Capítulo 5

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Nate

Ela consegue ser tão teimosa e chata e idiota. Qual é o problema dela quanto a tocar-lhe, deixo-a assim tão exaltada lá em baixo que ela não se consegue controlar? Deixa de ser idiota Nate.

Deito-a na cama dela e tapo-a. Não me aproximo mais ou toco-lhe, sei que ela ia exaltar-se e revoltar-se contra mim. Sento-me na cama dela com as costas voltadas para as delas.

"És tão complicada Anna, e difícil. Achas-te assim tão especial?"

"Não sou especial." Respondo-me num tom rígido.

"Se fosses outra qualquer já te tinha enfiado as mãos nas tuas cuecas e tirado-te essa superioridade."

"És um porco e idiota. Vai-te embora." Tens razão, mas não vou, eu sei que me queres.

Algo nela faz-me querer estar cada vez mais próximo dela, parece que ela é a minha gravidade. Nunca tinha sentido assim uma atracção tão grande por alguém. Nunca tinha sido afastado com tanto pudor por alguém, e nunca quis ninguém tanto como ela. Talvez esta sensação também tenha haver com a quantidade de álcool que tenho a circular no sangue.

Rodo a cabeça para a ver mas ela está de costas para mim, apenas com o pescoço à mostra tapado com alguns fios de cabelo loiros. Reparo numa cicatriz, parece um corte antigo e fino. Esta gaja deve ser mais selvagem do que eu pensava, talvez até faça parte do BDSM. Isso seria excitante, mas não parece encaixar na sua maneira de agir.

Sei que não lhe devia tocar mas com o meu dedo indicador e o meu dedo médio percorro-lhe aquela cicatriz e ela estremece.

"Não." Afasta-se de mim e olha-me com um olhar sombrio e profundo.

"Não sabia que eras assim tão perversa."

"Cala-te!" Exaltou-se como antes nunca tinha visto. "Tu não sabes nada sobre mim, por isso antes de falares algo pensa duas vezes e mantém-te calado. Saí do meu quarto agora." Começa a empurrar-me com os pés para fora da cama.

"Anna..."

"SAÍ!" O que é que eu fiz agora?! Tarada de um raio.

"Desculpa, tens razão. Não te exaltes, descansa, nunca mais te volto a tocar sem pedires." Por trás da respiração exaltada e ofegante dela, e do olhar sombrio, noto um pequeno alivio na sua face. "Não me vou embora porque estás doente e precisas de alguém que fique de olho em ti caso desmaies ou fiques pior. Vou-me embora quando a Rebecca chegar, assim sei que tens alguém a tomar conta de ti."

Ela não diz nada. Engulo em seco o que antes tinha dito e sento-me na cama da Rebecca enquanto olho para aquela rapariga em pânico.

A meio da noite começo a ouvir barulhos e acordo com gritos da Anna pelo quarto que não é meu. Instintivamente levanto-me e aproximo-me dela e acordo-a sem a tocar. Ela acorda em pânico e a olhar assustada para mim, pensei que ela ia-me bater ou expulsar-me do quarto mas em vez disso ela agarra-se a mim e abraça-me. Eu é que entrei em pânico depois daquela situação. Será que a devia abraçar ou não? Eu disse que não lhe tocava a não ser que ela pedisse, mas meto os meus braços a volta do tronco dela e aperto-a contra mim.

Noutra situação com outra qualquer rapariga isto ia acabar comigo em cima dela até ela se vir e eu fartar-me de me vir dentro dela, mas a única coisa que me passa pela cabeça nesse preciso momento é não largar a Anna, não sei o que se passou mas não via ninguém tão em pânico desde que era um puto e apalpava chavalas de 15 anos atrás do pavilhão principal da secundária. Estava em pleno tronco nu com uma rapariga a respirar ofegantemente nos meus braços e a deitar lágrimas. Beijei-lhe o cabelo e esperei que ela se acalmasse e fui-nos deitando devagar na cama dela até ela adormecer agarrada a mim.

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