Capítulo 45

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Passaram-se seis meses desde o encontro com o meu Pai. Deixei de ter apenas um segurança pessoal para ter dois, tendo sempre um a seguir-me para todo o lado.

Desde esse dia o Nathan também não me deixou sozinha, encontrava-se sempre perto de um dos guarda-costas ou perto da minha porta do quarto. Nunca chegámos verdadeiramente a resolver as coisas, os nossos conflitos, não estamos juntos mas ele está sempre ao meu lado, literalmente, até quando eu não quero, não sei se é por culpa, curiosidade, pena ou amor.

O Cameron é um dos seguranças, por turnos, que tem a responsabilidade da minha segurança. Tentei imensas vezes explicar-lhe que ele já tinha cumprido a sua missão de me encontrar, já tinha feito o que vinha fazer a Toronto mas ele continuou a trabalhar para o meu Pai, e pediu especificamente para continuar a ser um dos meus guarda-costas.

O Nathan não ficou contente com essa decisão, e para ser sincera, nem eu, pensar que uma das pessoas que achava ser minha amiga, era na realidade um detective/segurança que se infiltrou propositadamente na minha vida para me encontrar, magoava e também dificultava a minha disposição de o querer ter perto. 

O meu Pai desejava que eu me tivesse mudado para um apartamento com segurança apertada e vigilância total, mas eu recusei-me, ele tinha agora entrado na minha vida e não ia permitir ele decidir por mim onde eu devia ou não viver. Fiquei no mesmo quarto de dormitório, embora tenho um apartamento numa penthouse no centro disponível. O Nathan, ainda não entendi como, mudou-se temporariamente para o quarto ao lado do meu. O Cameron não ficou feliz com a presença e perseguição do Nathan mas era impossível chegar a um acordo com ambos.

Não falei com nenhum dos dois por dois meses, estava demasiado magoada com o Cameron, e, com o Nathan, não havia nada que eu lhe quisesse dizer sobre o que tinha conversado com o meu Pai, embora ele tivesse insistido demasiadas vezes. 

O meu Pai, por outro lado, sabia da história, sabia do suicídio da minha mãe depois do que me aconteceu, sabia, parcialmente, o que me tinha acontecido. Quando lhe perguntei porque deixou a minha mãe percebi que a história não era exactamente como a que ela me contava, ambos tinham duas versões diferentes para a mesma história. Não o perdoei por me ter abandonado, mas consegui sentir empatia por ele, algo que eu não desejava. Não falei muito com ele após essa noite, apenas discutimos medidas de segurança. Apenas o meu Pai e eu sabemos o que foi discutido, o Cameron ficou perto da sala em que nos tínhamos encontrado mas não esteve presente na conversa.

Quando a equipa de segurança do meu Pai verificou todos os meus e-mails, conversas, correio, telefonemas, eles identificaram que o número que andava a enviar-me mensagens não era de facto a Mia, ou nenhum amigo, mas um desconhecido que o IP foi disfarçado múltiplas vezes para não ser encontrado. Estava a ser perseguida outra vez. O meu Pai tinha-me avisado, eu podia ter fugido para outro país mas ainda estava a ser acompanhada de perto, e não era só pela sua equipa de segurança, havia mais alguém, e eu sei exactamente quem. 

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