"O que aconteceu?" Pergunto com a voz a estremecer.
...
Após uma viagem de carro acelerada chegamos à porta do apartamento do Nathan. A Mia retira da sua bolsa um monte de chaves e escolhe uma prateada rodando-a na fechadura.
Quando a porta se abre a minha atenção foca-se no caos que encontro logo na sala. As almofadas do sofá estão rasgadas no chão; a prateleira de livros encontra-se caída e os livros espalhados pela sala; garrafas de bebidas espirituais vazias e partidas no chão, encostadas à parede provavelmente por terem sido atiradas contra esta; as cadeiras do escritório encontram-se partidas e as pernas destas estão por todo o lado. A primeira imagem que me vêm à cabeça foi um furacão ter passado por aqui, a segunda foi o furacão Nathan e que outros danos este terá provocado.
A Mia não possui a mesma expressão facial aterrorizada como eu, como óbvio ela já deve ter vindo cá antes e ter visto isto e ter tido tempo para processar o ocorrido.
No momento em que volto a sentir as minhas pernas, traço um percurso até ao quarto do Nathan, tendo medo do que vou encontrar a cada passo que dou. Centenas de potências situações são mostradas pelo meu subconsciente, mas sei que nenhuma vai ser pior do que quando vir a realidade.
Ganho coragem e abro as portas deslizáveis. Deparo-me com a figura do Nathan sentado na beira da cama, de frente para a janela quase panorâmica. Este encontra-se com a cabeça baixa, apoiada nas suas mãos, que por sua vez estão apoiadas nos cotovelos que forçam as suas pernas. Ele está miserável.
Pelo quarto inteiro encontra-se roupa espalhada, roupa interior feminina. Sei que não pertencem a apenas uma mulher, pois os tamanhos de sutiã divergem entre uns e outros.
Uma pontada de dor atinge-me o peito. Porque é que ele esteve com outras mulheres? Bastou haver uma pausa na nossa relação para ele saltar logo em cima de outras? Porque é que ele fez isto, sabendo que me ia magoar?
"Ele é o Nathan." O meu subconsciente ataca-me, tornando a dor ainda pior.
Ignoro o meu subconsciente e aproximo-me do Nathan. Este levanta a cabeça revelando olhos inchados e vermelhos, tanto do choro como das bebidas alcoólicas. A sua cara está pálida e com alguns arranhões. Os olhos dele encontram-se com os meus.
"Saí." Ele demanda. "Por favor."
Continuou a observar lentamente à espera que algum indicio me dê a resposta para tal comportamento.
"Porquê?" Pergunto-lhe e ele levanta novamente a cabeça para me encarar. "Porquê piorar as coisas? Porquê dormir com outras mulheres? Porquê?" Clarifico a minha primeira pergunta e noto que lágrimas escorrem-me, involuntariamente, pelos meus olhos.
"Porque eu sou mesmo assim, sou uma confusão, sou danificado e não penso em mais ninguém quando estou irritado e tomo decisões precipitadas. Era isso que querias ouvir?!" Ele levanta a voz e adopta uma posição em pé.
Eu não me afasto nem me encolho.
"Porque tu acabaste comigo e não tentaste resolver as coisas nem uma vez! Porque tu és a Anna e quando qualquer coisa corre mal tu crias barreiras e muros que tornam impossível eu alcançar-te! Porque tu vais-te embora e nem tentas ficar." Ele faz uma pausa para observar a minha reacção mas eu encontro-me congelada com as suas palavras. "Porque eu sou assim e é mais fácil ser como sou do que tentar ser como tu queres que eu seja, que nem faço a mínima ideia como é que tu queres que eu seja. Porque eu mudei por ti mas nunca foi suficiente."
"E tu tentaste resolver as coisas ou a primeira coisa que fizeste foi danificares o teu apartamento e saltares em cima de outras gajas? Eu sou complicada? Ao contrário de ti eu não te trai no tempo em que tivemos separados! Eu não fui a correr para cima de outro qualquer! Eu estava sozinha, a tentar esquecer o que aconteceu entre ti e a Emma e aceitar que todos cometemos erros, e que tu estavas arrependido e obviamente que eu tinha-te de perdoar porque estou apaixonada por ti num nível tão profundo, tão dependente e tão sufocante que iria contra tudo só para estar contigo." Faço uma pausa e respiro profundamente. "E agora Nathan? O que acontece agora?" A minha voz fraqueja e mais lágrimas escorrem-me pela face.
E agora?
Espero que tenham gostado deste pequeno capítulo e continuem a acompanhar a história. Tenho notado um declínio nas visualizações e nos votos, o que me deixa bastante triste pois eu demoro horas a escrever cada capítulo. Publico o próximo quando esteve tiver no mínimo 100 visualizações/leituras e 40 votos, eu acredito que vocês conseguem que o capítulo chegue a mais pessoas!
P.S.: Vou começar um novo livro mas só vou anunciar mais tarde, ansiosas?
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Madness
Teen FictionQuando Anna chega a Toronto, com o objectivo de começar uma vida nova, depara-se com Nathaniel, um rapaz desprezível e sombrio, que logo ganha interesse em Anna e no seu desprezo ao toque humano, encurralando-a com perguntas e tentando desvendar as...