! Pra mim a Rayanne é delicada demais, mesmo ela tendo enfrentado um confronto por mim. Ela continua sendo minha pequena, ainda mais agora que ela ta esperando um filho meu! Mano, to pensando seriamente em fugir daqui.

 Eu penso nisso todos os dias! Eu conheço todos os esquemas daqui, não é atoa que essa é a sétima vez que eu to preso! - Gargalho.

 Caralho em mano! - Um dos guardas começa a se aproximar.  Júnior os caras estão vindo ai, depois nós arrumamos um esquema!

Ele para na frente da nossa cela e joga um sorriso sarcástico. Nossa, como eu odeio esses vermes!  Depois de abrir a fechadura, começa a chamar um por um. Eu permaneço deitado, como sempre fiz esses cinco meses.

— Você também, Maycon!

 Eu, porque? Não recebo visitas! To de boa aqui, vai tu lá.

 É, mas hoje você tem uma. Agora anda logo! - Arqueio uma das sobrancelhas, mas resolvo me levantar e ir.

Ele tira uma algema do bolso e eu estendo a mão. Depois de algemado, saímos pelo enorme corredor. Pra falar a verdade, eu estava ansioso pra saber quem era. Comecei a dar passos largos, para chegarmos logo. Paramos em frente a uma salinha. A porta estava entreaberta.

 Entra!

Tu não vai tirar essa algema não ? Ta apertado pra caralho! - Digo e o fuzilo com os olhos.

— Não! Tenho ordens para deixa-lo algemado. Gentinha como você, não merece ficar solto! - Filho da puta!

Empurro a porta com o pé e entro!


A força do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora