Capítulo 18

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Depois do Mr Gordon ter saído eu fico a olhar para a encomenda, uma caixa de uma joalharia. Ganho coragem para desfazer o bonito embrulho que me impedia de abrir a caixa, e quando a abro os meus olhos reluzem. É um colar, uma corrente simples de prata com um pendente no final, sendo este um pequeno coração com uma pedra no centro. Fecho a caixa e meto-a na minha mala. Não sei como reagir, prendas não apagam o que ele disse, e ele nem tentou falar comigo desde aquela noite.

...

Após quinze minutos de estar a massacrar o meu cérebro com este assunto decido mandar uma mensagem ao Matt, para desviar os meus pensamentos do Nathan. O meu telemóvel vibra e quando o desbloqueio vejo uma mensagem do Cameron. Enganei-me na conversa e mandei uma mensagem para o Cameron, boa... Bem, ele parece estar disponível para me fazer companhia.

Depois de trocar várias mensagens com ele, este aparece na livraria para minha surpresa, com comida. Passamos o resto da tarde juntos, a rir, a arrumar livros, a fazer o inventário, a comer os fantásticos donuts que ele trouxe e o Cameron teve a partilhar um pouco da sua história comigo, já eu só fugia das suas perguntas pessoais.

Quando finalmente são oito horas da noite aparece a minha colega para me substituir. O Cameron acompanha-me até ao meu dormitório e quando lá chegamos vejo o Nathan. Os seus olhos azul cristal estão a olhar fixamente para mim mas não vejo uma ponta de raiva ou fúria na sua cara. Despeço-me do Cameron e viro a minha atenção para o Nathan, sem saber ao certo como começar esta conversa, ou se vale a pena sequer tê-la. Ficámos durante uns minutos calados apenas a olhar um para o outro, até que ele decide finalmente quebrar o silêncio pesado que se tinha instalado minutos antes.

"Anna, eu..." Ele começa por falar mas depois cala-se.

Eu pego nas minhas chaves e dirijo-me até à porta do meu dormitório, rondando-as, com intenção de ir para o meu quarto em paz. Ele agarra-me o pulso e puxa-me para ele, obrigando-me a olhá-lo nos olhos.

"Peço imensa desculpa pelo que disse e pela maneira como agi. Peço desculpa por te ter magoado." Ele baixa a cabeça com vergonha.

"Mandaste-me embora sem nenhuma explicação e enrolaste-te com outra rapariga, não há muito que eu possa dizer Nate." Digo-lhe friamente.

"Eu estava bêbado Anna, eu não estava em mim." Ele suspira.

"Não é desculpa para a maneira como agiste comigo." Eu faço uma pausa. "Porque é que te embebedaste sequer? Porque é que te foste embora da livraria do nada? Porque é que me trataste mal?!" Eu fico lentamente sem fôlego enquanto o cerco de perguntas.

"Estavas com outro gajo qualquer." Ele refere-se ao Cameron.

"E? Eu mandei-te mensagem a ti para vires ter comigo, a ti, não a ele. O Cameron é um colega que não conhecia ninguém e pediu para eu ir beber café com ele." Sinto raiva a instalar-se no meu corpo. "E o que é que foi que tu fizeste? Foste-te embora por teres ficado irritado por o ver, embebedaste-te, foste saltar em cima de uma rameira qualquer e magoaste-me." Não noto que estou a chorar até sentir uma lágrima nos meus lábios.

"Então tu tens direito a teres um monte de gajos atrás de ti e eu não posso ter amigas?" Vejo fúria por trás dos seus olhos.

Estou cansada de discutir com ele e não chegar a lado nenhum, afasto-me dele e entro para o meu quarto, ele entra logo a seguir a mim, fechando a porta atrás de si.

"O que é que tu queres de mim?!" Ele berra.

"Eu quero que pares de gritar e digas o que é que tu queres de mim." Eu desafio-o.

Ele vem em minha direcção e eu afasto-me dele até cair na minha cama e ele meter-se por cima de mim, a beijar-me freneticamente os lábios e a deixar-no ambos sem fôlego.

"Eu quero-te a ti, e quero que me queiras apenas a mim, mais ninguém." Ele afirma intercalando com os nossos beijos pelo meio.

Ele beija-me o pescoço percorrendo um caminho até às minhas clavículas e chupando a pele de vez em quando deixando pequenas marcas.

"Nathan..." Eu gemo o seu nome.

Ele continua a beijar-me e a pressionar o seu corpo contra o meu, consigo sentir a crescer uma montanha nas suas calças.

"Diz-me que só me queres a mim." Ele sussurra contra o meu pescoço enquanto me morde com mais força com intuito de deixar mordidas fortes.

Eu enrolo uma das minhas pernas a uma dele e rodo-nos, ficando por cima. Empurro com as minhas mãos o seu peito enquanto eu fico sentada sob a sua cintura.

"Eu gosto de ti e tu já devias ter percebido isso." Eu afirmo enquanto vejo os olhos dele a brilhar.

"Então porque é que me levas à loucura estando constantemente com outros gajos?" Eu consigo ver a insegurança por trás dos seus olhos.

"Eles são só meus amigos Nate, é contigo que eu estou agora mesmo em cima e é contigo que eu quero estar." Eu afirmo baixinho mas com um tom que ele consiga ouvir perfeitamente.

Ele senta-se ainda comigo no seu colo e pousa a sua cabeça no meu ombro, colando os seus lábios ao meu pescoço e inalando o meu cheiro.

"Não me voltes a magoar por favor." Ele sussurra.

É a primeira vez que vejo o Nathan frágil, eu não tinha percebido que eu o tinha magoado desta forma, pensava que era só ciúmes e teimosia dele por eu ter mais amigos.

"Pensava que nós não tínhamos rótulos." Eu provoco-o.

"Podes meter o rótulo que quiseres baby girl, só não quero ficar sem ti mais." Ele afirma e eu sinto um aperto no coração.

"Isso quer dizer que posso estar contigo e com o Cameron?" Eu franzo a sobrancelha, provocando-o claramente, mas vejo os seus olhos a ficarem sombrios. "Estou a brincar Nathan, se eu sentisse algo por outra pessoa não estaria aqui contigo." Encosto e minha testa à dele. "Sou capaz de me ter apaixonado por ti." Admito-lhe.

"Óptimo, porque eu claramente já o estou." Ele informa-me e eu fico espantada com o que ele acabou de dizer.

"Isso quer dizer que estamos bem?" Eu pergunto-lhe.

"Só estamos se me perdoares. Eu sei que te magoei, prometo não o voltar a fazer." Ele faz-me esta promessa mas uma dor atravessa-me o peito, ele teve com outra rapariga e uma lágrima escorre dos meus olhos. "Anna..." Ele limpa a lágrima com o seu polegar.

"Estiveste com outra." Eu gaguejo entre lágrimas.

Ele suspira e encosta o meu rosto ao seu peito. Dói pensar nele com outra pessoa, dói que ele o tenha feito só para me magoar, dói por me sentir apenas mais uma rapariga com quem ele já esteve. Dói-me o coração como nunca deu só de pensar que isto aconteceu.

"Perdoa-me Anna, não te consigo ver assim." Ele implora-me mas eu só consigo chorar.

Ele aninha o meu corpo no dele e deita-nos, eu adormeço no seu peito a chorar enquanto ele me acaricia o cabelo.

....

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