Ficamos em silêncio por alguns segundos até que o Nathan finalmente o interrompe.
"A minha mãe casou-se à um ano com o Robert, mas antes disso eles já coabitavam há cerca de dois anos, ou seja, elas as duas já vivem aqui há dois anos. Eu não estava à espera que a relação entre a minha mãe e o Robert fosse durar, muito menos que se casassem. Então, umas das noites, uma rapariga que era minha amiga, e eu tinha alguns sentimentos por ela, saltou em cima de um gajo e eu fiquei destroçado, acabei por me embebedar. Em vez de ficar na fraternidade, porque antes de viver no apartamento vivia lá, vim para esta casa. Quando cheguei só pensava em esquecer o que tinha acontecido, em aliviar a raiva, e aliviei-o na Caroline." Eu franzo a sobrancelha. "Nós fudemos." Ele clarifica a minha questão mental e eu sinto um choque a percorrer-me o corpo.
"Tu tiveste relações sexuais com a tua meia-irmã?" Eu reformulo a pergunta ainda não acreditando no que ouvi.
"Ela não era minha meia-irmã na altura, e também não o considero agora, é a filha do meu padrasto. É a minha vez de perguntar algo." Eu aceno sendo que as palavras ainda me estão a faltar do choque.
"Sentes algo pelo Matt?" Ele questiona-me, mordendo o lábio inferior.
"Ele é meu amigo, apenas isso." Respondo-lhe e preparo-me para perguntar. "Essa rapariga ainda está na tua vida? Ainda tens sentimentos por ela?"
"Só uma." Ele relembra-me e eu mordo a língua.
"Ela está na tua vida?" Escolho a que tenho menos medo da resposta.
"Raramente." Mas ainda está. Será que ainda tens sentimentos por ela? Será que eu sou a substituta? "Estou apaixonado por ti Anna." Ele afirma, relembrando-me mais uma vez o que já me tinha confessado e respondendo as minhas inseguranças.
"Como é que ficaste com essa cicatriz no pescoço, ou qualquer uma das costas?" Eu sento-me na beira da sua cama e inspiro profundamente.
"A do pescoço foi com um fio de Nylon, as das costas foi com uma lâmina." A cara dele congela.
"Quem-Quem te fez isso...?"
"Uma questão a cada." Relembro-lhe eu desta vez.
"Que se foda isso! O que é que aconteceu?" Consigo ver a raiva através dos seus olhos.
"Eu fui atacada..." Sinto lágrimas a formarem-se nos meus olhos mas não as derramo."Não quero continuar." Informo-lhe tentando manter a minha voz firme.
Vejo terror na sua face, raiva, nojo, mil e uma emoções diferentes passam nos olhos do Nathan.
"É mais fucked up do que fizeste." Eu tento sorrir mas ele continua imobilizado com os olhos azuis num tom mais claro e gelado que o costume.
Levanto-me da sua cama e aproximo-me do Nathan, abraçando-o. Ele coloca os seus braços à volta da minha cintura e eu aconchego a minha cabeça no sei peito. Consigo ouvir a sua respiração brava e os batimentos rápidos do coração.
"Desculpa." Eu sussurro.
"Desculpa? Pelo quê?" Ele baixa a cabeça olhando-me nos olhos confuso.
"Por te ter contado." Eu admito. Sei o quanto isso afecto-o e se calhar tinha sido melhor deixá-lo na ignorância.
"Não tens nada por pedir desculpa Anna. Fico feliz por me teres contado mas não imagino o tipo de monstro que te fez isso." Ele deposita um beijo no meu cabelo. "Foi pior do que eu imagino não foi?" Ele questiona-me aterrorizado. Eu apenas aceno, não há necessidade de voltar a relembrar de cada momento de agonia e medo por que passei. Nem ele sabe metade do que aconteceu.
"Ainda não conheci a tua irmã." Eu afirmo, mudando o tema da conversa.
"A Mia não está cá. Ela está a viver com o meu pai." Eu afasto a cabeça do seu peito e olho-o confusa. Pensava que o pai dele não estava presente na sua vida. "Há uns anos atrás ele voltou e queria remediar os erros do passado, tentou conectar-se connosco, mas a minha mãe e eu não o perdoa-mos. A Mia decidiu dar-lhe uma hipótese e então foi viver com ele para Nova Iorque. Falámos ocasionalmente mas normalmente ela está sempre muito ocupada com o colégio. Mal ela aceitou ir o meu pai meteu-a no melhor colégio de Nova Iorque e deu-lhe livre arbítrio para escolher o que fazer da sua vida, obviamente que ela adorou e não desperdiçou a oportunidade." Oiço-o atentamente enquanto ele me explica a ausência da sua irmã aqui em casa.
"Ela chegou a conhecer as filhas do Robert?" Questiono-o.
"Sim, ela não gostou nada delas mas sempre tentou ser simpática e acessível, mesmo quando elas eram umas cabras de primeiras classe. Espero que conheças a Mia brevemente, ela vai-te adorar." Ele sorri e os seus olhos ficam brilhantes ao imaginar o encontro entre mim e a irmã.
Eu sorrio e ele fica a olhar para mim enquanto franze a sobrancelha curioso.
"Disseste à tua mãe que éramos namorados." Eu sorrio e fico um pouco corada.
O Nathan solta uma gargalhada.
"Pensava que sim." Afirma.
"Não me lembro de ter havido um pedido. Disseste que eu podia meter o rótulo que quisesse mas nunca definimos qual seria esse." Troço com ele e mordo o lábio inferior.
Ele ri-se e fica envergonhado, algo que nunca tinha presenciado antes. Ele abaixa-se e mete-se apoiado num joelho.
"Miss Anna "Karenina" Gray, a menina aceita tornar-se na minha felicidade assumida?"
"Seria meu prazer Nathaniel "Vronsky" Portman." Sorrio e ele levanta-se depositando um beijo nos meus lábios, eliminando qualquer espaço anteriormente existente entre eles. Prendo os meus braços em volta do seu pescoço e percorro o seu cabelo com as pontas dos dedos, enquanto que ele me beija o pescoço e deixa pequenas dentadas. Ele coloca as suas mãos no meu rabo fazendo-me saltar para o seu colo, e deita-nos na cama.
Nota: Desculpem por estar pequenino mas estou mesmo apertada de tempo! Espero que tenham gostado xx.
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Madness
Ficção AdolescenteQuando Anna chega a Toronto, com o objectivo de começar uma vida nova, depara-se com Nathaniel, um rapaz desprezível e sombrio, que logo ganha interesse em Anna e no seu desprezo ao toque humano, encurralando-a com perguntas e tentando desvendar as...